domingo, 30 de janeiro de 2011

FIC URCA2 – Parte 14- Os Medos e as dúvidas..





A pequena mãozinha move o pino sobre o tabuleiro colorido


- Um, dois, três, quatro...

G- Não Henri!!! Não vale! Você tirou três! Não me engana não!- Gil protesta

H- Tá eu só me distrai.- Henri arqueia as sombracelhas em provocação, voltando uma casa.

G- Hum, sei.- Gil pega o dado e se prepara para jogá-lo.

Frasão alisa o queixo.

Olhando fixamente as duas crianças brincarem no tapete a sua frente.

Uma canela sobre o joelho oposto. Parece estar distante...

Acabara de voltar da cidade onde a pequena ruivinha fora supostamente registrada.

Parece que não ocorreu tudo conforme o planejado...

(...)

“ Meu coração não me responde mais.

Eu bem que tentei pedir pra que ele batesse mais discretamente, pois a impressão que se tem é a que ele quer ser visto.

 Sim, ele parece querer saltar do meu peito.

Que simplesmente se portava como se eu tivesse feito a maratona da São Silvestre inteira.


Depois de terminar de dizer o quanto me amava e efetivamente me convencer

(disso ele não sabe ainda, eu ainda não disse uma palavra. Não inteira.)

ele continua me olhando ‘daquele jeito’.

Talvez ele esteja esperando por uma resposta de minha parte.

 Acho que pelo tempo que eu estou aqui muda, ele deve achar que eu vou dizer que odeio ele.

 E eu odeio.

Sim, odeio.

Como posso não odiar?

 E.eu não sei quase nada sobre ele

( pelo menos não sobre o ‘ele de agora’)

 e ele está em infinita vantagem sobre mim.

Possivelmente ele deve saber no que eu estou pensando agora.

 Que eu estou tentando clarear minha mente, pois ele deve saber bem que ele sabe como mexer comigo.

Cretino!

 Ele sabe!

Claro que sabe!

Eu estou casada com ele há dez anos!

Não é justo!

Eu não sei se ele está falando a verdade!

Não está?

Meu Deus!

Eu não sei o que pensar!!!”

Dádi entra no quarto, eles não se deram conta de que a porta ficara aberta.

Dádi nem percebe o momento crítico entre os dois,

já que aparentemente eles só estão sentados na beira da cama encarando-se sérios e mudos.

 Talvez eles estavam em uma longa guerra de olhares.

Dádi não poderia ver que os olhos dos dois berravam.

Estavam totalmente extasiados.

Sim. Queriam se fechar. Encerrar por ali.

Não agüentavam mais tanto tempo sem piscar.

O barulho de Dádi depositando a maleta de medicamentos de Rosa sobre a penteadeira fez com que os dois acordassem do transe.

 Rosa piscava freneticamente.

Claude apenas abaixa os olhos e mira a mão dela que ele ainda mantinha sob sua posse.


D- Olha dona Rosa, dentro dessa maletinha estão tudo o que a senhora pode precisar caso o machucado da senhora volte assim, a infeccionar né. –

Dádi se mantém a distancia. O suficiente pra que eles nem se movessem para encará-la. Claude busca os olhos de Rosa, que também encontra os seus. Ele mantém o silêncio-

Apesar de que ele não parece que vá nem doer mais né? Mais sabe como é frescura de enfermeira, né?  É um tal de as bactérias do ar...

Claude se levanta, sorrindo para Dádi.

C- Dádi, obrigado por trazer.

Afinal cuidado nunca é demais non é?

- Ele volta a olhar Rosa-

Rosa, eu e Dádi queremos saber se você desce pro almoço ou prefere almoçar aqui no quarto mesmo.

 O que a madame vai preferir?

R- A...-

 Ela olha pra Dádi, que a encara de olhos arregalados-


Eu...

Não sei...

O que vocês acharem melhor, eu não me importo...


Dádi faz menção de dizer algo, mais Claude dispara-


C- Dádi acha que você ía querer ficar aqui no quarto o dia todo.

Mais eu acho que ia te fazer bem andar um pouco, mesmo que pela casa..,

O que acha?

R- Hã..

- Dádi a olha espantada-

Eu, eu acho que vou querer mesmo a segunda opção, então!

- ela sorri, e Claude estende a mão, ajudando-a a se levantar.

Claude a pega nos braços.

Dádi, abre a boca-

D- Do...dotor Claudes...

C- As muletas por favor Dádi....

Diz Claude passando pela porta.

Dádi mesmo perplexa pega as muletas e os segue.

(...)

“Devo mesmo estar com cara de idiota, assim, tombando a cabeça de um lado pro outro, que nem cachorro, enquanto faço uma ‘análise profunda’ do prato posto na minha frente.

 Etiqueta...

 Me lembro de ter estudado um pouco, mais...

Não...

Ah! Devia ter ficado lá no quarto.

E ter trancado bem a porta, pra que ninguém me visse comendo.

 Ai! Que vergonha!”

 As mãos dela permaneciam em espera,  

paradas ‘no ar’, sobre o prato e todos os talheres paralelos a ele.

Claude também ainda não tocara na comida.

 A olhava de baixo, e sem perceber, arqueou uma sombracelha.

O que a deixava mais nervosa.

“ Mon Dieu!

Como eu sou estúpido!

 Ela non deve se lembrar nem como se portar na frente de uma mesa assim...

 Mas que bola fora, non?! Ou será que...”

C- Rosa?...

– ele pergunta como quem não quer nada-

 Me desculpe, ...

Você...


Não gostou que Dádi tenha posto a mesa assim, non é?

R- Não...

Tudo bem.

É que eu não tenho certeza se...

- as mãos dela finalmente se movem, e surpreendentemente escolhem os talheres certos pra serem usados naquele prato ‘em questão’.  

Ela apenas sorri timidamente e Claude pisca num sorriso aliviado.


(...)

-É como o eu te expliquei, meu caro.

 Ela pode não se lembrar de fatos, mais certamente se lembrará de coisas mais simples,

como coordenações motoras etc.

É como...

 a fala.

 Muitos pacientes com amnésia podem esquecer a família, a infância,

até o próprio nome.

Mais não esquecem de como falar,

 como escrever e logicamente como andar.

 As regras de etiqueta tem sido usadas por ela nos últimos anos de forma cotidiana,

simples.

Ela já estava acostumada.

Por tanto,

 é evidente que isso justifique ela ter se lembrado espontaneamente delas.

C- Você acha, doutor?

- Mais é claro, meu amigo!

C- Eu... pensei que ela tinha começado a se lembrar...

- Não dá pra ter certeza!

Calma que talvez...

 ela pode sim estar progredindo...

Afinal, ela só acordou a uma semana!

C- Tem Razon...

 Eu estou mesmo muito ansioso...

O brigado mais uma vez.

- Imagine,

sempre que quiser,

 pode ligar, sem problemas.

Se o senhor quiser eu posso adiantar a visita e ir ai hoje mesmo...

C- Non precisa.

 Obrigado mesmo assim.

 Até mais. Tchau.

Claude desliga o telefone e se senta novamente na poltrona.

Observa Rosa através do bar da casa.

Ela está sentada no sofá, um enorme álbum de fotografias no colo.

Ela observa tão criticamente como se estivesse lendo um livro de suspense.



Os olhos percorrem cada rosto, procurando detalhes...

6 comentários:

  1. Coitada da Rosa, alem de não se lembrar de nada ainda está meio que cometendo uma injustiça sem saber.
    Esse Claude é uma fofura!

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  2. Meu Deus, tenho pena dos dois.

    Depois de tudo que sofreram ainda tem mais essa barra pela frente.

    E fora que esse Claude é a coisa mais fofa.
    Rosa não imagina o quanto ela fez bem a ele e agora chegou a vez dele de demonstrar pra ela tudo o que ele aprendeu do lado dela esses 10 anos, ela vai conhecer o maravilhoso francês que ela ajudou a mudar. *-*

    Estou amando.

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  3. Meu acho q to comentando errado...kkkkkkkkkkk adorei Karol,amo nossas Rosas e nossos Claudes..bjs

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  4. ih! Calamba, eu tomem! kkkkkkkkkkkkk

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  5. Meninas, só p concordar c vcs.
    "Meu acho q to comentando errado...kkk"
    "é q eu sou exagerada mesmo assim..quem me conhece sabe q de puxa saco num tenho nem uma unha.hauhau... amo todas vcs por q cada uma é diferente da outra e eu amo a diversidade!"
    - Já eu,Bet, sou intensa e às vzs passo isso nos comentários. Só elogio se acho bom mesmo. Puxar saco já é tão feio, imagine virtualmente! Li algumas fics na comu,,,e do princípio ao fim não comentei pq não gostei. Ou pq as autoras demoravam tanto q eu perdi o fio da meada da história e larguei p lá. Amo as escritoras, cada uma c suas características de estilo.
    Portanto, os elogios continuam de pé...superb!
    bjks chega né? kkkkkkkkkkkk²

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  6. e é isso ai! kkkkkkkkkkk
    gih, diga NÃO a pereba e sim ao...ao... ao quê meu Deus? Ah, deixa pra lá!
    bjs pessoar!

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