“Non consigo engolir essa história de Nara...
Como se ela fosse me... Comover só por que...
Non acredito no que ela disse. Non pode ter sido só isso non...
E aquela moça ruiva que levou Louise... Aposto que ela conhece! Que ela no mínimo contratou pra fazer o serviçim sujo...” – Mon Dieu!...- Claude esconde o rosto dentre as mãos, prostrando-se no torso.
Está molhado e um tanto sujo de lama... Não dormira a noite, nem se quer comera nada até àquela hora do dia. Pensa se não pode pedir clemência, a quem quer que fosse...
Às vezes sentia vontade de gritar, mesmo no meio de uma multidão...
Quem passava, não diria que aquele era ele. Claude Antoine Geraldy, o dono de uma das maiores construtoras imobiliárias de São Paulo.
Os cabelos desgrenhados, juntamente com a barba crescida não lhe davam aspecto jovial, nem mesmo sociável.
Sim, parecia um doido, um mendigo... Apesar das roupas caras (porém sujas).
O sol aparecera, brilhava forte depois de toda uma boa noite de chuva...
O cheiro da chuva ainda podia ser sentido...
Os raios solares pareciam mais um incômodo pra quem ostentava uma cara de poucos amigos (Frasão se incluía dentre os poucos, cuidando de tudo sempre) juntamente com uma pequena garrafa de wisk a tiracolo.
Era por volta das dez da manhã, e o hospital estava relativamente calmo...
Claude é desperto do seu “transe” pela voz de uma criança:
- Ei!!!
Claude espreme os olhos por causa da claridade... Faz cara de espanto ao ver a menina marchar até ele:
- O senhor me desculpe mais acho que o senhor tem ai algo que me pertence! - Claude arregala os olhos- É que eu esqueci meu caderno bem ai onde o senhor está sentado agorinha mesmo e...
C- Ah! – Claude localiza um pequeno caderno de capa vermelha debaixo de si- Ow, me desculpe, hã? Eu non tinha percebido... – estende o caderno para a menina, que agora sorria e o olhava intrigada:
- Obrigada, e eu sei que o senhor não fez por mal...- Claude arqueia uma sombracelha- Mais... Me desculpe por dizer isso mais... Não está muito cedo pro senhor estar bebendo?- ela pega o caderno-
C- Como você sabe que estou bebendo? Não dá pra ver o que tem lá dentro- diz apontando a garrafa prateada- ... Ou senhorita porr acaso tem visão de raio-x?- Ela sorri
- Não... Mais sou esperta o suficiente pra saber o que é uma garrafa de bolso cheia de wisk. – ele abaixa os olhos- Ou no caso do senhor... Quase vazia...
Ele observa os sapatos molhados da pequena, mais logo eles se dirigem ao seu lado, e a menina se senta-
- Posso te fazer uma pergunta?
C- Já fez...- disse dando um gole, a menina se ajeita no banco-
-Outra? – ele balança a cabeça afirmativamente, sem encará-la. Ela sorri- É que o senhor fala engraçado...
C- Sou francês.
- Como assim? Da França?! – ela apóia um cotovelo no encosto do banco, pra encarar melhor o “francês”, toda animada- Lá de onde tem aquela torre grandona... é...
C- Torre Eiffel. Em Paris...- Diz tentando cortar a menina, que ao contrário dele, estava bem animada em conhecê-lo
- Não dê respostas curtas, senhor. Não é educado. – corrigiu-o ficando séria.
C- Pardon... Mas é que non estou com vontade de falar sobre mim...
- Ah, e por que não? Eu adoro ouvir histórias!- Claude suspira e abaixa a cabeça-
C- Non...
- Por favor?!
C- Onde eston seus pais? Hã?
- Só conto se o senhor me contar.
C- Contar o que?
- Onde estão os seus!
C- Meus pais morreram, hã?!
- Oh! Sinto muito... Mais me conta então sua história!
C- cette histoire n'a pas de fin heureuse...- ( essa história não tem final feliz...) pronuncia entre os dentes, fitando os próprios pés.
- Comment savez-vous si ce n'est pas à la fin??( como você sabe se ainda não está no fim?)-
A menina se sente gelar no fim da resposta que nem ela acreditava ter dado.
Arregala os olhos e encara o homem ao seu lado, que ainda processa as informações-
C- Você... ?! - Claude a olha espantado- Você fala francês?!
- Fa..falo???- a menina diz intrigada, questionando a si mesma-
C- Seu pais son franceses?
- Não sei...- ela percebe o deslise- Ah!
C- Espere... Onde eston eles?- Claude fica desconfiado-
- Não sei! – ela solta num suspiro, apertando o caderno no peito-
C- Está perdida?
- Na verdade...
C- Nesse caso eu vou te levar pra policia, eles devem estar te procurando, non? – Claude levanta num pulo- Como é o seu nome?
- Não! Policia não! De novo não!
C- De novo? Você andou fugindo é? O que você aprontou?
-Nada!!! Eu juro! É que eles queriam me levar pra um orfanato! E eu não queria ir!- ela salta soluçando-
C- Calma! Calma, hã? Também non precisa chorar non...- ele põe as mãos nos ombros da menina, que agora chorava- Mais enton... Qual é o seu nome?
- Não sei...
C- Você non tem nome? Como as pessoas te chamam?
- Me chamam de Gil...
C- O meu é Claude. Você deve estar com fome. Que tal agente comer ali na lanchonete do hospital?-
Gil sentia medo de entrar num hospital de novo... Medo que achassem ela de novo e tentassem levá-la pro tal orfanato...
Ela tinha pavor de orfanato, já que era com essa palavra que dona Filó lhe ameaçava caso ela dissesse que iria fugir. Chamava-a de mal-agradecida, dizia que a tinha encontrado na vala e que a tinha livrado do orfanato, onde as crianças tinham de lustrar o chão com escovas de dentes.
Mas aquele senhor não parecia ser “do mal” ela tivera simpatia por ele mesmo ele sendo tão “rabugento”...
- O senhor tem certeza de que agente pode entrar aqui?- Ela pergunta observando a sofisticação do lugar, onde ela não acreditava ser um lugar pra todos. Especialmente pela aparência que Claude levava, ela temia que expulsassem os dois de lá, assim como aconteceu quando ela entrou com o “amigo da rua” numa lanchonete.
C- Claro! Por que non?...- Claude sorri, pois imagina o porque da pergunta- Non se preocupe, hã?
Claude tira o pesado e úmido sobretudo negro e o põe sobre uma cadeira. Puxa um assento para sua “convidada” que ri do gesto:
- Merci?- Ela o olha questionando, Claude assente e se senta...
ebaaaaaaaaaaa to lendo
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