C- Vai, pode começar a explicaçon!- Claude grita com Rosa, que jaz sentada no sofá, emburrada.
R- Oque? Você continua desconfiando de mim?! Vai perguntar pra sua noivinha, ela vai saber te dar uma resposta com certeza cheia dos mínimos detalhes!
C- Rosa, você non pode acusar Nara por isso, hã?
R- Jura? E você sabia que você também não tem direito de me acusar disso também? Como você pode achar que eu arquitetaria uma artimanha dessa só pra me vingar?
C- Rosa! Rosa eu non tenho como negar que achei muito estranha a história de como você conheceu o casal Smith... Non posso negar tambem que eu non sei como miss Smith poderia me aparecer com uma idéia dessas sem ser pelo simples fato de que ela duvida que o nosso casamento seja normal...
R- Claude, é melhor você pensar numa boa solução, numa boa desculpa pra eles não virem pra cá!
C- Eu? Eu pensar em soluçon? Quem é o gêniozinho do mal da trupe aqui é você e Frason, eu non tenho o menor talento pra isso non...
Depois de muita discussão, de o “se vira meu irmão” de Frasão ao telefone, e de muito andar de um lado pro outro na sala, Claude desiste:
C- Quer saber de uma coisa? Cansei! É, eu cansei! Peço pardon, e me despeço por aqui! Non quero mais saber non, vou... vou contar a real situaçon e desistir de toda essa loucura...
R- Ah, mais não vai mesmo!- Claude se surpreende com Rosa, que dum pulo se levanta- Eu não passei tudo o que passei pro senhor pedir arrego no meio da partida não!
C- Mais acontece que non tem mais partida nenhuma non, hã? É fim de jogo!
R- Mais como você é persistente, não? Ô doutor Claude, isso aqui pode ter parecido uma grande brincadeira mais nós dois sabemos que é muito sério! –
Ele se joga no sofá, ela volta e senta do lado dele- Claude! Esse é os seu maior sonho! O projeto das casas populares é também um grande sonho na vida de um monte de gente! Eu sei como é dolorido ter uma ordem de despejo nas mãos, ver a família se desesperar, perder o sono...- Ele o olha sem palavras
- Eu não vou permitir que tudo o que agente já fez tenha sido em vão! – ela se ajeita no sofá- Se é uma casa feliz que dona Elisabeth Smith espera ver, então é uma casa feliz que ela verá!- Claude se desencosta do sofá, apoiando as mãos no joelho e encarando Rosa em questionamento-
C- Mas como agente vai fazer pra convencer eles do nosso... casamento?
R- Ué, com o nosso velho teatrinho! Não se esqueça que eu aprendi com a melhor, Roberta Vermont me ensinou, meu bem! Claude, por que esse medo agora? Não vai ser a primeira vez que agente fica de sorrisinho estampado mesmo estando morrendo de medo deles, né?- os dois riem.
C- Mais tem mais um detalhe...- Rosa empalidece por que agora a ficha lhe fez Tric!- Acho que a senhora se esqueceu né?....- rosa agora ruboriza- Com o casal Smith hospedado aqui nós teremos que dividir um único quarto. Você tem certeza de que quer fazer isso?- Rosa desvia o olhar. Pausa. Breve suspiro:
R- Se não tem outro jeito... Mas fique o senhor sabendo que se me irritar muito te tranco no armário!
Resolveram então que dividiriam o quarto, embutindo um colchão inflável em algum lugar, “debaixo da cama, talvez...”(o que não lembravam mas não era viável pois a cama tinha colchão Box)
Ao constatarem tal coisa resolveram então que o melhor lugar pra esconder o colchão era no closet. Manteriam o colchão sempre cheio, já que não teriam tempo de enchê-lo todas as noites. Também tentaram um sorteio pra decidir quem teria direito á cama, mas depois desistiram e resolveram se intercalar a cada noite. Foi engraçado pra Dádi que presenciava as negociações que foram feitas durante o jantar...
.D- Isso é que eu chamo de jantar de negócios, né não meu povo?- ria.
No outro dia estranhamente Claude acorda cedo, tendo perdido totalmente o sono. Senta habitualmente no sofá, e começa a ler o jornal. Rosa desce sonolenta, senta ao seu lado, os dois conversam um pouco sobre a saudades de Rosa de ouvir a barulheira de seu lar pela manhã, do tédio que ela sente em ficar sem fazer nada...
Ela pede a Claude a levar pra ver Sérgio na casa de Roberta, ele concorda a contragosto, ela encosta a cabeça no ombro dele pra ler o jornal. Nele dizia que Sérgio salvara Roberta de um assalto. E ali dizia também que ele faria o protagonista no novo filme estrelado por Roberta. A alegria de Rosa faz o francês ficar meio arrependido de ter dito que a levaria pra vê-lo...
D- O café tá na mesa, viu doutor Cloudes? Mas vocês madrugaram hoje, hein?
(...)
“Me surpreende Frason non ter me dado noticias... Afinal dois dias sem ele aqui pra me torrar a paciência foge do que se pode dizer normal da parte daquele maluco...” Claude pensa em breve pausa durante a leitura de uns relatórios que ele deveria analisar até a segunda. “segunda... Nunca vai deixar de ser o dia que eu mais odeio na semana!” ele está sentado numa poltrona da sala. Em quando dá mais um sorvito na xícara de café olha pras escadas, vê que a casa estava quieta de forma alarmante... Onde estaria Rosa?
Ele não a vira desde a hora do almoço...
Ele então volta a se concentrar na leitura, mais dali a dez minutos se salta da cadeira ao ver Rosa entrar no recinto. Ele se controla pra não gritar, receando que dona Rosa lhe responda o desaforo à altura. E nesse momento, brigar com ela não parecia uma boa idéia. Então ele inspira e na voz mais calma que consegue soltar pergunta:
C- Dona Serafina Rosa Petroni Geraldy, onde raios a senhora estava?!
R- Oi... Boa tarde, pro senhor também, doutor Claude!- diz cinicamente, depositando a bolsa no sofá, sentando ao lado dela em seguida.
C- Sem rodeios Rosa, hã? Onde você foi?
R- Eu estava tomando um chá....
C- O que? Tomando chá? Mas onde, com quem?
R- Eu sei que você anda desconfiado de que eu possa estar trabalhando pra tal concorrência da sua empresa, pra tentar te derrubar. Mais Claude, eu só quero deixar claro, que eu seria a ultima pessoa a te desejar algum mal!- Claude vai até o sofá e senta do lado dela. Diminui o tom:
C- Eu sei, Rosa eu sei....- levanta os olhos encarando-a- Mais enton... Non vai me contar onde estava?
R- Já disse! Eu fui tomar chá!- levanta, ficando de pé na frente dele- Com miss Elisabeth Smith!- Claude arregala os olhos e levanta num pulo:
C- Coman?!
R- Calminha ai Claude!- ela começa a andar devagar- Quer que eu te conte, eu te conto!... Mais... Você antes,... eu posso te fazer uma pergunta?
C- Hã?! Ué, mais que pergunta?- franze a testa. Rosa ri meia sem jeito.
R- Não é nada de muito especial, é que eu queria saber se por acaso aqui você não tem
DVD...
C- DVD?
R- É... é que eu fiquei aqui sozinha no maior tédio e me lembrei de que as vezes eu assistia filmes da Bette Davis... E eu fiquei com essa idéia na cabeça... E então, tem?
C- Ter DVD eu tenho lá no salon de jogos,...- que ficou mais pra biblioteca por ele não ter filhos, essa lembrança anestesiou um pouco o susto do rumo da conversa tida até agora, mais ele aos poucos volta – Só non sei se tem Bette Davis, non?... –ele ri- Anos 30, hã?
- Rosa sorri- Mais enton, você prometeu, non vai me contar, o que você e miss Smith falaram?
Rosa então conta que miss Smith a convidara por telefone; que ela tratou de inventar uma boa desculpa pra a história de eles terem casado no hospital, que aliás foi um detalhe relatado por Nara; de que ela e Nara não se entendiam por causa de Claude e por isso Nara tentaria sim prejudicar com o ex-noivo a qualquer custo...
C- E ela acreditou?
R- Acho que acreditou, pois ela ficou me dando conselhos, pra me prevenir de possíveis ataques de Nara Paranhos- disse sorrindo. Claude em troca ficou quieto. Sério. – Claude?... Não vai me dizer que você é quem não acredita que sua noivinha tá louca pra te ver na forca, hã?
C- Tá, tá eu admito que Nara tenha lá seus ataques non?.... Mais daí acreditar que ela faria de tudo pra me prejudicar... Non posso dizer isso com convicçon non...- Rosa franze a testa, Claude percebe que não devia ter feito esse comentário! ...- Enton? Vamos ver Bette Davis?- ela sorri surpresa
R- Assistiria comigo?
C- É, já que non temos nada pra fazer,... vamos lá pedir que ela nos acompanhe no nosso domingo sem sol tedioso, hã?
Rosa nem acredita, o doutor Claude vendo Bette Davis?! Eles conseguem um famoso dela, Marked Womam, Mulher Marcada. Se sentam no carpete felpudo do salão de jogos-biblioteca-escritório de Claude, comendo pipoca com manteiga.
No fim das contas Rosa percebe que o francês tirava mesmo era um cochilo, nem pegou o final. Ela o acorda com almofadadas, os dois riem muito de verem que havia pipoca grudada até no cabelo de Rosa, que garante ter visto Claude babar na almofada...
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário