quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FIC URCA Parte14- Sangue cor-de-rosa


...
Claude enfim adormece novamente, tenta não sentir curiosidade sobre o sonho que Rosa teve chamando por Sérgio, mais é um tanto inevitável “ela teria alguma coisa com ele?” foi com essa dúvida que ele fecha os olhos, se vendo em sonho outra vez no labirinto.

Mas desta vez não vê a saída, apesar de estar em pleno dia. Decide então escalar a cerca viva, o que lhe faz doer muito a simples respiração, se deixa cair pro outro lado. Então vê novamente a grama verde, mas o dia não está tão ensolarado, o vento agitava folhas secas em redemoinhos, viu um lençol cair do varal, então mesmo ofegando tenta andar de pressa, abrido caminho com as mãos.
Via o balanço vazio, que se mexia com o vento. Olha ao redor e vê Rosa mais a frente. Caída no chão. Ele corre e se agachando põe a cabeça dela em seu colo, sente uma terrível pontada nas costas, o cabelo cobre a face dela, ele tanta ajeitá-la e ao tirar a mão do ventre dela percebe em sua mão e no local um liquido viscoso como sangue, mas era dum cor-de-rosa intenso, o que lhe fez franzir a testa, ele aparta os cabelos da face de Rosa, e vê que o mesmo liquido lhe escorre de um lado do lábios.... *C- Rosa?...

C- Rosa?!- ele acorda assustado, apalpando ás cegas o lugar onde deveria estar o corpo de Rosa. Vê que já é dia, se põe sentado, percebe que as costas não lhe doem.
“Mais que noite do terror!”-

 pensa ao passar o hobby pelos ombros,  sai amarrando o laço pelo corredor, a porta do quarto dos Smith estava fechada. “será que ainda non levantaron?- desce e vê a mesa um pouco mais vazia, não havia ninguém alem de Dadi lavando louças

C- Dádi onde está Rosa?- se senta na mesa.

R- Bem aqui!...- Rosa aparece da dispensa, com um vidro de maple na mão, sorrindo ela pega um prato de panquecas americanas, põe em frente a Claude, despejando um fio do molho maple sobre o prato. Ele a olha intrigado:

C- E os Smith?...- ela senta ainda sorrindo de forma que Claude ainda se mantém surpreso

R- Foram dar uma caminhada matinal.- ela o olha provocante- o que foi? Que cara é essa?-pergunta sustentando a xícara na altura da boca,  ele baixa os olhos no vestido branco dela, o que o faz engolir em seco, ele a encara novamente e sente até um arrepio de ver que ela usava um batom rosa gritante.

C- Nada... Eu fiquei curioso....

R- Com o que?- dá um sorvito no café.

C- Desculpe perguntar mais você lembra como foi o sonho que você teve ontem?

R- Claro que eu lembro.- põe a xícara no pires. – Vi meu amigo Sérgio matando um homem.

C- Matando um homem?  Quem?- Claude percebe que talvez tenha perguntado de mais, Rosa da um sorrisinho maldoso a canto de boca

R- Você.

C- Eu?

R- É. E quando você morreu, você estava comendo panquecas.- Rosa ri apontando o prato em frente Claude, que as analisa de testa franzida.- Tem medo não! Não foi de envenenamento!

C- Também sonhei com você morrendo!- aparta o prato com as duas mãos- Você tinha sangue cor-de-rosa!- pega uma xícara. Ela levanta o bule e começa a lhe servir da bebida

R- Sangue cor-de-rosa?- ela ri. Ele fica sério

C- Ton rosa como o seu batom!
Rosa fecha a cara com raiva e bate o bule na bandeja. Ele levanta os olhos devagar, como que desafiando-a

R- E no meu sonho, o Sérgio te dava uma surra, e você caia durinho num beco!- Ela levanta, levando a bandeja de café pra pia.

C- Num beco eu já tô, né? Num beco sem saída! Só me falta cair duro.- Pega o prato de panqueca- Mais do jeito que eu tô, isso non vai demorar de acontecer non, hã?- da uma garfada. Rosa o fulmina pelas costas. “Como ele pode ser tão.... insensível?!”

(...)

Depois do almoço os americanos saem novamente. Claude se encontrava largado numa poltrona, emburrado. Observava Rosa sentada no sofá, com um quadro branco de papel num cavalete de pintura a sua frente. Ela o olhava sorrindo por vezes, e logo molhava o pincel na aquarela e depositava sobre o quadro.

C- Você está me pintando, é?

R- Não... Você daria um quadro muito estranho, com essa cara emburrada aí... Além do mais, já existe um quadro famoso nesse estilo, o Palhaço triste, aquele que chora, sabe?- ela ri em provocação, ele a fulmina-

C- Enton o que você está desenhando?

R- Espera, eu já te mostro...- ela dá umas ultimas pinceladas- Voila! – ele levanta os olhos e vê que ela ri diante da tela.

C- Eu posso ver?

R- Claro!- Rindo vira o quadro de uma só vez. Nele estava um desenho um tato caricato de uma mulher beiçuda, rangendo os dentes, um cabelo laranja lhe foi desenhado sem o mínimo cuidado, parecia ser palha. Ele a olha zangado, ela arqueia as sombracelhas:

R- E então? Acha que minha musa inspiradora vai gostar?!

(...)

C- Vocês non tem nada melhor pra fazer non?- olha pra Rosa sentada na cadeira da escrivaninha na biblioteca multifuncional da casa. Ela ri dizendo num gesticulado bico:

R- Non! É extremamente divertido!- Dádi lhe entrega um livro, que ele reconhece como seu álbum de fotografias da época de quando era ainda muito pequeno. Rosa o abre e fica sorrindo foliando as páginas. Ele acha que já vira essa cena. Se lembra do sonho, se joga na poltrona-

C- Mas era só o que me faltava, hã?!

D- Olha dona Rosa que bonitinho o doutor Claudes sorrindo!... Mesmo sem ter os dentes, né?- as duas gargalham, Claude segue resmungando.

(...)

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