Fic de Urca parte 2- O Casamento
Chega o dia do casamento, Freitas, o advogado de Claude informa a eles que o casamento será em extremes, por tanto num hospital. Rosa protesta por Claude querer que ela faça o papel de moribunda, mas no final das contas, ela acaba aceitando.
R- É seguinte, eu não vou ter que, sei lá, andar por aí com... com aquela roupinha de paciente, com direito a pedestal de soro e tudo não, né? – diz nervosa
Fre- Não se preocupe, não será pra tanto. Mas o que eu sugiro é que tenha direito a trajes...a rigor, eu diria...
R- Oque? Tá falando de... vestido, vestido de noiva, é?- Rosa franze a testa. Ela detestara a idéia. Desde o... acontecimento na vida dela, ela não sabia como iria suportar vestir um vestido de noiva novamente...- Ah, não sei não... Não é um pouco desnecessário?
Fre- Bom Rosa, eu digo isso porque num casamento em extremes, o juiz espera ser convencido que tudo esteja acontecendo naquelas circunstancias pra realizar o ultimo desejo de um dos noivos, um sonho... Entende? Então, pra garantir que ele acredite...
F- Mas peraí, galera? Onde agente arruma um figurino de noiva a essa altura da novela das oito?
C- Ah, Frason, esqueceu que aqui quem fala é Claude Antoine Geraldy? Eu tenho meus meios, hã?- diz discando no celular
F- Eu diria que você tem seus contatos, né?- cruza os braços sorrindo
C- Alô? Roberta?- no telefone
F- E que contatos ein?- olha pra Freitas rindo. Rosa fica quieta, observando tudo mas aparentemente distante. Pensava que aquilo soava mais como um delírio, aluscinação. Ela ia casar com o patrão?!
C- Seguinte! Eu non sei se vai ser ai, um belo vestido di noiva non, mas Roberta vai vestir Rosa pro casamento, hã?
F- Mais uma pra caixinha ein, francês? Não perde a bola né? Até Roberta não nega quebrar teus galhos... – Claude meneia a cabeça mas na parte do teus galhos, ele franze a testa.
R- Espera... Roberta?A Roberta Vermont? Eu vou ser vestida pela Roberta Vermont?- diz Rosa entusiasmada, poxa, vestido de noiva não é tão mal assim...pensou.
C- Tá mais agora é melhor agente ir embora daqui, hã? Ainda tô correndo risco de ser pego aqui pelo doutor Egidio, ou por Nara, que non pode nem sonhar com issi, hã?
Eles chegam no hospital, Roberta está numa sala com Rosa, que nem acredita ainda no que está acontecendo. Claude, Frasão, Freitas, e o juiz esperam no salão.
R- Nem acredito que eu estou aqui, casando com meu patrão! Meramente por um negócio, mais casando!- diz Rosa enquanto Roberta termina de borrifar o fixador em seu cabelo.
Rob.- Querida, eu é que não acredito que eu estou aqui, num hospital, testemunhando participativamente de mais uma das loucuras do Claude.- diz levantando o queixo de Rosa, como que pra conferir o trabalho dela.
A- Roberta, eu trouxe a caixinha que você me pediu, ó.- diz Alabá, que acaba de voltar do carro, trazendo um porta jóia em veludo azul marinho, que entrega a Roberta, esta o abre e tira a peça, pondo no pescoço de Rosa.
R- Dona Roberta.... Eu não posso usar essa jóia... Que isso?!- diz Rosa constrangida pelo colar de pérolas e diamantes com qual Roberta a ornara.
Rob- Que nada querida, eu quero minha obra prima completa, hã?- diz num sorriso.
No salão...
C- Mon dieu! Como tá demorando!
Juiz- tem certeza de que a noiva não morreu? Er.. quer dizer, alguem já verificou se a noiva esta bem?
F- fica tranqüilo seu juiz, a noiva não tá sozinha não!- diz rindo, vendo Claude cada vez mais nervoso.
C- Frason, que idéia de girico trazer logo quem pra arrumar Rosa, Roberta! Perfeccionista como é, vai demorar a jamé!
F- Ô francês, olha o drama, elas já tão vindo ali, olha!
Claude se vira e vê que Roberta e Alabá vem na frente, e Rosa é empurrada por um enfermeiro, ela esta numa cadeira de rodas, a primeira impressão de Claude é que é tudo DE VERDADE, acha meio estranho, sente até um arrepio, mas aí presta atenção na NOIVA, que está realmente linda, Roberta lhe arrumou o cabelo num penteado lindo, prendeu somente a parte de cima do cabelo dela, pôs uma tiara em metal com estrass linda, o vestido era simples, mas muito meigo, deixava os ombros e o colo a mostra, Claude engole em seco, ela chegou ao lado dele. Os dois se olham e se cumprimentam em um gesto de cabeça como “pronto, e você?”
J- Serafina Rosa Petroni, aceita Claude Antoine Geraldy como seu legitimo esposo?
Pausa, Claude engole em seco, olha rapidamente pra Frasão e volta a encarar Rosa, com uma expressão meia de medo , Rosa respira fundo e arqueando as duas sombracelhas (quase que enrugando a testa)responde sem nenhum entusiasmo:
R- Sim. – suspiro. Claude visivelmente nervoso tremelicava sem parar
J- Claude Antoine Geraldy , aceita Serafina Rosa Petroni como sua legitima esposa?
Antes mesmo de dizer, enquanto o juiz falava, Claude afirmava com a cabeça, muito nervoso,
C- Sim. – diz entre os dentes, sem encarar Rosa, que o olhava fixamente, com uma expressão de raiva.
Os dois assinaram e na hora do beijo...
C- hã... – arregala os olhos, juntamente com Rosa, que faz cara de medo e espanto, quando Claude se abaixa, ela fecha os olhos franzindo a testa e...
Smack, ele a beijou na testa. Ela abre os olhos e vê que ele sorri, ela suspira aliviada, mas o olha com uma cara de “ no que você andou pensando, ein?” Ele percebe e disfarça.
F- É oficial, amigo, esse francês aí não é mais encalhado! Hihi!
C- É, pois é non?Vai... vai tirando sarro, vai! – tenta dar um tapa na cabeça de Frasão que se esquiva.
Rob- Claude, cherri, eu tenho mesmo que ir. Não sei se eu te dou os parabéns ou...
C- Que issi, Roberta, até você? Nada de parabéns non... Ta maluca, mas mesmo assim, obrigada ai pela ajuda, non? Se non fosse você queria só ver onde eu ia conseguir uma roupa de noiva em hora de pico em plena quinta feira em Son Paulo , hã?
Rob- Ora Claude, foi divertido improvisar uma noiva, ainda mais num ambiente hã... exótico, né? Hospital dá um marketing incrível sabia?- ri Roberta,- Tchau, Claude- o cumprimenta com beijinhos no rosto.
F- Tchau Roberta, muitíssimo obrigada, ein?- diz Frasão beijando-lhe a mão.
R- Obrigada Roberta, você é mesmo um amor! – diz Rosa rindo por Roberta se abaixar pra beijá-la a bochecha, já que ela ainda estava na cadeira de rodas.
Rob- Ah, querida! Só não me confunda com madre Tereza de Calcutá, hã?- as duas caem na risada.
F- E cadê a Alabá Roberta? Nem se despediu da gente...
Rob.- Ela pediu desculpas, Frasão, mas na verdade a culpa é minha, ela esta atendendo a imprensa...
F- Há essa hora, Robertinha? Tá podendo mesmo, ein?
Rob- A Frasão, sabe como é, é o filme... - diz indo embora.
C- Agente pode ir ou ta difícil, hã?
R- Claro, mais será que eu não posso ir com minhas pernas não, ein? Poxa eu já to agoniada de ficar aqui nessa cadeira, sendo arrastada que nem boneca de um lado pro outro! – protesta, Frasão pega a cadeira e começa a empurrar
F- Então vamos, boneca...
C- Claro que agora num dá né dona Rosa, pensa, hã? O juiz tá bem ali, ele pode acusar agente de falsidade ideológica, sabia?- diz irritado.
F- Mas não de falta de criatividade né francês? Aqui ó casô com uma boneca! – diz brincando com a cadeira de Rosa, que ria sem parar.
C- Ah! Mon dieu! Era só o qui faltava, ow ? – diz bufando enquanto abria a porta da salinha onde Rosa se “recomporia”. Rosa Desfaz o penteado, soltando o cabelo, tira os sapatos que Roberta lhe colocara, “Nem devem ter sido feitos pra alguem que possa mesmo andar” pensou, calça suas sapatilhas e... “ah, o colar!” tira o colar e o guarda, Claude bate na porta:
C- O boneca, tá viva? Se tiver difícil ai eu te chamo um médico, agente tá num hospital mesmo, hã?- diz sarcasticamente.
R- Já vou!- diz Rosa meio perdida na bagunça de suas roupas, tentando enfiá-las sem sucesso na bolsa, se vê obrigada a dobrá-las e colocá-las dentro de uma sacola azul pra lixo. Nervosa pega tudo de uma vez e sai do quarto segurando o saco numa mão o buque na outra, suspendendo desajeitadamente a saia do vestido, se espanta com Claude, que estava encostado ao lado da porta,
R-Ai, que susto!- põe meio que automaticamente a mão que segurava o buquê no peito, Claude olha como quem vai fazer piada, Frasão chega
F- Demorou ein, noiva em fuga? Pronta pra maratona? – ri apontando os calçados a mostra de Rosa- Agente vai agora jantar pra comemorar né minha gente, afinal, ninguém é de ferro, né?- diz conduzindo Rosa abraçando-lhe pelos ombros, obrigando Rosa a soltar um dos lados da saia.
R- Olha o vestido! – diz sorrindo a Frasão, que cantarola. Os dois meio que ignoraram Claude, que andava atrás dos dois revirando os olhos e resmungando.
No restaurante, Claude se sente estranho, inquieto, olha pra Rosa meio assustado, não tinha se dado conta mais a verdade era que Rosa era uma mulher, sim, e uma bela mulher, ela ia de papo com Frasão, os dois riam muito, Claude ficava estagnado, olhando intrigado pra Rosa, ora pra Frasão, como quem não tá entendendo o que eles falam. Nesse momento se dá conta de que uma voz fala com ele, mas o que ele olha é Rosa, que lhe dá um sorriso e arqueia as duas sobrancelhas quando dá um sorvito na champanhe.
F- Ô Claude, tá me ouvindo?
C- Hã?- diz olhando pra Frasão.
F- Viu só, é disso que eu tô falando, mon ami, acorda! Se tá calado demais! Tô começando a achar que agente devia é ter ficado lá pelo hospital mesmo! Desde que agente chegou você mal tomou nada! Fala, fala o que tá se passando nessa cuca francesa aí, ein?
C- O que tá passando é que... – um homem passa e canta Rosa que olha num sorriso meio encabulado pra Claude, que só levanta os olhos pra olhar o sujeito- ...que eu non sei ainda como enrolar mais Nara non, doutor Egidio disse que ela já tava quase com tudo pronto pro casamento e...
F- Francês desencana! Você não percebe a jogada, não? Eu já te avisei dessa duplinha do mal aí- pausa prum gole- só você não me acredita né?
C- Non vem com historia pra mim non, Frasão. – Rosa suspira e revira os olhos, meneando a cabeça, Claude percebe a movimentação e vira pra ela, ela disfarça, Frasão ri discretamente e levanta a taça, como que oferecendo um brinde- Já disse qui non tem como eu acreditar que doutor Egidio ou mesmo Nara ton tentando me dar um...golpe, non...- diz levando a taça até a altura da boca- Eu acho melhor agente ir embora logo, eu tô com sono!- diz virando a bebida na boca, com cara de emburrado, ao mesmo tempo que vê que o homem sentado na mesa ao lado, sorri pra Rosa, levantando o copo pra ela. Ela sorri, Claude olha com uma cara feia pra ela, ela olha pro outro lado.
F- fala sério, sono?! Hahaha conta outra! Você tá é se borrando de medo da Nara te pegar, confessa!
C- também, hã? Também. Já imaginou o que ela faz se me pega jantando com... –olha pra Rosa que cora procurando um ponto pra fixar o olhar.
F- Diz que enfrenta até leão, mais na hora do vamos ver morre de medo da cara feia da fera, né, Claude? – ri Frasão, Claude arqueia as sobrancelhas e vira de vez o copo na boca.
C- Chega, vamos embora, hã?
R- Doutor Claude...? Eu preciso tirar esse vestido, devolver as jóias da dona Roberta!
F- Ih, é mesmo o vestido... Rosa porque você não trocou lá no hospital mesmo?- Rosa aspira pelo nariz:
R- é que o doutor Claude tava batendo tanto na porta, nem deu tempo!
C- Ah, agora a culpa é minha é? Claro. – diz abrindo passagem pra ela entrar no carro.
F- Então faz o seguinte, devolve tudo depois. A Roberta não vai se importar não.
Rosa sorri, mas ainda sim pensa em como ela vai fazer pra tirar aquela roupa antes de chegar em casa...“dona Joana” pensou.
O carro estaciona, Claude abre a porta pra Rosa.
C- Obrigada Rosa, você me salvou!
R- Bom fazer negócio com o senhor também. – ri, seguida por Claude.
F- Essa menina é das minhas Claude eu já falei! Diz Frasão de dentro do carro. Rosa surpreende Claude com um beijo na bochecha e sai.
R- Tchau doutor Claude! Boa noite doutor Frasão!- diz já se afastando.
F- Só Frasão, boneca!- brinca fazendo Rosa sorrir.
Claude fica ali parado ainda meio anestesiado, se perguntando o porque de alguma coisa que lhe chamava a atenção em Rosa...
F- Ô francês...? Dá pra vir logo? Eu é que bebo e você que fica ai meio lesado é?
C- Lesado... Que lesado o que, só tô com sono, já dissi mais qui coisa, ow!- diz entrando no carro.
F- Vê se não dorme no volante que o Frasãosinho aqui tá muito novo pra morrer!
C- Hã...Pois é né?Na flor da idade, tadim de Frason, tão moço e tão bocó!
F- Bocó? Há, mon ami aqui quem tem medo de onça é você!- diz gargalhando, Claude segue resmungando, e Frasão só rindo da situação.
(...)
Rosa passa na casa de Joana, que estranha ela a essa hora, ainda mais quando reparou na roupa de festa, na maquiagem... E na HISTÓRIA que Rosa lhe contava enquanto tratava de se despir da FANTASIA DE CINDERELA. Joana dizia sem parar: num tô gostando disso... Rosa mais que loucura, meu Deus do céu! Se Teu pai fica sabendo...
R- Ele não precisa saber dona Joana! Nem ele e mais ninguém daqui do cortiço.... – disse enquanto despia o vestido de forma imprecisa- Ai, me ajuda, aqui! – Joana a ajuda- Eu só acho que da minha mãe eu não consigo esconder nada, né? Ah, e o Pipinone... Mas isso é segredo! Até que se prove o contrário!- suspira.
J- menina....
(...)
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