quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

FIC URCA Parte20- O conto continua...





A porta da igreja se abre, e Claude e Rosa seguem sorrindo como nunca sob uma chuva de pétalas de rosas vermelhas...
Ao chegar em casa, Rosa tira os sapatos na porta, e sobe as escadas correndo, Claude pega os sapatos dela do chão..

C- Espera, Cherri!- e sobe correndo também...

Rosa tenta abrir a porta do quarto mais não consegue... Ela dá uma risadinha e entra no quarto de hospedes, agora desocupado. Claude passa e ela vê por detrás da porta, ele olha pros lados:

C- Rosa?...- ela vai correndo e pula nas costas dele- ..Rosa?! Você... Quer me matar Cherri?- ela desce e o encara-

R- Não disse que gatos tem sete vidas? Touche!- diz rindo e espetando a barriga dele com o indicador, ele ri e a beija.- Eu não consigo abrir a porta...- ele sorri e balança a chave na mão:

C- É que eu quis me prevenir....- diz abrindo a porta

R- De que?- ela se aproxima pra entrar no quarto

C- De que eu ia poder fazer uma coisa- ele a afasta com a palma da mão, lhe dá a volta, ela o acompanha com a cabeça, ele a pega no colo- Ah! Eu non te roubei pra mim, hã?- ele ofega artificialmente junto ao pescoço de Rosa, que gargalha sem parar...

(...)

Algum tempo depois...

Rosa acorda, vê uma rosa vermelha depositada cuidadosamente no lugar onde deveria estar seu marido, ela franze a testa sorridente e se senta pegando a flor:

R- Claude?....- ela percebe que a flor tem o cabo amarrado por um fio de lã vermelha, que vê traçar um caminho além da porta do quarto, que estava fechada- O que você está aprontando dessa vez?- ela levanta indo seguir a linha...

Ela anda seguindo o caminho de lã, que parece se encerrar dentro da biblioteca, ela abre a porta, e finalmente avista o novelo em cima da mesa, mas ao se aproximar vê o livro do gato de botas de baixo do novelo, que se transpassava pela ultima página do livro.

Ela sorri da brincadeira e ao observar a mesa vê um par de sapatos que reconhece sendo seus, ela os toca e de repente uma voz surge assim como braços em sua cintura:

C- Cuidado com isso Cherri... São armas letais...- Claude ri lhe beijando o pescoço-


R- Claude?!.... Seu louco!- ela se vira pra ele, ele lhe mostra a cadeira, ela senta. Ele se agacha ao lado dela-

C- Eu non te prometi contar o por que de eu ter comprado esse livro pra você?

R- É.... Eu acho que me lembro...- diz ela sorrindo ao receber o livro no colo.

C- Mas só quando você terminasse de ler, non?

R- E eu terminei. Essa foi a milésima vez que eu li!- diz rindo

C- Non...Resposta errada, hã?- Rosa fica surpresa- Foi a quarta! Você leu pela quarta vez, non?- ela ri

R- Mais... Como você sabe?

C- Ow, eu sei... Sei e pronto... Mais... eu prometi, non? E agora vou te contar...
Ele respira fundo- Hum... Non vai me tachar de maluco, hã?

R- Tarde demais pra pedir... Eu já tenho sua imagem como de um maluco... Mais um maluco maravilhoso!

C- Enton... Non tem jeito, né? Lá vai.... Eu te comprei este livro por que eu vi você lendo ele!

R- Mais... Como? Eu nunca tinha visto este livro aqui não... Você não comprou ele naquele dia?

C- É. Comprei, comprei naquele dia...

R- Então... Como eu poderia estar lendo ele?

C- Nos meus sonhos você estava, Cherri.- Rosa sorri ainda sem entender- Você non me deixava nem em sonho! Pois é meu amor, nem em sonho eu poderia ficar longe de você!- beija-lhe a mão-  Mais... tem mais... Você lembra da moral da história, non lembra?

R- Que afinal, o filho mais moço não saiu prejudicado em relação aos irmãos. O gato era o sonho do garoto de mudar de vida. E o gato veio como um sonho, realizou seus desejos e deu-lhe a nova vida… - ela ri-… mesmo sendo trapaceiro!-
 Claude lhe segura a mão, ouvindo atenciosamente o resumo dela-  Mais ainda sim, o gato nos apresenta como herói, mágico, luta por uma causa que nos faz torcer por ele e pra que seus planos dêem certo! Chega a  ser contraditório, né?

C- Oui… “Isso por que nos contos, sempre resumimos assim: Os bons son recompensados e os maus punidos”, mas nessa história non podemos dizer se o gato era bom ou mal…

R- É… Eu não consigo definir com convicção mesmo- ela ri

C- É. E ai é que esta o significado. Nessa empreitada toda, Rosa, você foi o meu gato de botas, hã? Ou seria de saltos?- ele ri, ela faz cara de zangada, mesmo rindo-

R- Mas eu não sou tão mal como o gato as vezes era!

C- Non…- ele levanta e a abraça pelas costas da cadeira- Mais as vezes… Pra mim era insuportável!

R- Ora!- bate na mão dele, rindo-

C- Olha, viu só? Você também é mau!- os dois gargalham

R- Não! Você mereceu!-

C- É…- ele volta a se agachar do lado dela- Mais você acha que o garoto mau agradecido merecia um gato mágico?- Ela nega com a cabeça- É… Eu também non acho que te mereci… Mais eu agradeço Rosa, meu amor! Eu agradeço por tudo que você fez por mim… Todas as loucuras e… Até mesmo por todas as mentiras que você teve que dizer… só pra… só pra me ajudar, non?- ela beija a testa dele com ternura-

R- Acontece, que sem o dono, o gato de botas faria o que?

C- Non sei… Ele… Viveria pra ele mesmo… Seguiria seu próprio caminho…

R- Não, Claude. Sem os problemas pra resolver, e fazer o garoto feliz, o gato de botas não teria caminho pra seguir, hã? – Claude sorri e a beija…-

(…)

Claude está dormindo… Foi dormir com uma dor de cabeça terrível de tanto ficar na frente do computador e de tanto ler documentos… Mas algo levemente lhe faz cócegas nos braços, parecem pequenas e macias… pegadas….  pegadas?! Ele abre os olhos e percebe o cabelo de Rosa, que estava debruçada sobre ele…

R- Acorda!...- ela lhe dá petelecos com os dedos dentro de uns sapatinhos de lã branca, só então ele se vira e fica pasmo com os sapatinhos e o sorriso da esposa- Se ele já estivesse aqui, - diz batendo os sapatinhos um no outro- ele não ia gostar de te ver assim de humor matinal, sem fazer a barba e com os olhos esbugalhados!- ela ri contagiando ele também, que agora se senta dum pulo, todo bobo em saber que no ventre de Rosa estaria seu tesouro…

(…)

Au clair de la lune...Mon ami Pierrot...Prête-moi ta plume... Pour écrire un mot...Ma chandelle est morte...Je n'ai plus de feu...Ouvre-moi ta porte, Pour l'amour de Dieu...

Rosa abre os olhos, vê Claude debruçado alisando sua barriga, ela sorri-

C- Au clair de la lune...Pierrot répondit :"Je n'ai pas de plume, Je suis dans mon lit.Va chez la voisine, Je crois qu'elle y est...Car dans sa cuisine, On bat le briquet....Au clair de la lune...L'aimable lubin...Frappe chez la brune, Elle répond soudain, Qui frappe de la sorte ? Il dit à son tour :Ouvrez-moi la porte, Pour l'amour de Dieu...

R- Claude, o que você está fazendo?- Diz ela alisando os cabelos dele, que está atravessado na cama, de terno e tudo-

C- Estou cantando pra ela, hã?                    

R- Ela? E quem disse que vai ser ela? Nem dá pra saber ainda!

C- Ora mais eu digo que vai ser ela e pronto, hã?

R- Não senhor! Vai ser menino! Agente precisa de alguém que nos defenda quando ficarmos bem velhinhos!- ela ri, ele se sustenta nos cotovelos-

C- Vamos fazer assim enton, se nascer menina, que é o que eu quero, eu deixo você escolher o nome dela, hã?- ela ri negando com a cabeça- E se for menino, que eu vou amar do mesmo jeito, ...eu escolho o nome, pra compensar.

R- Compensar?! Claude você é maluco mesmo!- diz ela rindo enquanto ele lhe beijava o pescoço subindo de sapato e tudo na cama...

(...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário