FIC URCA Parte 7 : Férias de casa.
Am- Olha, minha filha, eu ainda acho muito o que você está fazendo pra ajudar esse doutor, aí. Mais se você diz que gosta dele e quer ajudar, eu não sei... -diz Amália alisando os cabelos da filha que repousara a cabeça em seu colo- De repente você tira umas férias...- Rosa levanta a cabeça pra olhar a mãe.
R- Férias? Mais como férias, mãe?- pergunta animada.
Am- Ora, você diz que saiu de férias do trabalho, e que quer viajar, com a desculpa de que ultimamente você anda desanimada com as coisas por aqui...
R- Desanimada, mãe? O papai vai mesmo acreditar depois do doutor Claude ter vindo aqui e dito que era meu namorado?
Am- Ué, você diz que separou, que rompeu o namoro, Serafina! Aí, você diz que vai visitar os meus parentes lá no interior...- diz com os olhos meio marejados.
R- Ai mãe, é perfeito! Mais... Será que ele vai deixar, sem...
Am- Chiar ele vai, não tem jeito, mais você insiste, agente amola ele e ele vai acabar cedendo, filha, eu garanto!- Rosa levanta o torso pra beijar a face da mãe, e logo volta a repousar no colo dela outra vez.
R- Perfeito mãe, perfeito!- sorri, ainda viajando vendo o ventilador girar...
(...)
“É hoje me “despeço” da minha família e do pessoal do cortiço, o Claude mora do outro lado da cidade, vai ser difícil qualquer um deles me encontrarem... Mais confesso que apesar de ser só por pouco tempo, vou sentir muita saudade de todos!” pensa Rosa, já segurando as malas, observando o pai fazer todo um drama:
G- Ainda no entendi por que nos num pudemo te levar na rodviária, hã?
R- Ora, pai mais não precisa me levar! Eu vou levar pouca coisa e além do mais vou da taxi até lá! Não quero cansar vocês, lá no meio daquela confusão toda que é uma rodoviária, aquele mundo de gente... Não pai! De jeito nenhum!
G- Dio vi benevica, figlia mia!
Teresinha e Dino se despediram de Rosa antes de saírem, e agora, Rosa deixava apenas os pais ali, olhando ela se afastar- ela lhes acena sorrindo- “nem acredito no que estou fazendo!” Pensa, nervosa.
(...)
C- Tem certeza que isso é mesmo necessário, Roberta?
Rob- Ô Claude, eu acho melhor agente se preparar antes de ouvir mais uma pérola daquelas, né?
F- Realmente não dá pra dizer que mora mulher aqui, né Francês?
A- Pronto Roberta, a Dádi agora tá lá no quarto arrumando as coisas que você pediu, mais se quiser eu posso continuar por aqui sozinha.- Claude faz cara de assustado.
Rob- Obrigada, Alabá, mais pode deixar, depois agente só põe mais umas flores por aqui e já está ótimo!
F- Nem pense em reclamar, francês! Elas tem razão! Sua casa agora precisa mesmo de uns toques... – Claude lhe mostra uns bibelôs que ele acaba de encontrar sob a almofada-... Femininos...- Frasão ri da irritação de Claude.
Rob- É melhor agente sair rápido daqui já que daqui umas horas o nosso amigo aqui receberá as tão esperadas visitas, não é?
F- Claude, foi mesmo sorte a Rosa resolver aceitar assim, rápido, né? Se ela demora mais, já era tudo, meu amigo!
C- Frason, você non vai me deixar sozinho hoje non, vai? Eu vou precisar quii você esteja aqui pois se Rosa me dá mancada non sei se eu vou saber o que fazer, non!
F- Eu posso ficar mais em assistência á Rosa, né? Por que quem só dá bola fora aqui é você, mon ami!- risos- Agora eu acho mesmo bom o senhor tratar direitinho seu bibelô que vem aí, por que aquela ali sim tem pavio curto, viu?
(...)
R- então, agente vai jantar com os Smith?
C- Oui! Eles von vir aqui, nós vamos conversar um pouco e mais tarde nós vamos jantar com eles, hã? Non vai me dizer que a senhora non lembra de...
R- Tudo o que a Roberta me ensinou?... – Diz Rosa revirando os olhos- Claro que eu lembro, mais eu ainda fico meia insegura, e se alguma coisa der errado?
F- Vai dar nada errado não, Rosa, não se preocupa á toa! Agora vê se descança um pouco que o dia vai ser longo, viu?
R- Obrigada Frasão... – Rosa sorri mesmo estando nervosa.
D- Ô, dona Rosa, a senhora não quer vir comigo dar uma olhada na casa não? É que eu sei que talvez a senhora precise saber de imediato assim, né?
C- Tem razon, Dadi! Rosa, queira acompanhar Dadi, hã?- diz Claude, sorrindo.
R- Tá. Tá, eu vou sim- diz num sorriso doce. Rosa sai de braços dados com Dádi,
D- a senhora era como eu na vida de doutor Cloudes, né dona Rosa?
R- Pois é Dadi, você aqui, eu lá no escritório!- as duas sobem as escadas rindo. Claude fica estagnado, olhando pro nada.
F- Ô, terra chamando francês?! O que que é amigo, tá ai na maior cara de bobo!
C- Ah, quiii, quiii cara de bobo, tem...que cara de bobo nenhuma non... Eu tô aqui pensando oque eu vou fazer com uma mulher morando na minha casa, hã?- Frasão arqueia as sombracelhas, com um sorriso a canto de boca- Ainda mais se tratando de dona Rosa, non?
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário