quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FIC URCA Parte12- Saindo do salto.



R- Duvido que o Claude não esta com aquela peçonhenta, duvido! No mínimo, ela convidou ele pra um jantarzinho preparado delicadamente com todo o veneno disponível!- Rosa anda de um lado pro outro na sala, já estava tarde e nada de Claude voltar.

D- Ô dona Rosa, não fala assim não! Eu até me arrepiei todinha, ó!

R- Ele deve estar fazendo uma festinha de despedida eu aposto!- se joga no sofá, de baços cruzados.

D- Dona Rosa?... Eu acho melhor a senhora ir dormir, viu? Não se preocupe a toa não que é custume de doutor Claudes, sair e esquecer o celular dentro do carro. Deve ser isso por que ele não atende! Agora eu vou, né, que já tá na minha hora. Amanhã essa casa tem que estar assim, um brinco, né? Boa noite, dona Rosa, sonhe com os serafins.- Dádi vai dormir, Rosa dá um sorriso nervoso-

“Serafins! Serafins, né?... “Serafinas” doidas e irritadas me gritam em coro: Como você pode Serafina, gostar tanto de alguém que não te dá o mínimo valor? Mal presta atenção em você?! Ele só esta se aproveitando, para de se iludir!”- Rosa pensa, se acomodando e logo pegando no sono...

Claude chega em casa, “está tudo escuro... Non, non, é só meus olhos que ainda ton ardendo daquele perfume que Nara me borrifou na cara... A verdade é que já deve estar amanhecendo...Non acredito que ela ainda esteja achando que... Eu e Rosa temos alguma coisa um com o outro...”

Ele percebe a silhueta adormecida de Rosa no sofá, as pernas recolhidas de canto, os sapatos em espera no chão, pensa em leva-la nos braços até o quarto. Mais entende que é quase impossível de ela não acordar, então, decide fazê-lo

C- Rosa?... Ei?...Acorda Serafina?...- Ele tenta animá-la passando com uma mão em um braço de Rosa e com a outra lhe ajeitava a mecha de cabelo que em parte cobria a face da moça. – Rosa abre os olhos, e ao perceber Claude tão próximo arregala os olhos, e o olha com cara de ódio. Ele se assusta e se afasta, sem entender. – Desculpe se te assustei mais depois vai me agradecer por non ficar com dor de coluna!...

R- Ah, é? E por acaso lhe pedi tal favor? A coluna é minha, se doer, “eu é que vou sentir a dor”, sabia?!- Claude fica assustado, ela levanta num salto- Boa noite! – saindo a marcha.

C- Rosa? Rosa, volta aqui! Por que tá ton brava?- ele já estava falando sozinho.

D- Finalmente ein doutor Cloudes?! Coitada da dona Rosa ficou aqui plantada morrendo de preocupação, e do jeito que as coisas andam eu também preocupei né doutor Cloudes?

C- Ah, Dádi... Pardom, mais é que...- ele estava meio zonzo, se tivesse bebido mais que dois drinks diria que estava bêbado- Nara non tem jeito non, eu tentei convencê-la de que assim que separar de Rosa eu me caso com ela mais...- se joga no sofá- Ela tá muito irada, parece até que quer me matar!- Dádi arregala os olhos, põe a mão peito-

D- De novo essa história aqui nessa casa? Ah, não meu Pai do céu, eu não posso ouvir isso não...

C- Como assim de novo, Dadi?

D- Dona Rosa! Ela também andou falando ai de assassinato, envenenamento...

C- Quê Dádi?! A Rosa quer me envenenar?

D- Oxe, doutor Cloudes, tá maluco, hã? Claro que não, ela estava aqui preocupada com o que dona Nara pode lhe aprontar, de louca de raiva que ela esta com o senhor não duvido nada, né?

C- Nara...- se ajeita parecendo estar dolorido- Nara ameaçou Rosa?

D- Parece que ela andou mesmo dizendo ai uns bons desaforos pelo telefone pra assustar dona Rosa, eu mesmo vi e escutei!...- Dadi se arrepende do “escutei”

C- Escutou? Nara veio aqui?...

D- Não! Olha doutor Cloudes acho melhor o senhor ir dormir, né? O senhor não parece nada bem, e amanhã os americanos chega ai e o senhor com olheira, né? Não vai ser assim bonito de se ver- diz tentando desviar a atenção de Claude, levantando o francês sonolento e o acompanhando até as escadas.

(...)

-Acorda! Vamos seu preguiçoso é hora de acordar!- Claude abre os olhos com dificuldade, ouve a cortina abrindo- Vamos, levanta dessa cama! Os americanos disserão que viriam pro café!- Claude se põe sentado na cama e vê Rosa de costas pra ele ajeitando a cortina, ela ainda está de roupão, os cabelos lhe descem livres até a cintura. Ela se vira e depara com um Claude em “estado lastimável”

R- Você amanheceu mais parecendo uma caricatura!- Rosa lhe lança um roupão,- agora anda que o show vai começar!- ele acha estranho ela não parecer mais brava pela noite anterior, mas sua cabeça dói tanto que ele nem diz uma palavra.

Claude desce e depara com uma movimentação na cozinha, dessa vez a mesa de café parece ainda mais variada, com quitutes que ele nem se lembrava ter visto pela ultima vez. Os americanos chegam por volta das nove horas, Claude não acredita que o sol brilhava tanto “só pra me piorar a enxaqueca” reclama mentalmente enquanto esboça um sorriso ensaiado juntamente com Rosa, pra receber os” ilustres hóspedes” como diria Frason, se agora ele non estivesse dando todo seu tempo disponível e indisponível pra sua nova “musa Africana”.

Claude permaneceu em casa “fazendo sala” até por volta das quatro horas, saindo então pra dar o cheque-mate no expediente da empresa. Mas lá é surpreendido por Nara, que o esperava com um litro de vinho que segundo ela traria boa sorte aos negócios, deu-lhe de beber do vinho enquanto o provocava dançando pela sala de reuniões, quando Claude já se sentia animado pela bebida ela lhe puxa pelo colarinho e em desafio lhe diz:

N- Hora de voltar pra casa, criança! O recreio terminou! – Claude não entende o sorriso enigmático que Nara lhe lança pouco antes de sair da sala. Ele fica perplexo. Mas ao verificar o relógio constata que precisava se prevenir de engarrafamentos pra “salvar o jantar”, afinal agora ele não podia fugir do modelo de “marido exemplar, non?...” pensava ao ver que chegara

R- Na hora certa!- diz Rosa sorridente indo receber o marido com um selinho que fez ele arregalar os olhos, ao lembrar que isso nunca acontecera antes entre os dois...
Claude janta com Rosa e os novos hóspedes, que não param de comentar “as prendas de madama Geraldy, que possuía mãos de fada”. O francês sente-se de certa forma aliviado por ver que Rosa só sorria e não lhe provocara a noite toda.

Mas um certo medo da reação que ela pode ter ao descobrir que ele estivera com Nara ainda o incomoda “Nara non vai deixar de dar essa nova a Rosa, se bem a conheço” pensa enquanto entra no quarto seguindo Rosa, que agora parara em frente à cama se tirando os sapatos usando os próprios pés. Ele para e ela o olha, ainda parada no mesmo lugar-

C- Que foi?- ela abaixa a cabeça olhando pros sapatos:

R- Nada, nada não. É que eu nunca dormi sozinha com um homem no mesmo quarto... – Rosa ruboriza ao perceber que suas palavras soaram graves, num impulso levanta os olhos pra ver a expressão de Claude, disso sim ela se arrepende por que vê ele engolindo em seco, fitando-lhe os pés descalços. Ela sente um arrepio. Ele percebe que ela o analisa e abre o closet:

C- Bom vou preparar minha cama, non?- Rosa entra no banheiro, se sustenta com os pulsos na pia, olha no espelho seu rosto que sente pegar fogo, tamanho constrangimento que sente-

 “Como você diz uma coisa dessas pra ele, hein Serafina?!” ela espreme os
olhos numa careta “Meu Deus! Se eu pudesse nunca mais lhe dirigia uma palavra!”

Quando ela sai ele está já em seu pijama, sentado no colchão, no qual ele forrou com um lençol e nesse momento ele estendia um edredom sobre as pernas. Ela entra no closet e rapidamente se troca também. Ao retornar senta na cama e olha Claude intrigada pelo fato de ele não parecer muito bem acomodado.
 Ele se remexe muito e nessa hora se põe novamente sentando,  parece suar frio. Rosa se leva até o outro lado da cama pra vê-lo de perto:

R- Claude?... Está tudo bem?

C- Tá... Tá sim. É que eu preciso te contar uma coisa... hã.... Non quero que Nara te pegue desprevenida, hã?-
Rosa agora faz expressão de raiva, mais ele continua a  história que inclui na sinopse os dois encontros em que Nara só o provocava mais estranhamente deixava a brincadeira de lado assim que sentia ter ele já “alegre” com a bebida. Rosa se põe de pé na cama e começa a lançar insultos juntamente com todos os travesseiros que encontrava,

 Claude agora estava sob a mira de um dos sapatos de salto de Rosa, que ela lhe lança mais não acerta “satisfatoriamente” ele pega o sapato e lhe indica o salto, argumentando ter em mãos uma arma mortal. Se arrepende de ter feito tal brincadeira por que soaram maldosas essas palavras, ainda mais pra Rosa que estava de joelhos na cama, mas agora permitia seu peso desabar sobre as pernas, seus olhos pareciam segurar lágrimas.

Claude se odiou mil vezes nessa hora. Sem perceber ele forçara o salto contra o colchão, na verdade com toda a força pra descontar a raiva. Mais ao sentir o ar gelado nas costas se lembra de que aquele se tratava de um colchão de ar...

Ele olha pra ela com aquela cara de criança travessa e arrependida, ela de repente muda de expressão, de ofendida pra preocupada:

R- Claude?...- diz chorosa. Ele percebe que algo lhe escorre no rosto- Você está sangrando!...

(...)

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