FIC URCA parte 3- Confusão à la Francês
Passa se três dias após o casamento, Claude se prepara para receber os porta vozes dos americanos, “ao telefone:
C- Com é quii é? Roberta, se andou bebendo de novo, é?- irritado, passa a mão no rosto nervoso.
Rob- Não, querido. Fica tranqüilo que de meus rins cuido eu. Mas eu estou lhe fazendo um favor, Claude, vê se te comporta como um bom cavalheiro agradecido, ok? Eu fui caridosa e atendi ao seu pedido sobre novidades vindas dos States, e aí, eu levo bronca?
C- Desculpe Cherri, mas você me dissi qui... quii o casal Smith é quem esta vindo pro Brasil?! Mon dieu... – Roberta continua tagarelando no telefone, mas Claude nem consegue prestar atenção- Roberta, Roberta mon Cher, obrigada, merci, hã? Eu peço mais uma vez desculpas por tudo e...
Rob- Ô Claude, se lembre que quem me contou foi o advogado dos Smith no Brasil, ele me disse que os Smith estão doidinhos pra checar seus antecedentes, querido. Impressioná-los não bastará, não, viu? E tem mais, eles te levantaram a ficha, viram lá, seu nominho francês, Claude Antoine Geraldy, nascido em Paris França , naturalizado brasileiro na data..., estado civil... – C- Mon dieu!- R- Casado! C- Mon dieu! Non pode ser Roberta, non! E agora? Roberta que qui eu digo pra eles se eles como bom anglicanos me pedirem pra trocar vissitas, hã? E eles Von querer ver a tal esposa... Mon dieu! Me ferrei! Vou ter quii... pedir arrego mesmo pra Nara, hã?!- R- Boa sorte então, cherri, bom jour! Beijos!-
C- Obrigado mais uma vez, Roberta!- Claude desliga e se joga na cadeira, perplexo. Frasão entra na sala-
F- Ih.... Que foi dessa vez, francês? Tá aí todo em estado de choque? Rsrsrs
C- Frason... Dessa vez... É o fim... É o fim...
F- Olha o pessimismo, francês! Até ontem você não sabia de onde tirar o visto legal pra permanência, pum! Conseguiu! Você foi sortudo de encontrar a menina certa pra casar assim, as pressas mon ami! Convencer outra a casar de verdade com um rabugento que nem você é que ia ser mais complicado, né? Alem de mais caro, né? E tem vestido, festa, anel de noivado! Alianças, amigão! Alianças! – Enquanto Frasão tagarelava, Claude permanecia estagnado na cadeira, emburrado.
C- Chega, tá, Frason, já deu, hã? Agora eu tô preocupado com os Smith...
F- Ih, já tô sabendo, eles vão vir mesmo pro Brasil, né?
C- Coman....Como você ficou sabendo, hã?
F- Ah! Frasãosinho aqui teve boa companhia pra janta de ontem... Minha mais nova Diva Africana...Alabá!
C- Mais é abusado mesmi, né? Já tá rastando asa pra amiga de Roberta? Ah, mais isso nem interessa non... Agora tenho muito mais com que me preocupar...
F- Como a apresentação do projeto, né?
C- É! Isso mesmo, hã? Cadê a bendita maquete que te pedi, hã?
F- Calminha que já tá vindo aí, mon ami! É uma beleza! Tem até vidro de verdade, areia, é uma obra de arte!
C- Obra de arte... Obra de arte é eu non ter o que mostrar do projeto pros americanos que Von salvar a empresa, ow?- Diz nervoso.
Rosa entra na sala, segurando a maquete, que é muito pesada, mal dá pra ela enchergar a frente.
R- Com licença, mais... Onde eu coloco isso, doutor?
F- Na mesa ai mesmo, Rosa. – Claude olha com cara brava, com se ela fosse quebrar a maquete.
C- Non, non, nada disso. Me dá aqui.- diz Claude levantando pra ir receber a maquete das mãos de Rosa, que a entrega com cuidado, Claude pega a maquete, nessa hora uns bonequinhos e um pouquito de areia caem, Frasão se esforça em conter a gargalhada, Rosa fica apreensiva, olhando Claude levar a maquete até a mesa dele.
C- tira, tira essas coisas daí, Frason! – diz empurrando uns objetos que jaziam na mesa bagunçada, com a própria maquete. Depois de deixá-la ali, dá um passo pra trás como que pra apreciar a “obra de arte”, mas acaba batendo a nuca na prateleira atrás dele, tomando um susto, e no mesmo instante Janete entra trasendo uma bandeja de café,
C- Ai!
J- Olha aqui, doutor Claude a...- nessa hora ele se vira, esbarrando o braço na maquete, que cai como pedra no chão, fazendo um estrondo, e se quebrando inteirinha. – Oh!
C- Non! Non acredito- diz ainda se recuperando do susto e da dor da batida, dá mais um passo pra trás, batendo de novo na prateleira, que desta vez deixa cair uma enorme régua de metal( coisa de arquitetura) bem nas costas dele- Aaaiii! Que...que issi...O mundo todo resolveu conspirar contra mim hã?
J- Ô, doutor Claude.... – fala sem perceber que pisa num dos cacos e se machuca, deixando a bandeja cair por cima dos “restos mortais da maquete”- Aí!- olha o que fez- Hoôu!- olha com medo pro patrão, que se punha a mão nas costas com cara de dor e raiva.
R- Doutor Claude, o senhor está bem?- Diz Rosa tentando ajudar Claude a se recompor.
C- Ça va aller! – disse num tom rouco de dor. Rosa o olha ainda meio sem entender, mas já se prepara pra receber uma das broncas grátis do patrão “pague uma, leve duas” pensou.
J- Ai, ai. Ai, doutor Claude, desculpa, viu, eu juro que foi sem querer!- diz na mistura de medo da bronca e com dor pelo corte.
F- Que nada Janete, não se preocupe, foi acidente. Acidente, hã? Agora por favor, a senhora vá cuidar desse pezinho aí, sim?
J- Obrigada doutor Frasão, com licença!
Rosa pensa em mencionar algo sobre a estadia de Janete na sala pra ajudar a recolher a bagunça mais enquanto tenta balbuciar algum protesto ao ver Janete se retirar percebe que presencia uma discussão.
C- Ow.... Mon Dieu! Viu só! Viu só o que qui me acontece? Eu devia é desistir de tudo isso, hã? Eu non posso me expor ao ridículo non!- diz Claude irritadíssimo.
F- Pô Francês, confesso que essa pegou de surpresa mesmo! –risos- Ah, mais também não era assim impossível de acontecer, né Brother?
C- E agora hã? E agora...Ai! Minhas costas tão doendo....ai!- diz com muita raiva, tentando se ajeitar na cadeira.
R- desculpe incomodar, ai...Mais... E a maquete?- diz Rosa apontando para os cacos. Os dois continuam sérios, se entreolham e lançam um olhar de ‘dãããr” pra ela- Ah, tá. Ok. “dããar. Claro que te sobra né Borralheira?” pensou ela, virando os olhos de raiva.
C- Eu preciz de uma maquete, Frason, e agora?!
F- Agora mon ami, Agora agente vai atrás do projetista que fez aí, a ex obra de arte pro senhor!
C- Mas, mas como é qui eu vou achar essa criatura na loucura que tá Son Paulo hoje, hã?
F- Soube que ele tá trabalhando no shopping.
C- Shop...Shopping? Tá maluco Frason? Ele non trabalha mais pra aquela consultoria imobiliária mais non?
F- Ô, meu querido, trabalha. Mais concilia um tradicional bico no Shopping. Alem disso, foi de lá mesmo que veio esse... esse... Portinari ai, que a dona Rosa acaba de recolher do seu tapete...- tenta não gargalhar- E ai, bora atrás dele?
C- Ah, non, Frason, non... Vai sozinho, hã? Eu acho qui vou mesmo é pra casa, non to me sentindo bem non...
F- Ah, vai pra casa, é? Vai, vai! Mais só depois de resolver essa parada, francês! Bora, bora que o pepino é seu! – Faz Claude se levantar, ainda que resmungando. – E você, dona boneca, vem junto!- diz apontando pra Rosa, que arregala os olhos.
R- Eu? Mais...
F- É sim, dona Rosa, por garantia! O francês depois vai embora e eu preciso que a senhora me dê assistência de novo com a maquete, hã?
R- Doutor Frasão- Frasão a repreende- Frasão... Da ultima vez que o senhor me colocou numa destas empreitadas do doutor Claude, eu acabei por me casar com ele! Qual vai ser a surpresa embutida desta vez?
F- Surpresa nenhuma, dona Rosa. Ao que vier de Frasãosinho aqui, ó, nenhuma viu?- Rosa aspira pelo nariz lançando um olhar pra Claude, que ao vê-la a olhar pra ele assim franze a testa.
C- Que qui é dona Rosa?
R- Nada... nada não doutor Claude...- diz virando os olhos prum canto. Frasão contem mais uma vez o riso ao ver Claude todo emburrado, dolorido, resmungando as costas.
F- Vamos então! Tá parecendo um velho corcunda, Claude!
C- Há há há, que graça... Graça nenhuma non, seu.... Folgado... E agora eu quero ver se me aparece Nara!
F- Ih, é mesmo! Ela lá em seu habitat natural, né Claude? Mais preocupa não, se preocupa não que em São Paulo tem Shopping pra todos, hã?
C- Na sorte que eu tô...
No Shopping, eles estão no stand de arquitetura e decorados, Frasão procura pelo projetista, Claude anda emburrado, sem dizer uma palavra. Rosa por vezes se distrai olhando as vitrines, mas sempre de longe, sem perder o passo. Claude a olha intrigado de novo... Ela sorri pra uma criança que esbarra nela, depois volta a olhar pra ele, que disfarça.. Olhando pro outro lado, Claude percebe a presença de certa leguminosa cenoura... er, -Nara! Mon Dieu!- Nara transita pelas lojas emburrada juntamente com Ninica e Alzira, que tagarelam sem parar. Ela parece extrassada, anda a passos de ferro, cruzando os braços na frente das vitrines, como sinal de reprovação. – Mon Dieu!
R- Que foi doutor Claude, tá branco que nem papel?
C- Nara, dona Rosa! Olha é ela!
R- Ih, e agora? O senhor não quer que ela te veja aqui, não é?
C- Voila! Agora era só o que faltava! Me esconde!
R- Mas... onde?...
C- Sei lá! Sei lá! – Claude suava sem parar, tentando afrouxar a gravata com urgência, havia quase uma semana não via a “noiva”, o ultimo contato fora uma briga pelo telefone- Ela non pode me ver aqui nem pintado de ouro!- tenta se esconder atrás da pilastra, Rosa o pega pela mão e os dois entram numa loja grande de roupas e assesórios. Mas Nara entra também, ao reparar que uma figura assim tão parecida merecia ser chamada sósia de seu noivinho Claude. Claude se infiltra pelos corredores( daqueles que tem cabide até no alto) tentando se esconder no meio das roupas, Nara o procura desconfiada, Rosa se separa de Claude, ele se abaixa pra não ser visto, e vai andando devagar- O Claude aqui, Nara? Cai na real!- era a voz de Alzira- Eu sei o que vi, não me engano não! – era Nara! As vozes se embutiam ao som de arrastar de cabides que Nara produzia nas fileiras. Claude suava frio, viu o que parecia ser a solução, um provador com cortina, correu desajeitado até lá, pelas costas das três moças, que de automático viraram ao ouvir o “ffiiiittt” da cortina, Nara, intrigada, marcha até lá, primeiro repara nos singulares sapatos brancos reluzindo por debaixo da cortina, ela reconhece e...
N- Ah, Claude, te peg... hã?- ela leva um susto com uma senhora gorda que esbarra nela, carregava uma pilha de roupas penduradas em cabides, e as sustentava com dificuldades
Mulher- Licença, senhora!- diz enquanto Nara se vê obrigada a se esquivar pra trás, quando volta ao provador e o abre de supetão, surpresa! Ninguém. Ela fica boqueaberta, e urra de raiva.
N- Ah, mais você não escapa fácil!- e volta a procurar
Claude está escondido por perto, ouve ela mencionar os sapatos-
C- Oh, non! Os sapatos... – Nessa hora Rosa o surpreende por trás- Hã?!
R- shiii... Vem comigo! – Rosa o leva pra um holl cheio de prateleiras brancas, onde tinham espelhos de corpo inteiro, Claude se endireita em pé ainda com dificuldades-
C- Rosa... Eu preciso de sapatos!
R- O que? Sapatos? Doutor Claude, isso lá é hora de fazer compras?! A dona Nara tá lá fora furiosa, pronta pra te arrancar os bigodes...
C- Mas eu non tenho bigode non.. E ah, ela te viu?
R- Não, né! Eu me escondi! E ela te viu?
C- Ela viu, viu meus “sapatos”, dona rosa os sapatos, hã?- resmunga apontando os sapatos.
R- Ah, entendi!- diz Rosa arqueando as sombracelhas e rindo da situação- Brancos né?
C- Claro que non! Agora eu só vou usar de marrom pra preto, hã? Agora, tá esperando oque, vai buscar os sapatos pra mim, anda!
R- Tá, tá, sim senhor!- diz Rosa irritada com o tom do patrão.
Rosa volta com uns sapatos pretos, e então o francês se dá conta de que não tem como abaixar pra trocar de sapatos, uma vez que suas costas o estão matando. Olha pra Rosa, que acaba de tirar os sapatos da caixa.
R- Que foi?
Assim, lá se vai a operação, “calce seu patrão francês furioso”, pensa Rosa , abaixando pra tentar tirar os lustrosos calçados brancos de Claude, que murmurava sem parar.
R- Agora fica quieto que se não eu não sei se vou ter precisão pra fazer isso tão rápido como o senhor quer!
C- Ai, mais que qui eu fiz, hã? – diz no meio dos resmungões- será qui eu grudei chiclete na cruz? Eu dancei valsa com Judas? Por que isso vai acontecer comigo assim, tudo de uma vez, hã? Aaaii!- reclama quando Rosa puxa um dos sapatos de uma só vez, mas este não cede,
R- parece até que tá colado!
C- Ai! Mais cuidado ai, hã? É meu pé, sabia?
R- É melhor o senhor parar de reclamar assim, a dona Nara vai te rastrear...- puxa o sapato com tudo, finalmente arrancando-o do pé de Claude.
Ela então se prepara para o próximo pé, mas ao puxar o sapato, que não cede, Claude encolhe a perna, reclamando que o lado das costas é o mais critico na dor, fazendo com que Rosa se desequilibre e caia sobre ele, que solta um grito de dor.
C- Aaaaaiiiii!!! – Nessa hora Nara entra de supetão, e qual não é o espanto dela ao ver Rosa...
N- Ah! Mais agora eu te mato, Claude!
Rosa tenta se endireitar, meia sem saber o que fazer, levanta as sombracelhas ao ver Nara a olhar furiosa...
C- Cherri... – diz Claude tentando se recompor.
N- Tá pode começar!- diz Nara cruzando os braços, ainda furiosa, sem deixar de fulminar Rosa, que escondia a franja atrás da orelha, meio nervosa.
C- Eu.... Eu... Eu tava aqui, non- olha pra Rosa forçando um sorriso amarelo- tentando achar uns sapatos menos apertados, non? E...
N- Comprar sapatos,Claude? Sapatos? Desculpinha mais esfarrapada essa, não?- diz Nara, com sarcasmo- E...- olha pra Rosa de cima a baixo- essa coisinha, ai? Como você explica?
C- Ã..... Hã?- diz se fazendo de desentendido. Rosa morde o lábio inferior, “ Ferrou!” pensa,
F- Claude! Nossa! Consegui te achar! Oi Nara, querida como vai? – diz chegando e sorrindo.
N- Frasão?
F- Ah, desculpa, o Claude não te avisou? Agente tá aqui a trabalho, na busca de um projetista amigo nosso, né não Claude?
C- É, é... É sim.- suspira aliviado, se levantando com dificuldade.
Nara ainda olha desconfiada pra cara dos três, que tem estampado “aprontamos mas não dizemos quem foi!”
N- Quer saber? Eu vou embora, vou almoçar com minhas amigas e não quero me estressar mais- diz ainda fulminando Rosa que havia cruzado o braço pelo tórax. Claude tenta beijá-la, mas ela se esquiva, vira as costas e dá uma ultima fulminada por cima dos ombros, saindo á marcha.
C- Uffff!!!- Claude suspira- Mon Dieu!
F- será que ela engoliu essa ?
C- Claro qui non né? Nara não é burra, ela sabe que alguma eu aprontei...
F- Mas também, o senhor corre dela a semana inteira e acha que ela não desconfiaria? Ela deve estar ligada que você achou uma solução no negocio do visto, né Claude?
C- Frason... Não tem mais como mentir non, ela vai ter quiii saber, non? Os Smith ton vindo, e pra eles, eu sou assiim um cara... Acthim!... Ai! Um cara casado, ow?- Diz enquanto eles voltam ao stand. Frasão pega uma caixa de vidro enorme, que contem a nova maquete. Mostra ao amigo sorrindo:
F- Viu só? Agora vê se não quebra ein? – diz brincando com Claude, que ainda revira os olhos, emburrado.
F- Então, o senhor vai pra casa?
C- Vou! Mas antes eu vou ter que passar na construtora, deixei minhas coisas lá, espalhadas pela mesa...- diz Claude entre os dentes, ainda sem tirar os olhos de Rosa, que sorri inocente, a um rapaz que lhe cumprimenta.
R- Meu amigo Sérgio!- diz ela quando percebe a indagação do chefe.
F- Bem então vamos por que hoje mon ami, eu termino as pendências todas e vou baixar lá na nossa queridíssima Robertinha!
C- Sei... Aproveita! Aproveita qui eu non tô podendo te dar um cascudo... – uma mulher esbarra nele- ai!
De volta á construtora, já no fim do espediente... Janete está sentada em cima da mesa, Gurgel ocupa a cadeira e Rosa está encostada na parede, os três riem, do outro lado, Silvia oferece um copo com água a Egidio, que ao que parece engole uns comprimidos, nervoso. S- Assim o senhor me assusta, doutor! – diz ela enquanto Egidio lhe toma a água. Claude sai do escritório, observa tudo... Vai até a mesa de Rosa, aperta o botão da impressora, e espera que as cópias sejam feitas, ele abaixa a cabeça, mas olhos continuam fitos nos três escriturários, que vão em alta conversa..
J- Ah! Conta outra Rosa! Aquele rapaz era muito gato! Arrastou a maior asa pra você e você nem deu bola por causa de um “admirador secreto”?- Nessa hora Claude franze a testa e olha uma rosa vermelha num vaso, na mesa de rosa, e volta a observar os três:
G- Conta essa história direito, amiga!
R- Ai, gente, vocês são muito curiosos, ein? Já disse, “secreto”, eu não sei quem é!
G- Aponto da senhora não dar bola pra ninguém? Ah, ai tem! – Rosa franze a testa, negando com a cabeça. Por dentro ela tinha vontade de gritar “esqueçam! Não é o suficiente?” A verdade era que ela tinha mandado aquela rosa pra si mesma, pra que as amigas parassem de pressioná-la pra sair com os ótimos partidos que lhe cortejavam. A ultima estratégia era sempre escolher o pior, assim, ela podia se queixar a semana inteira de que havia sido obrigada a acompanhar ora chato de galocha, mal educado, ora tarado, bêbado sem vergonha. Mas agora ela havia resolvido se poupar, ao menos por enquanto, daquela tortura semanal.
S- O doutor Claude, o senhor está bem?- Claude é surpreendido por Silvia, não percebera, mais as cópias já estavam prontas, e ele ali, estagnado, observado quieto a conversa alheia, sem tirar os olhos de Rosa, responde:
C- Tô, Claro. Quer dizer, mais ou menos né? Minhas costas ainda doem, eu já tô indo embora, hã? – diz pegando as folhas e saindo desajeitado.
Silvia fica olhando tudo e achando muito estranho...
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