quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

FIC URCA Parte 16- A boa visita



R- Ai...- diz Rosa num suspiro- Eu ainda me sinto culpada!....- Ela afaga os cabelos de Claude, que está ao seu lado recostado numa poltrona branca, de olhos fechados e com um inalador na boca-

F- Rosa, para com isso! O francês ai bem que mereceu levar um susto, agente sabe!- Frasão está de pé na frente deles na enfermaria do hospital.- E se não fosse por você...-
Rosa suspira e encara Frasão- ... Rosa você sabe que este homem ai só tem tamanho por que miolo é zero né?

R- Frasão eu não quero nem pensar sobre isso agora, eu estou cansada de tanto problema!

F- Eu sei Rosa, eu sei!- Frasão agacha na frente dela e segura suas mãos- Agora a senhora madama Geraldy precisa de um descanso, hã? Vai pra casa, descansa! Eu fico com ele até terminar!

R- Não Frasão! Eu não vou deixar ele aqui! Nem falta tanto assim... Eu espero!

F- Rosa, vai pra casa! O casal Smith ainda esta sem entender por que vocês saíram as pressas no meio da madrugada.. Ainda mais depois de saberem que o restaurante fechou depois de uma tentativa de assalto... Eles estão nervosos!

R- Ai, Frasão, depois agente liga pra eles, conta o que aconteceu... Isso não importa agora!

F- Rosa se você for, eu te prometo que assim que meu amigo francês aqui terminar de tomar as vitaminas com o soro todo lá, eu mesmo levo ele pra casa!... Agora vai dormir um pouco, hã?..

(...)

Rosa se vira de um lado pro outro na cama, abre os olhos e vê que a claridade do dia invade o aposento. Ela se vira e vê o lugar de Claude vazio. Ela se senta na cama pondo o travesseiro dele no colo:

R- Nunca pensei que não ver você ao acordar pudesse ser tão estranho!...
Ela levanta e vai até o banheiro, recolhe o pijama molhado dele que ficara pelo caminho que se encerra na banheira, ela olha a água serena lá dentro, percebe um fio de cabelo cumprido boiando, ela o recolhe:

R- Nem achei que você fosse de tanta importância assim pra mim...

(...)

Frasão entra abraçado com Claude, eles se sentam no sofá, Rosa desce as escadas correndo, se põe agachada na frente de Claude, que perece ainda fraco, mais acordado.

R- Claude? Como se sente?

C- Como um velho entrevado!- responde brincalhão. Ela o olha aflita-

R- Ai Claude, me desculpa!

C- Que isso Serafina você non tem nada que se desculpar non...

Os Smith entram, começam e todo um interrogatório. Explicações dadas (não tão dadas assim) Frasão e Rosa ajudam Claude a subir pro quarto.
Ele se deita na cama, Frasão se despede e sai. Rosa senta ao lado dele na cama.

R- Claude sabe o que é mais engraçado?

C- O que é engraçado? Eu estar aqui entrevado?- ela sorri

R- Não!... Deixa de ser rabugento, doutor Claude! Eu estava dizendo que o mais engraçado é que agente acaba se aturando no final!

C- Se aturando... Eu lá sou ton insuportável assim, hã?

R- Claro que é!- Ela se deita ao lado dele- Mais a verdade é que...- ele a olha intrigado, ela levanta os olhos o encarando- Eu acabei me acostumando com você!

(...)

C- Non precisa me ajudar non Dádi eu já disse que estou melhor, hã?- Diz descendo as escadas, enquanto Dadi se esforça em ajudá-lo-

Claude senta no sofá, Dádi lhe trás uma xícara e Claude faz cara feia:

C- Ah, non! Non precisa me intupir de chá de novo non, por favor!

R- Claude assim você não sara nunca!

C- Ah, Rosa eu non gosto desse negócio de tomar chá nenhum non...- ela ri:

R- Sabe que minha mãe que fazia assim uns chás amargos, horríveis quando eu era pequena e pegava assim qualquer resfriado? Eu odiava! Mais não demorava muito e eu já ficava boa! Agora pode tomar esse chá ai como homem!- ela gargalha:

C- Como homem, non? Como homem...- dá um sorvito e faz careta- Preferia ter nascido rato...

R- Se você fosse chinês ao invés de francês, você estaria acostumado a tomar toda uma infinidade de chás!

C- Dieu Merci! – dá mais um bom gole- Mas você non disse que sua mãe viria te visitar hoje, pra aproveitar que os americanos eston em Campinas?

R- É, eu lembro! Ela já deve estar vindo ai, ela me disse que teve que inventar lá pro meu pai que iria visitar uma velha amiga do outro lado da cidade, ai meu pai, turrão como é disse que ela teria que esperar pela minha irmã Terezinha que faz cursinho de manhã, pra que ela não viesse sozinha...

C- Sabe que apesar de ter visto sua mãe só uma vez, eu já senti o maior carinho por ela?

R- É mesmo?- rosa sorri surpresa

C- É... Non sei explicar mais é como se eu conhecesse ela desde sempre sabe? Como se ela fosse da minha família...- Rosa sorri muito contente com o que acabara de ouvir.

Pouco depois Amália e Terezinha chegam e sobem juntamente com Dádi que fora buscar uma entrega lá na portaria. A porta se abre e Rosa vai correndo abraçar as duas. Claude fica admirado com a cumplicidade das três.

Ele mais uma vez é muito bem tratado por Amália que faz com que ele se sinta como filho. Os três almoçam juntos e quem visse diria: “é mesmo uma família”. Pela volta das quatro horas Amália e Terezinha vão embora. Rosa sobe pro quarto, enche a banheira e se imerge nela por um longo período... Pensa em tudo o que conversou com a irmã, enquanto a mãe estava dando “atenção” ao “marido”.

Tinha coisas que ela  só falava pra irmã. Por exemplo o fato de dividir o quarto. De que a doença de Claude fora resultado da tentativa de envenenamento da ex dele. De que essa mesma ex ligava diariamente ofendendo-a e por vezes ameaçando-lhe a vida...

 Ela ri, pois acabara de lembrar de certa travessura que aprontou, já que leu uma certa mensagem no celular de Claude sobre uma certa visita....

(...)

Claude ainda está sentado na sua tradicional poltrona, um dos únicos lugares onde se acomodava sem que as costas lhe reclamassem. A campainha toca e Dadi atende. Nara entra em disparada, praticamente se lança no colo do francês que arregala os olhos:

N- Que saudades, mon amour!- ela lhe beija o pescoço-

C- Nara? Nara... minhas costas, non pode...- ela lhe encara com uma cara estranha, ele fica ainda estagnado-

N- O que é isso?!- ela lhe mostra uma peça intima feminina que estava escondida atrás da almofada do recosto da poltrona- O que é isso Claude?!

C- Ã... Nara você non pode fazer isso aqui no Cherri, tem gente na casa!

N- Claude Antoine Geraldy essa calcinha não é minha!

Rosa sai do banho, veste apenas o roupão, nem se dá o trabalho de secar os cabelos, e sai sorrindo pelo corredor afora “já deve estar na hora de eu entrar em ação!

(...)

Nara pula no chão novamente, mostrando a calcinha na mão, bufando de raiva

 C- Nara, Nara ... Non vem me inventar nada non, hã? Non tô podendo com isso..Esses seus joguinhos non...

N- Seu...Seu descarado! Seu sem vergonha! Como você é cínico Claude!!!- Ela bate nele com a calcinha, mas logicamente mal surte alguma reação nele-

R- Isso ai me pertence, querida!- Rosa surpreende os dois, descendo calmamente as escadas, Nara arregala os olhos ao reparar nos trajes de Rosa.

N- Hã!! Claude! Eu vou te matar!!!

Rosa sorri cinicamente e de supetão toma a peça de Nara. Claude ainda está boquiaberto com a situação:

R- Quem tá sobrando aqui é você querida!!

(...)

Logo depois de uma tentativa frustrada de Claude acalmar Nara que repetia sem parar “Vocês vão me pagar muito caro por isso! Muuito caro!...” Nara bate a porta, Claude bufando de raiva e Rosa claramente se divertindo muito:

C- Rosa?! Ficou maluca é mulher?! Por que você fez isso, hã?

R- Ora Claude e você ainda tem a audácia de reclamar comigo? Aquela perua entra aqui pra te agarrar em plena luz do dia e na sala de estar, em tempo do casal Smith passar por aquela porta e te pegar ai com... as calças na mão!- Claude esbugalha os olhos;

C- Eu acho melhor agente terminar esse papo lá em cima, hã?- Pega no braço dela, como que pra levá-la em direção as escadas

R- Tá mais me solta!

(...)

Rosa entra no closet, Claude senta na cama e fica resmungando:

C- Rosa como você lê minhas mensagens, sem eu nem ter visto e além de non me avisar ainda me apronta uma dessa, ein?!- ela responde ainda dentro do closet

R- Claude! Eu só estava tentando fazer a Nara parar de fazer comentários maldosos sobre nós pros Smith, queria que ela nos deixasse em paz! Bom pelo menos por enquanto, né?

C- Por enquanto o que?- ela sai com o secador na mão.

R- Por enquanto eu ainda estiver aqui!- ela entra no banheiro,

C- Rosa?- ele está na porta

R- Hum?- ela penteia o cabelo olhando pro espelho

C- Não faz mais isso, hã? Eu até me assustei com você hoje!- ela o olha furiosa

R- De novo?!

C- De novo o que?- ele começa a regredir por que ela agora vem em sua direção ameaçadoramente:

R- Seu....- ela lhe lança a escova

C- Ai! Rosa?! O que foi que eu disse?!- ela se deita na cama

R- Você sabe muito bem Claude!- apaga o abajur- Boa noite!
Ele fica ali de pé por um instante, pensando que não entenderia as mulheres nunca... Ou melhor, “Ninguém nunca vai entender...”

Ele desce e janta com os Smith, dando a desculpa de que “Rose estava meio indisposta, e decidiu se deitar”. Ele se pergunta como soaram essas palavras nos ouvidos de Elisabeth Smith, que arqueou as sombracelhas numa expressão séria.

(...)

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