quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

FIC URCA2- Parte 1- De Botas vermelhas




R- Parece que foi ontem...- Diz Rosa olhando a foto de Louise recém nascida- Quando ela nasceu, se eu não tivesse visto não diria que saiu de mim... Frágil, no dia tão vermelha que mal contrastava com seu cabelinho ruivo.... Ruivo?!Como será que ela nasceu ruiva? ...Nascendo.-
ela ri, Alabá pega a fotografia-

Eu li uma vez que para que a criança nasça ruiva, ela tem de herdar certo gene mutante de seus pais, eles podem possuí-lo, sendo ruivos ou não. A mãe do Claude era ruiva. Meu pai tinha irmãos ruivos. Acho que está explicado.

A- Rosa, ela é linda mesmo! Mais dizem que criança ruiva da um trabalho...- Diz Alabá rindo da careta de Louise, quando ela lhe afaga os cabelos.

R- E eu não sei? Conta Louise! Conta pra tia Alabá o que você me aprontou hoje?- ela ri, Louise esconde o rosto dentre as mãos- Ela achou pouco o gato do livro usar botas e pintou as botas dele com giz vermelho! Ele agora usa botas vermelhas!- as duas riem e Louise se esconde atrás da poltrona.

(...)

C- Non precisa non Frason, eu já resolvi isso!

F- Mesmo? Mais como assim?

C- O Beto, filho de Nara, ou melhor de Egidio, fechou um acordo ontem comigo, ele vai se responsabilizar por restituir tudo o que Egidio nos roubou...- dá a volta na mesa-Só o que falta mesmo é.. formalizar o acordo. Mais eu non duvido da palavra dele non...

F- Nem eu francês. Mais e a mãe dele, hein? Até hoje nenhuma noticia do paradeiro dela?

C- Pois é... Até agora nada. Isso me preocupa Frason. Ela saiu daqui prometendo vingança... E depois do que aconteceu eu non duvido non...

(...)


M- E então? Posso contar com você ou não?- Nara está ao telefone, voltara a São Paulo, esta encostada na entrada de uma cafeteria, observando Louise atravessar a rua com a babá, que agora a recolhera nos braços e punha a lhe beijar o pescoço, a menina ri uma risada de criança feliz- Pode rir, Louise... Mas quem ri por ultimo ri melhor...

(...)


R- Para Claude!- Diz Rosa num riso nervoso, Claude lhe fazia cócegas beijando-lhe o pescoço

C- Non... Eu tenho direito, hã?

R- Não no meio da sala! – Ela se levanta, rindo. Ele cruza os braços. – Não fica me olhando assim não... Seu chantagista!

C- Ow... Rosa por favor, Cherri! Por favor! Eu prometi a Louise!

R- Isso mesmo! "Você" prometeu. Você disse “Oui, oui, Louise! Nós vamos sim, agora se acalme ma petit!- diz Rosa brincalhona.

C- Cherri! Eu quero ir de verdade!- ele se levanta do sofá, Rosa o encara contendo uma gargalhada-

R- Você... Claude Antoine Geraldy quer ir a um treino do palmeiras?

C- oui! Ver seu irmão Dino, e cumprir o que prometi a Louise.- responde docemente, apoderando-se das mãos de Rosa, que se solta quando ele faz menção de beijar-lhe os dedos-

R- Claude! Você é mesmo maluco, sabia?- ela sorri, ele a abraça forte, encarando-a-

C- Non sabe o quanto!- sorri maliciosamente, a beijando.

(...)

R- Ainda não acredito que agente está aqui!- diz Rosa rindo em ver Claude com um boné do palmeiras na cabeça, ele sustenta Louise nos ombros, enquanto andam sob sol forte. Era realmente um domingo ensolarado, perfeito.

Louise ria também, Rosa lhe colocara óculos escuros de hastes Pink, que combinavam estranhamente com as compridas botinhas vermelhas que calçava, mas não com a camiseta do palmeiras que Dino lhe dera e que parecia mais um vestido sobre o macacãozinho que tinha por baixo.

C- Nós vamos nos divertir muito, non é ma petit?

L- Oui!!! – Louise responde animada, surpreendendo os pais. Ela tinha três anos e meio, e ainda sim, não falava muito. Mas era realmente muito esperta, apesar de tão miúda.

R- Vamos sair desse sol!- Diz Rosa recebendo Louise dos braços de Claude.

Eles se sentam e ficam vendo o treino... Em parte, pois Louise se interessa mesmo é nas formigas do gramado e em uma bola colorida que fora presente de seu tio.
Claude sorridente, se dedica a dar-lhe toda atenção quando por ventura ela se desequilibra. Rosa os observa ativamente...

Mal sabendo eles estarem sendo observados...

(...)

Claude estava sentado ao piano, olhos fitos na partitura. Uma mão aparece e retira uma xícara de sobre o instrumento, revelando uma pequena marca redonda.

R- No piano não, Claude. – Era Rosa que acabara de passar carregando
Louise até a cozinha, onde a acomoda no cadeirão

C- Ela non é mais ton pequena pra sentar no cadeiron.- Claude sussurrou como protesto pela correção da esposa, sem tirar os olhos da partitura.

Rosa nem o ouviu. Continuava rindo com Louise que insistia em querer
examinar-lhe os dedos. Tendo grande interesse por suas unhas pintadas de vermelho.

As horas ás vezes se passavam assim, até que um dos dois colocava a pequena ruivinha na cama de seu aposento. Nessa noite os dois estavam exaustos. Mais de tão agitados não sabiam se conseguiriam pegar no sono tão cedo.

R- Amor?- Chama Rosa animadamente, ainda que sem se mecher.

C- Hum?- Responde sem abrir os olhos, Rosa mantem a cabeça em seu peito, ele lhe afaga os cabelos.

R- Sabe... Eu andei pensando... A Louise nunca foi na terra natal do pai dela...

C- Oui.- ele sorri ainda de olhos fechados-

R- Agente bem que podia planejar uma viagem em família, o que acha?-
Rosa se sustenta nos cotovelos, encarando-o apreensiva, ele abre os olhos-

C- Hum... Parece uma boa idéia, hã?- ele diz num tom brincalhão, em seguida da um largo sorriso-... Mais vai ter que pagar pedágio, hã?- diz agarrando Rosa pela cintura, eles rolam pela cama, chegando á beirada-

R- Claude!- diz Rosa em meio a risadas, Claude lhe morde a orelha- Agente vai cair!

C- Vamos?- diz ele ainda lhe beijando a nuca-

R- É!- Rosa gargalha pela situação, se encolhe de punhos, Claude agora lhe encara, incrivelmente o peso do corpo dele não lhe incomoda. Ficam por uns instantes se encarando, sorridentes, em silêncio-

C- Rosa eu te amo!

R- Je t’aime trop!- responde Rosa divertidamente gesticulando num bico. Claude ri mas por algum motivo a deixa sem graça com o olhar dele- O que foi?- quebra o silêncio

C- Non sei. Eu só... Estou feliz. Estou feliz como nunca pensei que seria um dia!- Rosa o enlaça pelo pescoço e lhe dá vários beijos pelo rosto, ele a beija...

L- Mamãe?....- Uma voz chorosa chama a atenção dos dois, vinda do outro lado da porta do quarto-

Claude levanta de um pulo, Rosa se deixa cair nos travesseiros, rindo enquanto focava o teto. Ele trás Louise e a acomoda no meio dos dois.

Ela agarra o colo da mãe, que fica observando as feições tão delicadas da filha, admirada. Claude as observa sorrindo, apoiando a cabeça com uma mão, o cotovelo ferindo o colchão fofo.
 Vê o contraste do cabelo de Rosa esparramado pelo travesseiro branco, pousa os olhos nos dela, que volta a olhar a filha, agora já adormecida. Ele sente vontade de capturar aquele momento, e poder viver ele pra sempre...

(...)

O dia amanhece tão ensolarado como na véspera, Claude tira o travesseiro que ele mesmo colocara sobre a cabeça, abre os olhos e se vê sozinho. Pensa que talvez seja cedo de mais, mais mesmo com preguiça decide levantar.
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http://www.youtube.com/watch?v=8mwEdSZZG6E

Fica rapidamente pronto e desce, avistando Dádi com uma bandeja nas mãos, indo depositá-la á frente de Rosa, Louise apoiava as mãos em seu colo. Ele chega e a pega nos braços, a erguendo por debaixo dos braços, a encara numa careta, e a levanta ainda mais, observa os sapatos da filha que ri sem parar:

C- Louise... Non estamos no verão, hã?- põe a menina na cadeira, que apesar de ser alta ainda faz com que ela praticamente desapareça debaixo da mesa.

R- Não teve jeito de convencer ela a tirar essas botas!- Diz Rosa, recebendo uma bitoca de Claude, que agora se acomoda na cabeceira da mesa.

Rosa sempre ficava de coração partido em se separar de Louise, mais, ela tinha que trabalhar! Ás vezes Louise ia visitar a avó( seu Giovanni falecera a um ano) mais sempre ficava mesmo era com Dádi e as vezes com outra babá, mais esta tinha folgava nas segundas.

Dádi levaria a menina pra natação mais á tarde, permanecendo com ela até termino da aula.

Claude estava em reunião com os engenheiros do mais novo projeto da construtora, dessa vez, fechariam um negócio milionário com uma rede de Shoppings-Centers, de muito prestigio e reconhecida no mercado. Ele estava animado com todo esse trabalhão que vinha tendo nos últimos dias. Era sinal de que estava tudo andando.

A correria era também parte da rotina de Rosa, já que além de co-presidente da empresa, também tinha de comandar a casa. Dádi sempre fiel escudeira do casal nunca a desamparava, principalmente com Louise, a quem tinha como sangue do seu sangue.

Meio da tarde, tudo estava a pico, quando Claude é surpreendido pelo
telefone-
Ah! Bom Jour, Cherri!...- ele pede licença as suas companhias- ... Tá. Tá, claro. Mais non entendi, ela esta bem?... Parente, é? Tá. Non... Non se preocupe, seis horas eu e Louise atravessaremos a soleira da porta de entrada, hã? Mais... Você quer que eu compre alguma coisa e leve pra casa? ....Enton... Tá, tudo bem.... Também te amo, tchau... –

 Claude dá um suspiro. Mais não se incomoda. Afinal, passar um tempo com Louise nunca era de mais. Iria buscá-la por causa de alguma emergência de Dádi, o que lhe pegara de surpresa. Mais, todos tem inconvenientes, imprevistos.

Ele se encontraria com ela e receberia Louise pra levá-la com ele direto pra casa. “Tudo bem”.

(...)

“Cheguei ao estacionamento... Agora vou me apressar e buscar logo ma petit... Ué? Dádi? O que ela esta fazendo aqui fora? E Louise?...”

C- Dádi? – ele grita ainda se aproximando de Dádi, que parecia muito nervosa- Dádi? Dádi?!- Claude vê que Dádi estava vermelha, lágrimas escorriam pelas suas bochechas, a medida que ofegava- Dádi? O que aconteceu?! Você está bem?! Onde está Louise?!-

Claude começa a ficar nervoso na falta de resposta pra suas perguntas- Dádi... Onde está minha filha?...- Pergunta Claude tentando em vão manter a calma-

.D- Eeeu... eu fui no banheiro... fui no banheiro rapidinho e deixei Louise calçando as botinhas dela, lá dentro do vestiário mesmo, pedi pra uma das mães olhar ela pra mim, entrei na cabine e... –

Gaguejou Dádi, tentando enxugar os olhos com os dedos, agora soluçava- Aí... Aí , quando eu sai ela tinha sumido! A mulher, a mãe lá, me disse que uma moça ruiva pegou a menina, dizendo ser tia dela, ela disse que não duvidou por a Louise ser ruivinha né?... –
Dádi chorava- Eu não vou me perdoar se agente não achar Louise, Doutor Claudes!- Claude arregalara os olhos, ele não conseguia acreditar no que ouvia,

C- Cadê minha filha, Dadi?! Cadê ela? Cadê Louise?!!- Claude avançava pra cima de Dádi, mais esta só chorava.

Claude então começa a correr pelo ginásio, entra no clube, pergunta para as pessoas, volta ao vestiário, encontra o par das botinhas vermelhas da filha, começa a chorar desesperado.

O lugar estava aparentemente vazio, mas ele ouve uma porta bater. Tem esperança de ser alguém que possa ter visto a filha. Sai e vê alguém bater a porta de um carro mais a diante, corre até lá, mais antes que o alcance o carro entra em movimento, ele consegue ver a motorista, que escondia os cabelos ruivos num lenço, e os olhos em óculos escuros, ele começa a gritar de raiva. Corre pro carro no intuito de segui-la.

(....)

Rosa gira a chave na fechadura: “É realmente estranho ficar aqui sozinha” ela pensa enquanto se equilibrava com as sacolas de compras pro jantar que ela mesma prepararia.
Põe tudo sobre o balcão da cozinha, descalça os sapatos. Descendo os degraus da copa prende o cabelo, na insistência da franja lhe cair nos olhos ela faz do lenço que levava no pescoço uma tiara, deixando a ponta de seda correndo desde o nó na nuca até o meio das costas.
Dá o laço no avental e começa a preparar o jantar, ainda que sentindo uma sensação estranha...

Enquanto separa tudo, se lembra do primeiro prato que preparou junto com Claude, Ratatoule, no qual a única participação do marido fora cortar alguns ingredientes e provar o tempero a toda hora. Como ela amava cozinhar!

Como ela amava o esposo e a filha! Se sentia realizada nesse momento. “Já estou com saudades...” pensou alto num sorriso dirigido á foto de Louise e Claude, ambos sorriam pra fotografa com entusiasmo, Claude tinha a filha no colo e esta sustentava com suas mãozinhas o enorme livro de capa vermelha pertencente a sua mãe, o qual minutos após ela alteraria com certo giz de cera vermelho...

Rosa sorri ao ver o coelho de pelúcia abandonado no sofá junto ao bar da
casa. Uma rosa de plástico dentro de um vaso de vidro completo até a borda de água com corante azul no aparador.
As pequeninas sapatilhas negras que Louise se negara a trocar pelas botas alinhadas embaixo do banco do piano... Uma gravata amarela horrível que dera de presente de dia dos pais a Claude estava enrolada no pescoço do
coelho.
Tudo isso Rosa ia observando aos poucos, pois tinha muito trabalho até que o marido chegasse. O jantar deveria estar encaminhado quando os dois “passassem pela soleira da entrada”, pois Louise daria certo trabalho aos dois até que se aquietasse na cama.

(...)

Seguindo o carro da ruiva, Claude é levado a uma estação de trem, lotada de gente. Ele anda no meio da multidão, tentando enxergar á frente, a seqüestradora de sua filha.

Ele a avista, Louise parecia dormir em seu colo, ela cobrira a menina com seu lenço, mas o rosto dela ele não via, apenas o cabelo, comprido e alaranjado. Ele é barrado na catraca, tira algumas notas do bolso e salta a catraca.
 Esbarrou em todos á frente até chegar a porta do trem, ele vasculha o vagão, vê dá janelinha a cabeleira ruiva do outro lado, sentando no lugar de alguém que levantara para a “mãe com criança no col”. Ela devia ter sedado a pobre Louise, só podia.

Ele tenta abrir a porta, não consegue. Volta a encarar a multidão, se arriscaria a sair do trem e entrar pela porta do outro vagão.

Mal ele consegue sair do vagão, ouve o sinal de que a porta estaria se fechando, ele se vira já dando de cara com os vidros, ele bate com as mãos na porta, desesperado.
Viu a mulher ainda de óculos escuros, se repor o lenço, com um sorriso no rosto, indo-se com no trem em movimento-

(...)


R- Nãããããããoooooo!!!....- O grito ecoou pela delegacia. Claude agora tentava a sustentar em seu abraço, tentava acalmá-la, mais no fundo sentia vontade de se juntar a ela, e gritar também.
Chorar como a mãe desesperada que soluçava dentre seus braços. A policia divulgou o seqüestro relâmpago da pequena Louise aos quatro cantos, a foto dela aparecera em todos os noticiários.

Mais parecia mesmo que ela simplesmente havia evaporado. Como uma menina tão “especial” como Louise poderia passar desapercebida assim?

Quantas crianças de três anos e meio em São Paulo você tem noticia que fale além do português, francês? E quantas cantam Au Claire de La Lune em vês de Atirei o pau no gato? E além de tudo, que tenha o inconfundível brilho nos olhos que só seus pais tem, e aquela juba vermelha de nascença, privilégio de tão poucos?

Rosa não acreditava que isso estava acontecendo com ela. Depois de tudo que ela já havia sofrido...

 “Louise? Não! Porque não eu?” era o único pensamento dos pais aflitos.

Se Nara, a suposta seqüestradora, tinha que acertar contas, era com os dois, não com uma pobre criança inocente.

 “Ela podia ser filha de qualquer um! O que ela tinha haver com isso? Ela não tivera culpa por nascer!”

Assim a madrugada se passou: Claude sustentando a cabeça de Rosa em seu ombro. Os dois, sentados numa sala fria, em infinita espera de resposta ás buscas.
 Quando estas se encerraram, os dois depois de certa discussão decidiram procurá-la por conta própria.

Detetives, anúncios, apelos...tudo... E nada.

(...)

Um comentário:

  1. Karollllllllll assim é mais facil de ler...continua q essa parte eu liiiiii...kkkkkk e fala pra Juliloka fazer um blog e nos visitar sempre... bjs Gih

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