sábado, 29 de janeiro de 2011

FIC URCA 2- Parte 13- Questionamentos profundos





“Queria não estar assustada.

Mas não seria sincero de minha parte.

Queria me lembrar.

Mais não dá.

Não queria lembrar.

Aliás, queria que nada disso estivesse acontecendo.

Cadê meu pai?

E o Julio, onde está?

Hoje cedo, no hospital, era a Nara?

A dona Nara Paranhos de Vasconcelos me pedindo perdão?

E eu perdoei?

Meu Deus. E o doutor Claude! O Claude.

Ele... Como ele se atreve?!

A ser tão... Petulantemente encantador?

Aquele não é o doutor Claude que eu conheci.

Que gritava comigo toda vez que me distraía.

Que era estúpido diversas vezes. Batia a porta, desligava o telefone sem dizer  nem tchau, vê lá obrigado.”

Que achava que ela não tinha mais nada de importante pra fazer do que resolver os problemas dele.

Sim... Ela estava acostumada a aturá-lo.
Mas agora era diferente.

Ela não tinha que aturá-lo.

Simplesmente, ele vinha, se abaixava até a altura em que pudesse olhá-la firmemente nos olhos e perguntava se estava tudo bem. O que ela estava sentindo.

 Se interessava pelo que ela estava achando. Este Claude, ela ainda não tivera a honra de conhecer.

“Meu Deus! Como ele pode ser tão... bonito?!”

Essa era uma pergunta que ela fazia constantemente mesmo antes, referindo-se ao “velho” Claude. Rosa se irritava por que tinha que admitir, que aquele francês apesar de rabugento, era muito bonito.

Na verdade, era difícil pra ela comparar ele e Julio.

Apesar de estar muito apaixonada pelo noivo, ela sabia que não dava pra comparar.

Julio não era rude como Claude. Eram raros os momentos de nervosismo dele. Mas Claude, em contraste, quase nunca estava calmo.

Era perturbador ele ser tão rude e tão encantador ao mesmo tempo.

“Como ele pode? Como ele pôde ser assim por tanto tempo e de repente virar quem sabe outra pessoa?”

Ele a olhava de um jeito diferente, ela sabia. Nem para Nara, a mulher que até então ele levara mais a sério, aponto de noivar, ele olhava como olhou pra ela.

Sim.

A mesma Rosa, aquela, que era chamada sem a menor delicadeza de corticeira, cafoninha, serviçal.

A mesma mulher que Nara Paranhos de Vasconcelos tratava com tão pouco caso, que ela humilhava como se dissesse ‘oi’. Como se os insultos fossem a única maneira que ela conhecesse para “saudar” Rosa.

Sim. A mesma. A mesma Serafina Rosa, agora era a

“senhora Geraldy. Serafina- Rosa – Petroni- ...Ge-ral-dy.”


Ela se deixa cair sentada na cama fofa.

Esta vestida apenas com um roupão e tem uma toalha na cabeça.

Ela olha em volta. O lugar parece ter saído das páginas de revista de decoração e arquitetura.

“Minha cama...”

ela alisa a fronha de linho. Volta a apalpar o edredom macio...

“Minha só não... Ah!”

 Começa a secar o cabelo, ali mesmo, sentada na cama.

Depois decide criar coragem.

Se apóia numa das muletas e abre a porta do armário.

Estranha. Dentro só tem caixas, alguns chapéus, gavetas...

Se dá conta de que a porta paralela ao do banheiro devia explicar.

“Closet! Meu Deus! Nem sonhava que um dia teria um closet!”

Ela abre a porta, meio que se apoiando na maçaneta, entra devagar, como se tivesse medo que o

 “terrível monstro do armário” estivesse lá dentro.

 Está escuro.
Não está mais. Ela encontrara o interruptor.

As luzes a fizeram piscar, mas logo ela se adapta a claridade.

É enorme. Quase do mesmo tamanho do quarto. Armários sem porta de todos os lados. A porta atrás de si, completava a parede espelhada.

 Ela começa a passar a mão pelos cabides...

“Essas roupas devem custar uma fortuna!” Sentia os tecidos com os dedos, nesse armário, havia apenas ternos. Não resistiu em sentir-lhe o cheiro. Mais para seu desapontamento(!) não tinham o perfume dele.

Então, ela se dirige ao ultimo e mais encantador armário. Nele jaziam os seus supostos sapatos.

“Um para cada dia do ano, eu suponho!” Ela estava vislumbrada com tudo aquilo mais não deixava de se sentir estranha.

 Talvez a Rosa “do futuro”, a que ela se esquecera de como ser, fosse fútil.

Uma madame consumista e fútil.

Começava agora uma guerra em sua mente. Será que após ser abandonada no altar por Julio, ela desacredita no amor e seduz o patrão por dinheiro?

Ela seria mesmo capaz?

“Não. Pelo menos essa  Rosa aqui, de dez anos atrás como dizem, nunca faria tal coisa.”

Ela examinava as roupas, segurando-as pelo cabide, à altura do peito, mirando a própria imagem no enorme espelho de corpo inteiro.

“Meu Deus! Olhe pra mim? Quem é essa? Sou eu?”

Rosa agora se encontrava espantada com a própria figura. O cabelo dela nunca fora tão claro, ela pensa.

Está como de costume (ao menos de costume pra ela, a de dez anos atrás) No rosto, surpreendentemente não encontrara nenhuma ruga nova. (agora ela tinha 37!)

Claude também não mudara muito, ela sabia. Ele tinha sete anos a mais que ela, e não aparentava ter mais que quarenta.

Ela afasta passando os dedos no sentido ao alto da cabeça a enorme franja que lhe crescera nesse tempo em que ela estava “dormindo”.          
As pontas tocavam-lhe os lábios.

Ela então pode ver a enorme verga que sua testa fazia enquanto ela permanecia imóvel, se criticando com os olhos.

Talvez procurasse o que Claude viu nela para olhá-la ‘daquela maneira’. Os olhos dele eram de quem vê a Angelina Jolie ao vivo pela primeira vez. Mais não.

 Ela não se parecia com a Angelina Jolie. Talvez ele achasse. Mas ela não via semelhanças.

“O que Deus do céu, o doutor Claude... o Claude. O que ele viu em mim? Ele era cobiçado pelas mais variadas peruas socialites que pareciam ter saído de capa de grife, e então, ele vai na igreja da Aquerupita, e se casa comigo?”

Rosa ainda não engolira esta história.

Não parecia convincente.

Não a julgar pelo relacionamento que eles tinham até onde ela se lembrava.

“Grandes coisas.”

Lembranças que de nada lhe valia. Sua vida estava de pernas pro ar.

“Mais me valeria ter esquecido até meu nome”

Ela se arrependeu de pensar isso. Pois não gostaria de esquecer de sua família. Não mesmo.

(...)


Rosa se senta na beira da cama, tentando ajustar a bota que está tão frouxa que parece que vai se soltar. Os cabelos lhe cobrem o rosto completamente.

Alguém os afasta, e ela levanta a cabeça rapidamente, meio assustada.

E sim. É exatamente quem ela previu que fosse. Claude. E aquele sorriso dele.

“Ah, não! O sorriso não!”

Ele a olhava tranquilamente. Mais por dentro sentia-se tão intimidado quanto ela.

“Mon Dieu! O que eu faço... O que qui eu tenho que fazer pra ela não me olhar assim?”

Ele se agachara na frente dela, e com facilidade e rapidez, fez o que ela tentava a muito. Deixou a bota perfeitamente ajustada. Ela sobe o olhar e se depara com os olhos dele,

C- Ficou bom?- as mãos dele estavam nos joelhos dela, o que a fazia ficar meio desnorteada-

R- Ficou. Ficou sim. Está ótimo. Obrigada!- Ela tenta sorrir. Mais ele ainda percebe o quão assustada ela está pela sua simples presença. Ele toma suas mãos, que apertavam o acolchoado da cama com força.

 Ela ainda nervosa, seus olhos parecem apreensivos. É certo que não viam a hora dele sair, ou de mais alguém entrar.

C- Rosa...- ele olhava as mãos dela, o anel de noivado na mão esquerda, em lugar da aliança, as mãos dela estavam tão brancas...- Eu... eu percebi que você non se sente confortável na minha presença...- Ele a encara, os olhos dela fogem-

R- Claude...

C- Eu sei que você ainda non me conhece... – ele a olha por baixo, de uma forma divertida, ela cora tenta soltar as mãos mas desiste- Mas eu te conheço. – ele sorri- Eu conheço muito bem cada olhar seu, cada sorriso, cada risada...

Rosa aspira, finalmente solta suas mãos. Ele a olha “daquele jeito” de novo. E novamente, as orelhas dela pegam fogo-

R- É, eu sei.- “E é disso mesmo que eu tenho medo” ela pensa nervosa com aquela situação. Silêncio. Ele umedece os lábios-

C- Non é justo, né?- ele sorri, se levantando-

Ela apenas suspira. Ele se senta ao lado dela. Ela evita olhá-lo.

R- Eu sei que não é justo... Mas principalmente pra você. Não é justo que...

Ele a faz encará-lo gentilmente lhe guiando pelo queixo. Ela ruboriza-

C- Eu te ame... e... você....- ela volta o rosto pro outro lado- Eu entendo Rosa... É claro que eu entendo. Nunca faria nada que você non queira. Não precisa ter esse medo todo de mim... Non sou o bicho papom...

Ela sorri e o encara-

R- Não é? Dadi me disse que...

C- Tá bom... Non ligue pra o que Dadi diz, hã?- Eles param de rir, e entram em mais um silêncio. Só que desta vez, podiam descrever cada linha da Iris um do outro.

Claude não percebe seu impulso, e a beija nos lábios.

Um beijo macio e delicado. Um simples tocar de lábios.

Mas o suficiente pra que Rosa se assustasse ainda mais. Apesar de imóvel, seu corpo formigava violentamente. Ela pisca e ele se afasta. Percebeu seu equivoco.

C- Desculpe.- Ele disse engolindo em seco. Abaixando os olhos, como se tivesse cometido um crime.

R- Eu sei que não tem que me pedir desculpas, Claude.- Ela disse ainda assustada, porém sua voz soou calma-

C- Non. Tenho sim. Não foi cavalheirismo de minha parte.

R- Beijar sua esposa?

C- Mesmo sabendo que ela esta assustada e que non se recorda de mim. Eu fui um imbecil, Rosa, me perdoe.- Ele faz menção de se levantar, mas ela põe sua mão sobre a dele-

R- Claude, espera! Eu preciso te perguntar uma coisa.

C- E O que é?- ele diz aparentemente calmo mais por dentro seu sangue borbulha. Ela se lembrou de algo?

R- Eu... quero saber... por que você casou comigo... tendo tantas mulheres melhores e loucas por você no mundo...

Ele sorri, ela sobe o olhar da aliança dele para seus lábios, que esboçavam um largo sorriso-

C- Rosa! Por que eu me apaixonei por você! Por que você non era igual às outras mulheres lindas, por que você também é linda, mais que qualquer outra, e você....

- Ele levanta o rosto dela com o indicador no queixo dela novamente-

é linda non apenas por fora, mas por dentro também! Você é linda, por dentro, e por fora.

Ouviu? Non te troco por nenhuma outra nesse mundo.

Você é a minha Serafina.

 Minha “anja” Serafina.

E eu vou sempre me lembrar de agradecer à Deus por você ter entrado na minha vida. VOCÊ,  foi a melhor coisa que me aconteceu, Rosa!

Ela tem os olhos tão marejados quanto os dele. Mais a primeira lágrima a escorrer, é a dela.

Ele então a enxuga com as costas da mão, mas também deixa uma não, mais duas grossas lágrimas caírem de cada um de seus olhos, quando não resiste e pisca pra que possa enxergar o rosto de Rosa e não água.

Ela sorri, mesmo contendo-se para não soluçar.

 E em mais um ímpeto (aos quais Claude amava na esposa) ela lhe toma o rosto com as duas mãos, e começa a beijar-lhe o rosto com energia.

Beijos estalados em cada uma das bochechas molhadas dele, em seguida na testa, no queixo e então ela pausa, o encara de novo, os dois sérios e mudos.

E desafiadoramente muito próximos.

Ela toma coragem, ainda segurando lhe as orelhas, e o beija a boca, fechando os olhos com força. Ele nem acredita. Sente o corpo aquecer de felicidade e contentamento.

Seus pensamentos voam nesse segundo... Apenas um segundo. E ela dá em si. Se afasta.

Ele abaixa a cabeça.

C- Me desculpe. Eu non devia...

R- Claude! Eu te beijei. E eu quis. Não foi nada que você fez.

C- Engraçado...- Ele sorri pensativo-

R- Eu sei no que está pensando, que nós somos casados há dez anos e que agora mais parecemos duas crianças...

Ele surpreendeu-se com o que ela disse-

C- Uau! Non pensei que diria isso.

R- Dez anos mais imatura- ela balança a cabeça, divertida-

C- Talvez... Mais ainda sim, igualmente encantadora!- ele beija-lhe a mão.

R- Claude...- ele ainda mantém os lábios na mão dela- Você.... Me ama?

A voz dela saiu mais incrédula do que ela planejava-

C- Tem dúvidas? –

Ele a olha docemente-

Non me importa nada nesse mundo, cherri, a única certeza que tenho além da morte é essa: Eu te amo pra sempre! Pra sempre!

- ele acomoda gentilmente uma mecha do cabelo dela atrás da orelha.-

 E ontem eu te amava,hoje eu te amo, amanhã eu vou continuar te amando... Todos os dias, sempre, mais e mais... E hoje, eu tenho certeza, nunca vou deixar de te amar.

O mundo parou de girar.

Parou.

Ela jura que parou.

 Tudo parou.

As luzes se ofuscaram, os carros pararam as vozes e os sons do mundo se calaram, só pra ouvir o que ele disse.

Sim.

ELE disse.

Claude Antoine Geraldy disse: sim.

Disse eu te amo pra sempre Serafina Rosa. Pra Sempre!

“Ele disse. Meu Deus ele disse!” Não que ela não esperasse que ele dissesse, mais não que isso fosse mexer assim com ela. Violentamente.

O mundo girava de novo. Só que rápido demais. Ela se sentia não dez anos mais imatura.

Mas sentia ser adolescente de novo. Daquelas loucas.

Que se convencem de que ama um e depois vê que amava mesmo o utro. Meu Deus e Julio?

Ela sabia o que ele tinha feito, algo sem volta. Mais e ela? Não seria indigno da parte dela dizer que amava outro assim “tão depressa”? Sim, dez anos passaram.

Mais e a consciência dela? Ela não se lembrava de ter chorado o “luto” por ser abandonada pelo “amor de sua vida” o que dizer? O que fazer?

 E a vontade que ela tinha diante daquele olhar tão... Pertubardor... Tão...

Penetrante de seu legitimo marido.

Sim.

Legitimo.

Ele merecia que ela dissesse que o amava. Ele merecia que ela o fizesse cafuné.

Não Julio.

 Não o que ela achava ser seu melhor amigo, a paixão de sua vida.

 Mas Amor....

Amor?

Dizem que amar mesmo é só uma vez... E agora?

8 comentários:

  1. Karollllllllllllllllll q lindooooooooooooo nem tenho o q dizer...ela se apaixonando por ele de novo é super emocionante

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  2. Mara, Karol, amei novamente
    continue...

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  3. valeu meninas... e... o que será que ela vai fazer? Idéias?

    ui....

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  4. Meu Deus, esta tudo perfeito.

    Sua estoria esta muito linda e emocionante.

    Agora sim acredito que Claude sabera conquista-la.

    Meus Deus, sera que ela vai dizer que o ama?

    Ô ansiedade aqui. kkkkk

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  5. Linda sua história. No começo era boa, mas agora, é maravilhosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Esse Claue é o melhor da sua FIC. Parabéns!!!!

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  6. Ideias? Ela tá num bom caminho.Ela já acha q ele merece q o ame.Já o beijou, adorei! Muito bom ela estar temerosa, mas não ter colocado uma muralha.Tô c saudade da lindinha Louise, o q está acontecendo c/ela, o q Alabá&cia estão descobrindo sobre ela? Já dei muito palpite...fico c medo de vc me expulsar do blog, hahaha! Portanto são só coments.

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  7. eita q ela é sua leitora favorita??? magoei...ela nem vai mais na minha fic... :(
    nem ela,nem déa...ó como sofro

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  8. Ô Gih... a sua tbém é tdb! É q tenho andado c pouco tempo até p abrir janela na net. Como a Holly tem sido mais constante nas postagens abro pq sei q sempre haverá alguma coisa. Mas, passei os olhos na sua, vi q postou bastante desde 6ª! Li o special 1/3...só não pude comentar. Me aguarde! I love Yous todas.

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