quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FIC URCA by holly Parte 6- Boneca... Não fantoche!

“Mais que calor!” pensa Claude saindo do elevador, era um dia bastante abafado em São Paulo, ele passa tão apressado pela secretaria que nem percebe que esta estava deserta, ninguém havia chegado. Mas vê que sua sala estava aberta, “estranho...” pensa.
Ao abrir a porta qual não é sua surpresa!

C- Dona Rosa?!- Rosa lhe sorri, ele franze a testa- Que parte de “non apareça mais no escritório a senhora non entendeu?

R- A parte que eu entendi era que eu não ia poder mais vir aqui, então, eu decidi vir buscar as minhas coisas!

C- E o que tem de seu em minha sala?- põe a bolsa na mesa, se esparrama na cadeira.

R- Calma, doutor Claude! Eu vim cedo né, pra ninguém me ver aqui!... aí eu lembrei da maquete, aquela do projeto com os americanos... e resolvi limpá-la! – mostra uma flanela a Claude, que mantém a testa franzida.

C- Eu acho melhor a senhora ir embora... hã? Daqui a pouco os funcionários começam chegar, ...doutor Egidio!, se ele te ver aqui non vai prestar, non vai mesmo!

R- Calma, doutor Claude! Já estou quase terminando!...- diz num tom doce, Claude fica olhando o pano deslizando pelo vidro empoeirado, suavemente. Os cabelos de Rosa lhe escondem o rosto, ela para pra ajeitá-los atrás da orelha, e logo volta ao trabalho... Claude engole em seco e fala ainda observando-a:

C- Eu preciso te pedir uma coisa.

R- Pode falar, estou te escutando. – diz ainda entretida na tarefa.

C- É... Que eu acho que você precisa vir passar uns dias no meu apartamento... – diz com certo receio, observa que nessa hora a mão de Rosa para de percorrer o vidro e o encara.

R- Quê?- diz numa mistura de surpresa com irritação.

C- Rosa, ...Rosa eu posso explicar, é quii... Roberta me informou que o casal Smith vai enrolar mais um tempo aqui no Brasil, disseram que é a negócios e que pretendem permanecer em Son Paulo, mas eles querem mesmo é me vigiar, hã? Me vigiar... – Rosa para e olha pra maquete, pensativa- Aliás, eles querem “   nos” vigiar! É isso, hã? Nos vigiar! Você mesma ouviu, Frasón contar que eles eston desconfiados, do nosso...Atchim! Casamento...

R- O senhor ficou maluco, hã? O senhor mesmo viu, lá com é o meu pai, como o senhor me pede uma coisa destas?!

C- Rosa, por favor, hã? Dá um jeito, eu faço o que você quiser mas por favor, vem morar comigo por um tempo!

R- O senhor não se dá por satisfeito, não? Se lembra de tudo o que eu passei pelo senhor, todos os dias lá, na casa de uma madame, aprendendo a ser uma pessoa que eu não sou, só pra agradar os outros...

C- Ah, tambem non faça drama, hã? Não foi ton ruim pra você, non... Pior foi o meu lado...

R- O seu lado?! O seu lado por que doutor, Claude? Eu fui um fantochezinho pra o senhor ter seus interesses, e o senhor me diz que o pior lado é o seu?- Rosa abaixa o tom de voz- Aliás, eu sei por que! Por que o senhor queria mesmo era estar com a sua noivinha vingativa ao invés de se expor ao ridículo sendo casado com uma simples empregada...

C- Ô, Rosa, non é bem assim non, hã?- diz indo até ela- eu nunca disse isso non! E você...- pega uma mão dela- você non é uma simples empregada non..

R- Sou secretária...

C- Non, ... Rosa?... Olha pra mim?- Ela olha, testa franzida- ...Você é minha amiga!- Rosa sorri sem graça;

R- Não... Sou o seu disk emergência!- os dois riem.
Frasão entra.

F- Oi, minha gente! Vocês madrugaram, hein? Aliás, Rosa, não era pra você estar de ...“férias”, hã?- diz rindo.

R- É... as melhores férias em Acapulco! – sorri Rosa, recebendo o beijo no rosto dado por Frasão.

C- Mas entón, o que a senhora me diz, dona Boneca Serafina, hã?

R- Eu ainda não sei!... Preciso pensar! – diz indo recolher sua caixa que ela havia deixado ao lado da porta- E pensar muito numa bela desculpa pro meu pai, né? Tchau, eu vou antes que me vejam aqui... – diz saindo.

C- Depois eu vou te ligar pra saber, hã?- ela fecha a porta. Ele se joga na cadeira novamente, suspiro- Ai, Frasón, Frasón! Essa muulher é doida, Frasón, maluca, hã?

F- E eu não sei?

C- hã?- diz surpreso

F- Ué, ela casou com você não casou?- diz caindo na risada.

C- Ah, vai ver se eu tô na esquina vendendo picolé derretido! Non to com graça nenhuma hoje non, non tô nem podendo te aturar com suas brincadeiras aí non...

F- Nesse calor, não há picolé que resista, né amigão? Mais me fala, qual é a bronca da vez com dona Rosa, hein?
C- Primeiro que eu disse pra ela non dar as caras por aqui ton cedo e ela veio,

F- Tão cedo, né?... Sete e meia?

C- Frasón?....

F- Tá, tá, desculpa, continua.

C- Além disso ela me entra aqui, e começa a limpar minha sala, em tempo de doutor Egidio ou qualquer funcionário ver ela aqui sozinha... Depois me acusa de ter feito dela um... Fantochezinho...

F- Fantochezinho bonito por demais o seu, né francês?

C- Até você, Frasón? Tava demorando pra começar com essa história! Eu nunca teria nada non...Com uma mulherzinha como aquela non..

F- Ah, Claude, vai me dizer que você tem preconceito só por que...

C- Claro que non! Non é issi, hã? Frason, nunca iria dar certo, eu ter, eu ter qualquer tipo de coisa com alguém como ela non.- diz emburrado, cruzando os braços.

F- É... E é por isso que vocês são só... casados , né?- diz, ao final gargalha- Tá francês, mas e aí, o que ela disse sobre a temporada na sua casa?

C- Disse que non, né? Aliás, disse que o pai jamais aceitaria uma coisa dessas como sempre... Ah, mais será que non tinha uma mulherzinha menos complicada pra você me arranjar non, ein Frason?

F- Ô, Claude! Agora eu dou razão a dona Rosa! Será que você não está pegando pesado demais com ela não, amigo? Primeiro que ela não é um bibelô, um fantoche como ela diz, pra você ir lá e mecher assim na vida dela, uma vez que o combinado foi ela assinar o casamento, não casar de verdade, segundo que... Agente sabe que ela nem descontou de verdade o cheque, né, Claude? Você que foi lá e pegou o documento de fiador né... E mais, ela faz a gentileza de dar uma limpada básica na sua sala e você briga com ela? Claude! Ela fez isso por que ela sabe que ninguém aqui trabalha como ela! Você sabe que perto dela não tem pra ninguém, né?

C- Tá, tá, já entendi... Mas agora, o que eu faço pra convencer ela a ir pra minha casa, hã?

F- Ih, meu amigo- cruza os braços- Eu acho que você vai ter que abrir o jogo com a família dela, rapaz.

C- O que?

F- Vai ter que enfrentar seu Giovanni meu caro!

C- Tá maluco? Eu disse que namorava com a filha dele ele quase me engoliu aos berros! Se eu digo num belo dia, “olá seu Giovanni, esqueci de te contar, mais numa semana dessas casei com sua filha! Foi só no papel non teve nada demais!”, o que quii você acha que me acontece, hã? Eu vou rolar de lá do alto da escadaria do Bexiga, non?

F- Ah, meu querido amigo, aí o problema é seu! Eu só tô dando a sugestão...

C- Sem condições! Non! Non é viável!

F- Tá legal, então vai, diz, qual é a solução viável então?

C-Ainda  non sei, non sei!- diz irritado, tamborilando com os dedos na mesa.

(...)

Rosa chega em casa, pra todos os efeitos “hoje eu estou de folga”. Entra no quarto, se tira os sapatos, acomoda a caixa na cômoda, se joga atravessada na cama. “Umas semanas na casa do doutor Claude... Ele pirou? Ou melhor, eu pirei? Como uma coisa tão fora de cogitação me soa tão convidativa, tão... Interessante?... Ah!” Ela vira de barriga pra cima olhando pro teto, vê o ventilador rodando lá em cima... “Será que isso pode mesmo acontecer? Será que não existe um meio, uma desculpa que eu possa dar pra passar uns dias fora de casa?”

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