sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

FIC URCA 2 – Parte 22- Músico farsante



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-Alô?- passo o braço por cima do Claude, que está dormindo. Meu cabelo fazendo cócegas em seu nariz. Ele suspira ainda dormindo.
-
Ah, tá, Claro. Sim, não se preocupem, estaremos, estaremos lá.... A... Ok. Ok... Até... – respondo rapidamente, a voz um tanto rouca.

*Dois anos antes, o casal Geraldy está em viajem de negócios. Acabaram de ter mais uma reconciliação, após uma semana sem se falarem.*

Recoloco o telefone no gancho. Reparo em como a camisa de Claude, que eu estou vestida, está abarrotada.
Observo o quarto. É um tanto rústico... E muito chique.

Vejo que a claridade da manhã briga com a cortina da varanda, e vence. A cortina toda em renda branca transparecendo a luz do sol de Recife. Este lugar é... encantador!

 Me ponho um roupão e corro até a varanda. Abro a porta com cautela. Mais a escancaro assim que vejo o incrível mar verde-azulado.

Fico sem fôlego. Não apenas pela paisagem, mais porque meu marido não só acordara mais também me apertava pela cintura contra si. Além de respirar languidamente junto a meu pescoço, pra aspirar todo meu cheiro, ao que parece.

-Este lugar é maravilhoso!- é tudo oque eu consigo dizer, antes de ele me girar e me beijar.

Bem, basicamente, estamos bem. Quer dizer, estamos indo.

Nos frustramos de novo. Por que mais uma vez eu tentei engravidar. E tive êxito. Até o segundo mês, quando minha gestação foi rejeitada pelo meu corpo.

Aqui se vai mais um item da lista “erguendo os destroços”. Engravidar, nunca mais.

...
Caminhamos pela praia, os pés descalços na areia ainda quente nessa noite fresca. Ergo um pouco a saia do vestido florido que me toca os pés, a fim de andar mais depressa.
Estamos um pouco cansados, a companhia de todos aqueles executivos não foi exatamente relaxante.

Sentamos na areia mesmo. A luz do refletor iluminando a praia.

Encosto a cabeça no ombro do senhor Geraldy. Ele tira a inseparável gaita prateada do bolso.
 O broche de flor que ele me obrigou a usar no cabelo amassada entre a minha orelha e o ombro dele.

Claude então toca a gaita. Dum jeito que as pessoas que passavam na calçada paravam por um instante pra ouvir.

As estrelas parecem brilhar mais aqui...  O som as vezes impreciso toma forma e se torna mais perfeito do que qualquer outro...

E a melodia é incrível... Reconheço cada palavra no som da gaita...


Olho para o céu... Tantas estrelas dizendo da imensidão...

Do universo em nós... A força desse amor...

Nos invadiu, Com ela veio a paz, Toda beleza de sentir
Que para sempre uma estrela vai dizer...

Simplesmente amo você...

Beijo a orelha dele, ele continua a tocar...

Meu amor vou lhe dizer... Quero você,
Com a alegria de um pássaro,

Em busca de outro verão...

Na noite do sertão, meu coração,

Só quer bater por ti, Eu me coloco em tuas mãos

Para sentir todo carinho que sonhei... Nós somos rainha... e rei...

Passo meus braços em volta dele, ele beija meu punho que agora está no peito dele e retoma a melodia

Na noite do sertão
Meu coração só quer bater por ti
Eu me coloco em tuas mãos
Para sentir todo o carinho que sonhei
Nós somos rainha e rei

Olho para o céu...Tantas estrelas dizendo da imensidão...
Do universo em nós...
A força desse amor nos invadiu...
Então...Veio a certeza de amar você...- Ele termina com a ultima nota(pra mim palavra) um tanto languida, mexendo os dedos de um jeito que me faz rir-

C- Je t’aime! – me sorri.

R- Eu te amo !- rio, bagunçando os cabelos dele.


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(...)

- Não... essa é a faca de manteiga Gil, a de peixe é a outra...

G- Ah, tia Alabá! Mais é tudo igual!...- Gil franze o cenho observando as inúmeras talheres

A- Não são iguais Gil, se prestar atenção, vai ver.

G- Hum!...- apóia a cabeça na mão, os cotovelos na mesa

A- Gil...- Alabá chama, Gil revira os olhos

- Nada de cotovelos na mesa!- as duas falam ao mesmo tempo

G- Ai isso é muito chato!...- faz bico- E nem sei pra que esse celular se não liga...- fala baixinho olhando pro lado

A- Você tá falando do celular que o Claude te deu, né?- a pequena assente- Calma... ele vai ligar! Ele prometeu não foi?

G- Talvez ele prefira a Duda...- fala de cabeça baixa, olhando a mochila no chão

A- Duda? A sobrinha da Dádi?- Gil acena pressionando os lábios- Gil a Duda tem a mãe dela.,.. e você é filha dele ele nunca ia te trocar por ninguém!...

G- Não é verdade- ela soca a mesa, levantando num pulo, os olhos espremidos de raiva- Eu não sou filha dele e aliás, eu nunca vou substituir a Louise!
- os olhos ficam vermelhos, lhe brotam grossas lágrimas-
Eu sei! Eu sei!
A- Gil!- Alabá tenta acalmá-la, a abraça e afaga seus cabelos, senta com ela no colo.-
Calma!... –

 Gil soluça, ainda molhando Alabá com as lágrimas-
Não se trata de você ser ou não a Louise, e nem de você substituir ninguém... É só que ele está fazendo de tudo pra não te perder e então... Não chore!...

- ela a encara-
 Não ache que ele não ama você por que, Gil, ele te ama! Te conheceu a pouquíssimo tempo e te recolheu como cria dele

- ela sorri limpando as lágrimas da menina, Gil umedece os lábios-
Ele te adotou com todo o coração, só falta os documentos e então ele será seu pai pra sempre!

(...)

- E teve aquela vez... Que você me contou sobre o seu ex-noivo...

R- Contei oque?...

C- Ah... Tudo. Tudo. Ou pelo menos foi oque você me garantiu.

R- Como assim Claude? Eu não sei... A... E oque eu te disse?

C- Bom... ham. Você... Me contou desde o... Sérgio.

R- Sérgio...- os olhos de Rosa se movem rapidamente, como se eles estivessem procurando imagens-

C- E...Como conheceu o Julio- diz entre os dentes, olhando-a por baixo.

R- E... Como foi?...- ela se senta no braço da poltrona.

C- Vai dizer que non lembra?

R- Eu lembro! Mais não de como eu te contei... Se foi...

C- Quer dizer... Como entramos... Nesse assunto?...
- Ela assente com a cabeça, mordendo o lábio. Claude sorri e se ajeita no sofá, olhando pra frente.

C- Non foi como pensa... Nós estávamos muito bem, non foi numa “briga” como a senhora acaba de imaginar...
- Rosa repara a voz dele... Meio rouca, e ao mesmo tempo doce...
Esse timbre ela ouvira poucas vezes...

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Rosa estava grávida de seis meses, Louise não estava mais tão escondida...
A barriga era evidente... Assim como a felicidade que ela sentia.

Ela estava deitada na cama, barriga pra cima. Claude como de costume, usava o umbigo de Rosa como “comunicador” com sua filha. Rosa ria, de olhos fechados, e ele continuava a depositar beijos no local onde Louise estava “escondida”.

R- Claude?

C- Hum?- ele responde se ajeitando sobre os cotovelos para encará-la. Sorri- O que ma raine manda?- Ela ri, revirando os olhos-
R- Bem... Pra começar, eu quero um beijo... -  Claude arqueia as sombracelhas-
C- Providenciado- Ele diz a beijando- E o que mais?

R- Hum... Eu quero que me conte histórias...- ela se ajeita no travesseiro- Quero que me conte...- ela pensa...- Hum... Sobre você.

C- Sobre mim?...- ele se deita ao lado dela- Oque quer saber?- ela o olha nos olhos profundamente, fica um momento sem palavras, eles riem- A... Pode ser... Minha infância?...ou...

R- É... Conta da sua infância! Vai ser divertido!

C- Ow... – ele alteia o travesseiro- Hum... Você já sabe que meus pais eram diplomatas... que viajam muito... que eu os perdi numa dessas viagens... Hum...
 Sabe que minha mãe era ruiva e sardenta e meu pai era estranhamente bronzeado para um parisiense... Ah, e que eu passei minha infância no Brasil, adolescência inconseqüente na França...

R- Ai acaba né? Já que começou a maturidade só agora...- ela ri-

C- Haha, engraçadinha...- ele escorrega até a altura dela- Mas e você... Me conta mais...

R- Ah, mais minha vida sempre foi tão simples, tão, sem graça... Não é como se eu pudesse torrar uma herança milionária na Europa...- ela alisa o nariz dele com o indicador- Entende?

C- Hum... Mas pra mim valeria mais apena ter passado esses anos ao seu lado, mesmo que sem nenhum glamour... Eu era ton cego, ton, muleque...

R- Tá... Eu vou te contar....

C- Conta daquele seu amigo... Sérgio.

R- Claude?- ela franze a testa- Ainda cisma com o Sérgio?

C- Hum... Um pouco... Mas claire, como eu vou esquecer que vocês eram ton...

– ele gesticula com as mãos- grudados- junta os dedões repetidamente. Rosa ri-

R- Ah, Claude... nos sempre fomos mais como irmãos...

C- Irmons...- Ela o abraça-

R- Tucs, acho melhor deixar pra lá...

C- Non senhora! Pode me contar, tudin que eu quero saber.
Ela revira os olhos num suspiro-
R- Ah... Tá legal... – ele se apóia no colo dela, alisando sua barriga- Eu e o Sérgio sempre fomos muito amigos, grudados desde sempre. Mas teve lá uma época de confusão sobre o que agente sentia mesmo...
Tentamos um namoro...
 Mas não durou...

C- Mas se vocês se davam ton bem como não deu certo?

R- Bem, certo deu, o problema foi que... O Julio apareceu...

C- Ow. Entendi- diz entre os dentes. Rosa balança a cabeça e prossegue-

R- O Julio era... Bem... Encantador, galante... Eu era só uma menina e... Cai na lábia dele...

C- Quando foi que conheceu ele?

R- Curioso...- ela sorri- Mas eu conto. Foi na aula de música... Na época tinha um projeto que ensinava música clássica pra quem não podia pagar e... ele era muito bom com vários instrumentos...

C- Sei...- diz com desdém, Rosa sorri-

R- E ai, ele se ofereceu a me dar umas noções básicas de violino...

C- Já entendi...

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- Enton, basicamente, você deu um toco no Sérgio e preferiu o tal violininho.

R- Claude! Violinista, e eu não dei toco no Sérgio, é que agente descobriu que não tinha nada a ver esse namoro e ai agente conheceu outras pessoas... Foi isso.- Ela dá os ombros-
Além do mais, pelo menos eu sei tocar muito bem, ao contrário de certos músicos falsários...

C- Farsantes! E eu sei tocar perfeitamente pro seu governo. Você me chamava músico farsante por outros motivos...

R- Hum... E... Você pode me lembrar quais?- ela o encara, franzindo a testa. Ele ri-

C- Tudo bem! Enton lá vai!- a puxa de volta a seu colo, fungando no pescoço dela, fazendo cócegas.

 Ela ri, até que ele para. Ela se ergue um pouco para encará-lo. Ele a olha profundamente.

- Não me deixe Rosa... Nunca, nunca!

- ela fica sem palavras, diante daquele homem que antes só lhe despertava pena e algum carinho...
Mas que ali, representava muito mais do que ela pensara que ele pudesse.

Ele parecia a conhecer e amar do jeito que ela era. Isso a surpreendeu...

Pensar no Claude que só se importava com si mesmo mas que agora só queria a felicidade dela. Queria que ela nunca o deixasse nunca...

A lembrança de Julio a pegara num assalto. Ele sorrindo pra ela enquanto limpava o violino com uma flanela. O cheiro do produto para madeira.... Ela sente uma pontada... Mas de certa raiva e angustia.

Então rapidamente volta a realidade; vê que Claude ainda a observava atentamente.

C- Tudo bem?- ele pergunta num quase sussurro. Ela só acena com a cabeça e decide que naquele momento, ela deixaria o passado onde estava. E viveria o presente. Ainda que um presente um tanto estranho e diferente do que ela planejara.

Decide beijá-lo. E naquela situação, sabia que era sem volta.

Ela o enlaça pelo pescoço, afundando os dedos no cabelo um tanto crescido dele.
Ele fica surpreso, mais corresponde ao beijo da esposa, na mesma ardência e intensidade.
A aperta em seu peito, uma mão se entretêm nos cabelos, outra corre pelas costas dela.
E foi como ela achou que seria.
Claude levantou a levando consigo.
Ela não poderia dizer que fora ousadia dele levá-la até o aposento, já que ele tinha direitos e certos poderes sobre ela...




3 comentários:

  1. Karol, que isso Rosa e Claude vão se separar
    pra se encontrarem depois? Verson 3. Meu Deus
    achei que tudo pudesse se acertar aqui mesmo, e
    na Verson 3 outra estória continação da família, recuperação do tempo perdio kkkkkkkk. Meio melodramática eu né?
    Bjocas. Amei o cap de hj.

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  2. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa dale claude levando rosinha pro quarto...rola hum hum? kkkkkkkk

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  3. Hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm, gostei.

    Quarto, quer dizer: Hum hum hum? hehehehehehehe


    maisss

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