terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

FIC 2- Parte 25- Berço de Bambu



“Me sinto assim,como se estivesse sem cor e sem chão.

Ainda hoje, trançava os cabelos dela, enquanto ela soprava a flauta doce tentando mostrar a canção que ela lembrava...

Era Au Claire de La Lune, o Claude disse.

Depois do almoço, liguei pra a Alabá, pedi pra que ela nos acompanhasse a um lugar em especial...

As amostras de saliva e de sangue foram retiradas novamente de Gil, e agora, de mim.

É ridícula a idéia de que Louise pudesse não ter o sangue do Claude, já que ela se parecia muito mais com ele e com a mãe dele do que comigo.
E além do mais, jamais pensaria em traí-lo. Disso tenho certeza. Mas queria fazer o exame. Eu e ela. E em segredo.

Mas não tivemos tempo pro resultado.
Não podemos garantir que não tenha sido espantosamente grande o suborno oferecido pela tal Franceline ao juiz, mas o fatoé que a guarda da minha menina foi parar nas mãos dela. Absurdo!
Não pudemos impedir que ela embarcasse pra Florianópolis, onde o tal marido ricasso dela esperava as duas.
Tá na cara que foi tudo muito bem planejado!
Depois de ver Nara Paranhos de Vasconcelos ontem, andando na rua, e de pé, tive a certeza de que no mínimo, essa criatura recorreu ao tráfico de crianças pra segurar esse casamento tão lucrativo.

Na certa o velho queria um filho e ela, não querendo parir um, decidiu comprar. E na mão de quem!

Estamos aqui, no aeroporto, sentados esperando o vôo. Não vamos desistir dela! Não vamos!

Claude está calado desde o momento em que cheguei em casa e recebi a notícia de que Gil teria que partir.
Ele está segurando as lágrimas, pois pensa que eu preciso que ele seja forte por nós dois.
Mas logo choraremos de alegria, sei que vamos ter nossa ruivinha de volta!

Coração de mãe nunca se engana, e o meu esta incluso. Sou mãe! Esta manhã ouvi alguém me chamar assim... Pediu desculpas mais eu pedi que repetisse até gritar pra que eu pudesse ouvir bem.

Não posso deixar que roubem minha filha! E se for preciso, eu a tomo por força!”


- Seguiremos com as buscas e assim que encontrarmos, avisaremos!

C- Eu ouço esta frase aí a mais de três anos e ainda non fui avisado de nada! Agora você pode por favor me dizer pra onde esta mulherzinha disse que iria depois de Santa Catarina?

- Bem, senhor, isso é confidencial...

C- Confidencial? O senhor não ouviu o que aquela mocinha ali acaba de confessar?- aponta Raquel, que por pedido da mãe, entregara as amostras de sangue a Franceline, já que trabalhava no laboratório como biomédica.

- Senhor... Acontece que ela não tem como provar nada e inclusive, o exame nunca chegou a ser feito, portanto é impossível que haja qualquer resultado do mesmo e...

C- Olha aqui!- Claude agarra o policial- Eu non quero saber de procedimento judicial nenhum non! Eu só quero encontrar a minha menina ouviu? Eu quero saber onde aquela mulher enfiou minha filha!

- Calma, calma! – Claude larga o homem com tudo, se vira- Se o senhor continuar a agir desse modo, eu  terei de prendê-lo por desacato e perturbação da ordem publica!

R- Desculpa, é que ele está muito nervoso!

C- Tudo bem! Mas eu vou encontrar esse tal hotel que ela deu como endereço, vai ver. Afinal, uma pesquisa particular posso fazer!

(...)


“Ao avistar minha pequena frente aquele carro, com as malas prontas  e com destino ao aeroporto e sabendo que entraria num avião para atravessar o atlântico, eu não sei o que mais me fez chorar e rir ao mesmo tempo.
Pelo menos, conseguimos encontrá-la antes que embarcasse pra Europa.
Ela imediatamente correu em nossa direção, pulou no meu colo, enquanto eu a enchia de beijos e ao mesmo tempo em que a magrela francesa escancarava a boca quando os policias a algemava.

A voz de prisão também tinha sido dada à Nara, que com ou sem os documentos falsos, tinha a ficha criminal bem preenchida, aqui ou na Europa, onde passou os últimos anos até sofrer o tal acidente e fraturar a coluna.

Mas de tão esperta, voltou ao Brasil ainda descontente com a existência da família Geraldy, fingindo estar presa à cadeira de rodas pra sempre, sendo que já estava operada e recuperada havia alguns meses.

Hoje  viemos à praia, escrevo meu diário aqui deitada diretamente na areia, Louise corre com seus melhores amigos de um lado a outro. Henri, Duda, Ana, e agora, até o Pepe.

Claude foi buscar água de coco e sorvete de baunilha pra mim. Estou enlouquecida por encharcar o sorvete com a água de coco e beber só aquele creme...

Balanço os braços tentando formar as asas de um anjo na areia. Sorrio quando meu amor chega trazendo o pote de sorvete e meu coco verde, juntamente com uma colher de plástico.
 Ele sorri pra mim e se senta na toalha que eu abandonei pra vir brincar na areia onde estou. Levanto e ataco meu pedido especial. Encho a boca de sorvete, e ele me beija rapidamente, se melecando todo.

- Tem algo a me dizer?- ele diz com um sorriso lindo, as consoantes pronunciadas exageradamente languidas pelo sotaque dele-

R- Adoro seu sotaque.- eu provoco voltando a sorver a colher cheia do meu caldo de sorvete e água de coco, Claude me abraça pelos ombros-

C- Oque quer agora, hã? Pode falar...

Apartamento maior o que acha?
Uma casa por aqui...

R-  Hum... e acho que vamos precisar de mais um livro.... – os olhos dele brilham e eu continuo rindo-

 Talvez... Umas botas novas também... – eu ponho o pote de lado, me curvo sobre ele e lhe digo ao pé do ouvido- Que tal um berço de bambu?
Sabe que agora estou me sentindo um panda? Estou louca pra mastigar aquelas folhinhas...- ele me encara sorrindo, a claridade do sol obrigando-o a estreitar os olhos-

C- Amor!!! – Ele me faz cair pra trás, pressionando-se sobre mim enquanto me beijava. Meu cabelo na areia outra vez. Ele alisa minha barriga desnuda e logo me olha sorridente- Eu amo vocês!

R- Mesmo que um de nós se pareça com um filhote de panda?

C- Non vai ter o berço de bambu. Só pro caso de evitar que o coma. Te dou palmito, hã? Que acha?

R- Palmito?Hum...- observo as poucas nuvens branquinhas no céu tão azul e imenso- 
 Cru talvez... com limão!

C- Rosa!- ele ri, me beijando outra vez.

Louise se senta ao nosso lado, as bochechas lotadas de protetor solar.
Traz um baldinho cheio com conchinhas, e as coloca enfileiradas na minha barriga..

Brincamos de fazer castelinhos de areia, até que o céu comece a ficar laranja...

Construiremos um bom futuro juntos com toda certeza,
Por garantia, seremos felizes a cada dia que tivermos a sorte de viver. Juntos, sempre!

Com ou sem sol!

8 comentários:

  1. Aiiiiiiiiiiii q acabou até doeu em mim... :(
    Quando começa a fic nova?

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  2. Deixa eu falar sério agora...Karol adoro o jeito que voce escreve...mto tenso(kkkkkkkk) e de uma forma que me leva a situação descrita.Continuarei sua fã,prossiga com seu talento.Bjs Gih

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  3. Karol! levei susto com o pulo q a história deu. Pensei até q eu tinha perdido alguma parte e fui reler os últimos capítulos.
    Sua história foi muito boa. Gostei muitíssimo do seu estilo! bjks

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  4. Karol....adorei o final.
    Uma história perfeita, com um final maravilhoso...
    Adorei o seu jeito de escrever...
    Estou esperando uma nova fic.

    Parabéns.

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  5. Aaaaaaaaaaaaa
    Não creio que JA acabou
    =(
    ainda bem que está vindo outra FIC de sua autoria haha

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  6. Parabésn Karol, vc é mesmo estilosa, amei sua forma de contar estória. Ah! Li a fic 1, muito boa, aguardando a 3.
    Bjocas, tudo de bom pra vc.

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  7. Holly comela logo a nova, essa foi linda mas vc sabe que nós somos insaciáveis por fic's
    BjOOO

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  8. Holly, amei o final de sua fic...muito lindo mesmo!!!
    Como falei sou mto lenta de QI, por isso me esclarece aqui:
    -a Nara sequestrou a Louise e a vendeu pro casal de francês, depois a D.Filomena a sequestrou da francesa, é isso mesmo?
    Ficou comprovado realmente que a Gil era a Louise? Ou eles somente a adotaram como filha?
    Aliás, gostaria mto de ter visto a emoção dos dois ao saberem do resultado do DNA.
    Apesar de vc usar um estilo mto literário pros meus neurônios kkkkkk cheios (..) kkkkll, vc escreve magnificamente bem. PARABÉNS!!!

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