sábado, 5 de fevereiro de 2011

FIC 2 – Parte 18- “Mais Não Duvida Do Meu Amor”





- Mais eu não acho!

-Faz biquinho-

Só por que você sabe que eu não posso ir com você!

H- Ah, Gil, mais eu até deixei você jogar no meu videogame...- revira os olhos, batendo o pé no chão

G- Não adianta, Henri. Não vai me convencer!

-cruza os braços-

 Eu sei que você vai se divertir mais do que eu!

H- É nada! A escola não é tão legal assim...

Principalmente na aula de matemática!

- levanta as sombracelhas-

E você está sendo muito dramática! O salão de jogos lá, todinho pra você!

- Gil dá os ombros-

G- Prefiro matemática a ficar sozinha.

A- Ah, mas e quanto a mim? E tem a Eliza... Você não está sozinha mocinha!

Alabá aparece, entrega a mochila à Henri, que dá os ombros e sai andando em direção à porta, onde Eliza o esperava-

H- Viu? Pelo menos não aborrece minha mãe, arábia sardita!

- ele ri em provocação, Gil só mostra a língua, pouco antes da porta se fechar.

Ela se joga no sofá-

G- Ah, tia Alabá! Eu tenho saudade do...

A- Daquele francês rabugento e ex-barbudo?- Alabá ri, sentando ao lado dela, que a olha com olhos como dois discos-

G- Ele disse que...

A- Não se preocupe não viu?-

Alabá meche nos cabelos incrivelmente vermelhos da pequena-

Ele me ligou e confirmou que virá hoje.

Eu vou precisar sair... Você se incomoda?

-Gil apenas nega com a cabeça-

...Claro que só depois que a Eliza voltar...

Agora, por que você não vai ver um pouco de TV?

Gil pressiona os lábios e assente, mesmo não tendo a mínima vontade de ver TV.

Ela sabia secretamente do verdadeiro motivo da visita de Claude...

(...)




Uh!- Rosa quase engasga, faz uma careta-

C- O que foi?

R- Ah, nada, acho que queimei a língua! - ela ri-

Nada sério...

C- Engraçadinha... - Diz entre os dentes, antes de dar mais um sorvito no café-

Hum!

-Ele a olha sorrindo-

Enton, animada com seu passeio hoje?-

R- É... Até que hoje parece um belo dia pra bater perna!- ela ri,

C- Tenho certeza de que vai gostar, Alabá é ótima!

R- Ótima?  - Faz cara de desconfiada, ainda rindo- Então...  – estreita os olhos-

 O senhor acha a Alabá “Ótima”?

C- Ela é uma ótima amiga,

 -ele revira os olhos-  Sempre foi uma ótima companhia pra você...

Principalmente naqueles seus dias de...

-Ela abre a boca, fazendo cara de indignada-

R- Oh! Não termine a frase!!! - lança um guardanapo na direção dele.

Ele ri, levanta as sombracelhas e bebe mais um gole de café.

Alabá chega, sorridente-

A- Bom dia, gente! Como estão?

Rosa se levanta com a ajuda de Claude-

R- Bom dia, Alabá! Não quer tomar um café com agente?

Claude sorri, pensando consigo que Rosa já estava se acostumando à idéia de ser a dona da casa.

A- Ah, não, obrigada. Mais e então? Pronta?

R- Tô né...


=Eles chegam ao estacionamento=

A- Ah, que isso! Nada de corpo mole!

Vim te pegar cedo pra que agente possa aproveitar ao máximo!

 Agente tem hora no salão...

R- Agora? Tão cedo?

-  Alabá revira os olhos-

A- Rosa!  Se é pra ficar mais bonita, aja pressa!

E além do mais, tem alguém a nossa espera...

R- E quem é?...

A- Surpresa...

- Alabá sorri,cruzando os braços, e esperando ser alcançada por Claude que ajudava Rosa com as muletas-

R- Ah, fiquei curiosa...

Claude a coloca no banco do carro, agacha ao seu lado, ajudando-a desnecessariamente a puxar o cinto, ela para e o olha-

Obrigada... Eu... Quando eu voltar você vai estar em casa?

-Ele assente com a cabeça, ainda a olhando atônito-

Oque foi?  - Ela sorri nervosa com o olhar fixo dele-


C- É.. É que... Eu quero te pedir uma coisa..

- ele a olha por baixo, segurando uma das mãos dela,

Alabá está no celular, encostada no carro do lado do motorista , ele a olha nos olhos-


Rosa...  – pega uma mecha do cabelo cumprido dela-

...Non se desfaça muito dele, hã?


-Rosa fica surpresa, e sorri-

R- Não se preocupe, eu não pretendo...

A- Rosa....- Alabá canta, já sentada ao volante-

R- Eu acho que está na hora de ir...

-sorri enquanto Claude lhe acaricia o rosto,

C- Oui...

- ele acena com a cabeça-

 Até mais tarde...-

Antes de ele se levantar, Rosa segura a mão dele –

R- Espera... – Ele se abaixa novamente.

Ela suspira, o segura pela bochecha, atraindo-o para si e depositando um beijo fresco em sua face, perto dos lábios dele,

ele apenas sorri e tenta se afastar,
Ela o impede, e novamente o puxa, e o beija nos lábios.

Finalmente se afasta, e ele se põe de pé, fechando a porta.

O carro dá a ré, para sair da vaga, e Rosa ainda o vê, parado e com uma cara de bobo que a fez se sentir igual,

Libera o ar e sorri, acenando pela janela,

Alabá pressiona os lábios, manobrando o carro e segurando o riso.

Claude fica ali por um instante,

“Como é possível se apaixonar de novo por alguém que eu já amo há tanto tempo?”

(...)

F- Tá com medinho da agulhada é Francês?

C- Que issi... Imagina... Eu com medo dii... agulha...- Cruza os braços-

Você sabe muito bem Frason, que isso pode sim ser muito traumático, non pra mim...

F- Relaxa, e eu só pedi o de sangue que é pra não ter duvidas né...

C- Non quero nem ver o que a Gil vai dizer...

F- É... Acho  que ela vai ficar bastante chateada se der negativo...

C- Você contou pra ela?

F- Ah, Francês, ela é esperta o suficiente que esse exame não é check-up coisa nenhuma né?

- Claude suspira-

C- De certa forma é...- dá os ombros-
E além do mais agente só vai abrir em ultimo caso!

F- Claude... Você já parou pra pensar, que essa duvida não dá pra ir levando assim?

Ô, francês! Se liga! Se ela é a Louise, você pode tirar esse fardo das costas de uma vez! Contar tudo pra Rosa!

C- Mais e se non for, hã? O que eu faço com os sentimentos dessa menina?

F- Ai... Ai, tudo bem também, ué!
– levanta os ombros-

Claude! Presta atenção!

Se ela não for sua filha biológica, pelo menos vai ser de coração, o que vale até mais!

E outra: Se ela não for a Louise, pelo menos você pode se restabelecer,

continuar a vida sem essa duvida e... continuar a procurar!

C- Frason,- Claude pega no braço de Frason, fecha os olhos-

Eu... Eu estou com medo,hã?

Admito! Estou com medo!

Mais medo de Rosa!

Do que...Ela vai achar... Como ela vai reagir e...

Non sei se vou suportar tudo de novo non.

-Se ajeita no sofá-

Apesar de saber que essa Rosa non é a mesma de antes, de antes do acidente pelo menos, eu...

 Tenho medo que ela queira... Queira me deixar...

F- Tucs, Amigo, não pensa isso não! A Rosa, imagina se ela ia te deixar...
 Que nada, Claude, confia em mim!

C- Tudo bem...- Diz entre os dentes-

Gil se senta do lado de Claude, e o abraça-

G- Senti muita saudade!

C- Eu também,  hã?- Claude sorri, afagando os cabelos da pequena

G- Quanto tempo leva?- ela o encara séria-

C- A... Quanto tempo leva?...

G- Pra sair a resposta!

Quanto tempo leva pra eles dizerem se sou sua filha ou não!

C- Gil... Non se preocupe com isso...

Você é minha filha de qualquer jeito, hã?

G- Mais eu...

C- Non se preocupe por que já já eu vou te levar pra casa e...

Eu sei que quer ir pra escola....

G- Jura que vai me levar?

C- Pra casa?

G- Pra casa também, mais eu quero ir pra escola!

C- Claro!-

 Claude ri, seria a primeira vez que ouve uma criança tão entusiasmada com a escola-

Mas vai ter que ser paciente, hã?

G- E... Vai doer?

C- Coman?

G- Fazer o exame!... Vai doer?

C- Non se você não olhar, hã?

Eles fazem a coleta de sangue.

Gil se agarra com força ao braço de Claude, por medo da agulha ‘hipergigantesca’ que a ‘furaria’....

No final, ela apenas sorri limpando uma lágrima com a manga, dizendo – É, nem doeu...

(...)


>>>Três meses antes, ‘ultima dança’ antes do acidente de Rosa>>>

“Ah! Hoje estou me sentindo tão... Leve!

Faz tempo que não me sinto assim...

Apesar de tudo... Hoje sinto paz!

O Claude está relacionado diretamente com isso...

 Ele me dá forças.... E agente se apóia de novo....

Hoje ele ficou na empresa de novo... Acho que esta semana inteira eu vou ter que voltar sozinha....

Sem o Frasão o trabalho se acumulou muito rápido...

Mas há essa hora ele deve estar dentro do elevador... Entrando em cinco...quatro...”

A porta se abre antes de eu poder me virar

C- Cheguei!!!- Claude vem andando tão rápido que chego a pensar que ele está correndo-

Bom Soir Mon amour!- Ele joga a bolsa num aparador e pula em cima de mim no sofá-

R- Claude! – Rio nervosa- Você me assustou!

C- Hum... Que ótimo!- Ele ri, ainda mordendo minha orelha-

R- Acho melhor o senhor ir tomar um banho, e depois vir jantar comigo, hã?

Ele me encara



C- Ow... Parece bom... Mas acharia melhor se a primeira opção incluísse acompanhante também...

- ele sorri, e abaixa o rosto pra me beijar, eu me esquivo rindo, ele beija meu colo-

R- Não senhor! Eu tenho umas coisas pra fazer por aqui e... Ei! O que?...

Me afasto, pra ver melhor o que ele acaba de enfiar no decote da minha blusa, é... gelado...

-Claude!- Puxo o cordão dourado de lá- É...

C- Non gostou?- ele franze a testa, tentando não rir-

R- É... lindo... –

Rapidamente ele se levanta e eu sento, ele dá a volta no sofá e me põe o medalhão no pescoço-

Onde...- Seguro a pedra numa mão, com a outra suspendo meu cabelo, até que ele termine com o fecho e beije minha nuca, e eu libero minha juba novamente- É... Muito lindo...

- agora observo a inscrição no metal que segura a enorme pedra vermelha -

Duvida da luz dos astros...

- espremo os olhos pra decifrar as minúsculas palavras-

...de que o Sol tenha calor... Duvida até... da verdade...

C-... Mais confia em meu amor!

- ele me abraça pelo pescoço, ainda debruçado por atrás do sofá

R- Hum... Que poético...

C- é do energúmino daquele seu admirador... Willian Shakespeare!

R- Ah, mais como se ele já morreu?...- brinco

C- Ah, não é possível que non seja pra você esses versos...

Eu sorrio e ele me alcança melhor subindo no sofá de sapato e tudo, me abraçando, me beijando...

Esse é meu marido... Louco, pervertido...

Mais que eu amo como nunca achei que pudesse amar...

Este é o doutor Claude, e essa aqui é Serafina Rosa, ou costumavam ser...

Agora somos outros, não mais estranhos, e sim íntimos...

Somos como amigos irmãos, compadres...

Somos iguais a conhecidos desde sempre, sabemos muito um do outro... Se não tudo...

Conhecemos cada linha de nossos corpos... Cada detalhe de nossos rostos, cada... Tom de voz...

Compartilhamos a mesma alegria e a mesma tristeza...

Dependemos um do outro e somos auxilio comum a uma mesma perda...

Sei que ele não é poeta... Mais poderia ser...

Um músico farsante...

Me olha com aquele olhar que quer sobremesa e senta nos degraus da cozinha, tocando gaita...

Desafina as vezes, de propósito, só pra me fazer rir, eu sei...

Preparo nosso jantar... As vezes ele levanta, me abraça, me ajuda um pouco...

Eu sei o quanto ele está sendo forte...

O quanto ele se sente culpado...

Me arrependi das coisas que eu disse e que sei que o magoaram...

Talvez o meu pedir perdão não tenha curado as feridas... Mais eu quero me dedicar reciprocamente a fazê-lo feliz...

Como todos os dias ele tem me feito...

Eu nem me lembro de quantas vezes elogiam meus modos de laide...

Sim, acredito que o esforço de Roberta não tenha sido em vão...

E me asseguro de que jamais esquecerei tudo oque ela me ensinou e pratico sempre a tal cartilha...

Me sinto feliz assim... Pensei que jamais me acostumaria... Mais aconteceu... Me impregnei nesse novo mundo e acho que sem volta..

Coloco uma bela música pra tocar e danço com meu francês favorito...

Rimos alto enquanto ele brinca de quadrilha inglesa, me girando e me suspendendo no ar...

Sou feliz... Mas seria ainda mais se minha ruivinha estivesse aqui....

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7 comentários:

  1. Esta fic é ótima, muito bem escrita.
    Parabéns!

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  2. VC ESTA DE PARABENS, CONTINUE ASSIM ESSA ESCRITORA MARAVILHOSA.
    MAIS CONTINUA QUERO ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

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  3. Tenho tido dificuldade de postar comentário pq estou viajando e o provedor dessa região é diferente do meu.
    Mas estou de olho. E gostando desse estilo. E aguardando mais.
    Bj

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  4. Sua fic esta perfeita.
    Estou amando o seu jeito de postar a fic.

    Quero maissss

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  5. Sua Fic está a cada dia mais nos envolvendo. Tá perfeita sem apelação.
    Parabéns!

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  6. Karol,fico pensando...deve ser mto dificil seguir em frente sem um filho,como seria sem saber do seu filho? Ó duvida...volta pra eles Gil...

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  7. Estou fascinada! Como alguém pode escrever tão bem assim?! Parabéns, Holly. Essas palavras de Rosa foram as mais bonitas que já ouvi, de uma mulher casada, que enfrenta dificuldades, mas enfrenta com seu amor, companheiro, parte de sua alma! Amando essa FIC 2 <3

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