sábado, 12 de fevereiro de 2011

FIC 2 – Parte 23- Pontos e Repontos




“ Abro os olhos, e a luz do recinto me assusta. Não só ela, mas também a presença de Claude, que está de pé, frente a penteadeira na outra extremidade do quarto.

Ele se ocupa com o cinto da calça, uma toalha em volta do pescoço, a camisa a postos sobre o móvel.

Puxo o edredom ao máximo que consigo, fico praticamente imersa, apenas com o nariz e os olhos de fora.

Ele se vira de frente pra mim, ao ouvir o farfalhar dos tecidos.

Ele sorri, eu chego a sentir um arrepio tamanho constrangimento pela situação.
 Tento disfarçar, me ergo um pouco, ainda segurando o edredom na altura do peito com força-

C- Ow... Você acordou...- ele vem na minha direção. Meu coração tamborila.
Ele se curva um pouco e me dá um beijo na testa-

 Bom jour...- sorri mais lindamente do que nunca. Se dirige a cômoda, e pega uma camisa que estava sobre ela-
Pardon...  eu vou ter que sair...
Eu preciso aparecer lá na empresa...
Afinal, mesmo o patrão tem que dar as caras, non?- ele pisca pra mim, que sorrio desconcertada- mas eu non acho que vou ficar por lá o dia todo... Mas nunca se sabe

- ele abotoa a camisa-

 Se quiser passar o dia com suas amigas ou... Bom, você pode chamar sua mãe...
Mas por favor... a...
Non quero que fique sozinha...

- ele senta na beirada da cama. Eu pressiono meus lábios, os meus olhos esbugalhados. Ele estende a mão e acaricia meu rosto-
 Bem, eu enchi a banheira pra você, ma raine...

R- Vai me deixar?- tento sorrir, mal acreditando no que disse. Ele sorri maliciosamente, me fazendo corar-

C- Hum... Bem que eu queria ficar... Mas non posso, precisam de mim... Afinal a senhora tem tomado todo meu tempo, hã?

R- Ai... Desculpa...- falo envergonhada

C- Rose...- ele sorri- Você é o meu mundo entendeu?
 Pra mim é o maior prazer poder estar contigo sempre... Te cuidando, te protegendo...

- ele meche em meu cabelo- Nada mais importa...
–deposita um beijo carinhoso em meus lábios-

Até logo, meu amor!...- diz se levantando e indo embora.

Eu levanto e ponho o roupão, mesmo sabendo que ele não iria voltar.

Me apóio nos móveis e na parede( estava sem a bota), e entro no banheiro.
A banheira estava cheia e com pétalas de rosas boiando.
 Ele deixou pequenas velas gordinhas acesas ao redor, assim como uma bandeja com chocolate, morangos, mel... E sei  lá mais o que...

Me pergunto se é pra eu comer ou se é pra fazer uma daquelas máscaras de beleza.
 Rio sozinha, me imergindo na banheira.

Despejo alguns sais... Relaxo... Fecho os olhos e me dou o prazer de não me sentir culpada, ou desesperada ou ansiosa ou... Nada.
Só... Relaxo... Meus cabelos boiando e se mesclando às pétalas de rosa... O cheiro delas é doce...
Ponho um morango inteiro de vez na boca e fecho os olhos, como se pudesse ver o sabor...

Alguma coisa esta errada... Me sinto pouco cômoda na banheira. Não sei o que me deu, sei lá... Parece que...

Me sinto zonza... Pisco freneticamente enquanto tento me erguer... Mais decido respirar fundo e relaxar até que passe... Afinal, não é como se eu estivesse me afogando.
Fecho os olhos e suspiro...
Vejo imagens trêmulas... passo a mão na minha barriga e... Oh Deus! Ela está quase totalmente fora da água... E é... enorme!

-Oh Céus! Eu estive Grávida!- Meu grito ecoa pelo enorme banheiro, as pétalas se unindo na onda que meu corpo faz enquanto me sento num impulso.

(...)


- Tá dizendo que tem uma ... mulher... dizendo que é mãe da Gil?....

F- É... é isso. Aliás, não é só isso. Claude... a moça ainda diz ter provas de que a filha foi sequestrada pela velha Filomena e que tem o tal boletim, as testemunhas, tudinho...

C- Mon Dieu!....

A- Ah, e Claude... A mulher é francesa... Casada com um multi-milionário da Europa... e ... Acho que vai ser dificil essa briga...

- Claude suspira-

C- Non importa- diz sério- Non importa, eu non vou deixar eles levarem a Gil, non vou!

F- Claude? Agora não é mais Gil, é Louriene!

C- Louiriene?

F- Pois é. – dá os ombros- Louiriene...

C- Frason...

F- Claude... Eu preciso te contar uma coisa...

-Claude se assusta pela cara de Frasão-

C- Que coisa? Hã? Que coisa? Fala que já tô uma pilha de nervos aqui e não agüento suspense nenhum non-

F- É o seguinte.... O resultado...

C- Frason... Você... Você abriu sem me consultar?!

F- Não, não é nada disso... Ou pior, é MUITO PIOR que isso...

C- Frason...

F- Alguém  roubou seus exames Claude!

C- Oque?! Mais como assim?! Non pode... Mais você non ia pegar hoje?

F- É...e eu fui. Só que cegando lá, me deram o exame errado e... Não acharam o Teu Claude...

C- Mon Dieu! Como isso aconteceu?! Mas quem sabia desse exame,hã?!

F- Faz o seguinte, calma, hã? Eu vou insistir lá na clinica, investigar... Até ameaçar processar eu vou...
Agora agente precisa manter o foco na Audiência da tal Franceline...- diz num sotaque francês-

C- Franceline...

F- E ai,Claude? O que vai fazer? Hã?

C- Eu vou ter que pular pro plano C.

F- Plano C? Agente tinha plano A e plano B?

C- Claire! E os dois foram pro espaço, hã?!
Agora non sei é como vai ficar...

F- O que? O que você vai fazer?

(...)

A- Filha... Eu te disse... Ele não te enganaria... é de verdade!

R- Mãe. Eu sei que a senhora acha que o Claude é um santo, mais eu ainda tenho minhas dúvidas!

A- Mas por que? Ele te obrigou a alguma coisa? Ele te maltratou?

R- Não! Claro que não... Mais mesmo assim. Ele omitiu muita coisa de mim...

A- E uma dessas coisas é que se ele te conta tudo de vez assim, pum! É perigoso você ter a tal perda de memória recente!
Ai, nunca mais você lembra de nada e de ninguém... e  pro resto da vida!

R- Ai, mãe! Vira essa boca pra lá...

A- Serafina, eu só tô te abrindo os olhos que é pra você não esquecer o lado dele...

- Rosa suspira. Será possível deixar pra lá?...

(...)

“Estou aqui no sofá... Esperando Rosa... E a cada segundo que passa fico mais nervoso... “

Top! Rosa aparece na porta. Entra a passos duros. Parece que nem liga mais pro pé machucado, por que usa saltos.

A cada passo, os sons dos saltos ecoam... Meu coração dispara ao virar pra encará-la. Furiosa.

- Casamento pró formi?!- ela me lança a bolsa. Eu me ponho em pé num pulo- Casamento por... ela tira um dos sapatos-  contrato?!-o atira em mim.

C- Ro... Rosa me deixa explicar! Eu...

R- Você mentiu pra mim!- ela lança o outro salto- Mentiu! Nunca teve interesse algum em mim! – eu ando pra trás, pois ela avança ameaçadoramente- Aliás!- ela para- Teve sim!

- eu reparo no fim da linha pra mim, caio no sofá-
Teve interesse em se mostrar pros Americanos!
– ela gira nos calcanhares- Sim... Pra me esfregar na cara deles e se provar um homem sério, honrado...

C- Rosa pra com isso!...- eu levanto- Non foi nada disso!

R- Ah não?! Então foi porque a americana me dirigiu cinqüenta por cento dos contratos? Foi pela minha parte nisso tudo?

Caminho até ela. Ela me fulmina. A seguro os ombros, e procuro seus olhos-

c- Jamais pensei que me apaixonaria por você, como também você non pensou que se apaixonaria por mim... Nós acabamos nos tornando íntimos Rosa, você e eu. E depois...

R- Depois?...

C- Depois no fim das contas, nós descobrimos que nunca conseguiríamos ser felizes um sem o outro. Non poderíamos nos separar... Nunca mais. Com ou sem os milhões de dólares...

- Rosa morde o lábio. Continua furiosa, eu sei, mais eu a influencio, eu causo reaçons nela, e disso eu tiro todo proveito-

Eu quero que saiba, que em nenhum momento eu quis te magoar... e que se eu non te disse coisas foi por medo de te ver sofrer mais...

R- Eu sei. E é só por isso que eu estou aqui. – me sinto estremecer,

C- O que isso quer dizer?

R- Que eu te perdoei.- ela diz num tom grave. Eu puxo o ar com dificuldade- e... eu exijo que me conte tudo. Agora. Ou então, nunca mais!

C- Rosa, eu...- gaguejo. Rosa sempre foi assim. Imprevisível. Apesar de conhecê-la muito bem nesse momento não sei o que esperar.
Ela então se afasta, e senta no sofá. Braços cruzados, esperando que eu comece a falar.

- Hum- limpo a garganta- Eu... Eu non te informei dos últimos acontecimentos que... marcaram nossas vidas...e... nem todos esses, acontecimentos.. Foram positivos....
– suspiro. Sento ao lado dela, que continua séria- Rosa...

- pego sua mão- Nós casamos por amor... Amor a segunda vista talvez... Mais isso por que non olhei direito a primeira... Eu non tinha foco... Mas enton... Encontrei, você!

R- Claude... Eu me lembrei de uma coisa hoje... – ela começa a falar em pautas- Lembrei de você e... de COISAS... que você me DAVA... quando eu... estava grávida...-Ela lançou a rede. E eu cai-

C- Mas que bom!... eu...- me dou conta- Ma... Mas...- já é tarde pra remendar. Rosa me fulmina balançando freneticamente a cabeça-

R- Peguei!- ela levanta- Sabia! Sabia que tinha mais! Como você pôde me esconder uma coisa destas?
Você tem idéia do que eu passei esses dias, me recriminado por não ter nenhum filho, ou me questionando por que não adotei um?!

C- Espera!- fico em pé- Agora vai me ouvir!- ando até ela-

Non é o que quer? Me ouvir?- toco o rosto dela, está uma fera, arqueia as sombracelhas e dá os ombros-

R- Ótimo. Pode começar!

C- Você non quis adotar! Você non me permitiu!

R- Oque? Mais do que está falando? E o nosso bebê?

C- A nossa filha foi sequestrada, Rosa! A três anos e meio!
- os olhos dela além de enormes se tornam marejados-
E você non queria por que dizia que era como se eu quisesse repô-la, substituí-la!

R- Claude?!- a voz dela sai rouca, pelo choro. Eu a abraço forte, Rosa está soluçando-

C- Calma, calma, me desculpe... Serafina me perdoe mon amour...
 Eu non quis dizer que você tem culpa non... Non non...non chore!

Conto a ela tudo o que sucedeu, desde Louise... até Gil....
Contei meu amor por essa menina que non só pode ser Louise como já é minha filha de coraçon.. E toda a luta que enfrentaremos por ela...

Ainda abraço Rosa, quando percebo uma sutil presença um pouco mais atrás de mim...

- Gil?- sorrio, e percebo os olhos assustados de Gil. Mas quando ela percebe meu sorriso e a expressão de encantamento de Rosa, ela sorri timidamente, se encolhendo como de costume.
 É incrível como ela pode ser espontânea e ao mesmo tempo tímida.

R- Olá... – Rosa se afasta de mim para ver a pequena. Gil pra minha surpresa se detém e pressiona os lábios, se balançando pros lados e apertando a barra da saia vermelha.

Rosa decide ir abraçá-la. Põe um joelho no chão afim de nivelar-se a ela. As duas sorriem, Rosa toca o rosto de Gil-

- Como você é linda!...

G- Merci...-Gil sorri

Me sinto muito contente com o que vejo. Mas sei que Rosa ainda não terminou comigo... Ela vai me dar uns bons pontos, isso eu sei....

(...)

8 comentários:

  1. Meu Deus, quem é essa Franceline?

    Sera que foi Nara que roubou os exames de Claude e Gil?

    O que Rosa vai fazer em relação a Claude?

    Meu Deus, estou doida pelas respostas.

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  2. Karol, sem comentários né!
    nara tem tudo armado contra o casal,
    quero ver como vc fará para desenrolar
    esta trama, Gil é sim a filha de Rosa
    e Claude. Tõ amando, continue.

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  3. Se Nara=Franc...Gil é Louise!obaaa!
    Ué!Claude está sendo 1 companheirão, amigão, maridão...então não tem pq Rosa duvidar de sua lealdade. Espero q ela fique ao seu lado -mesmo que ainda meio estranha nessa situação pela aminésia. Simplesmente viva a vida c o marido e seja cooperativa na luta pela guarda de Gil.

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  4. Haha
    A Rosa continua lançando saltos.

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  5. Holly isso non vale vc parou na melhor parte, hum, vou contar pra minha mãe!

    BjOO

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  6. Estou amando a sua fic! Ela é mto emocionante! Mas sou um pouco lenta no meu raciocínio e gostaria que ela fosse mais esclarecedora, objetiva e não subjetiva.
    Como a Gil apareceu no apartamento deles ela não tava na casa da Alabá?

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