Le Eternel Amour
Tulipe Rouge
“— Acordei e soube que ele se fora. Soube imediatamente que ele se fora. Quando amamos alguém, sabemos essas coisas.
David Almond, Skellig”
Não estava. Não estava!
- Onde está? Onde está?- gritava freneticamente, enquanto corria pelo hospital.- Não é justo! Não é justo! Eu mato aquele desgraçado! Eu mato!- Puf! Esbarro(sou barrada) no abraço de Sérgio, que toma meus cabelos, e me diz que não foi assim. Que aconteceu de repente. Como de súbito. Ele estava lá na hora, em frente ao quarto, como eu o fiz prometer, porque ele me obrigara a sair dali, e ir tomar banho em casa. Mas quando voltei, duas horinhas depois, não havia mais nada lá. O anjo havia ido! Ele havia me deixado!
Falência múltipla... EU é que estava tendo uma. Falência múltipla das vontades de viver. Dos motivos pra viver. Nada. Nada me faria sorrir. Meus gemidos de dor ecoando pelos corredores gelados
- Hey! Espera!- ouço uma voz bastante longe, viro-me e avisto Silvia sacudindo um envelope no ar. So... Sorrindo?!
Claude
Seis e meia da manhã. Estava ainda no para peito no ultimo andar do prédio, olhando a cidade acordar, mas de repente sinto necessidade de sair dali. Mal pouso os pés no chão novamente e sinto uma dor subir por meus pulmões. Cuspo sangue. Caio de joelhos.
Três e meia da tarde, pousando em Paris, vestido em negro.
Folhas voando... Avermelhadas em sua maioria. Muitas flores à frente da lapide. Poucos presentes naquele momento triste. Eu os observei chorar de longe. Meu pai pressionava os lábios como sempre fazia, mãos juntas a frente. Óculos escondiam os olhos de todos ali. Menos de um alguém, que ergue os olhos devagar, e me olha tão intensamente, que penso sentir o calor de seus olhos. Sinto que eles me acusam. Acusam? Não tenho certeza. Talvez me pareça apenas com um fantasma.
Ando pelo cemitério... Pra o lado oposto onde tudo acontecia. Não apenas por ser muito doloroso pra mim mas também pelo incômodo da presença de meu pai. Pois não queria prosa alguma com ele. Suspiro, encontro um banco e descido sentar,mesmo ele estando um tanto úmido. O céu revelava que a chuva havia passado brevemente por ali... e o cheiro de terra molhada circulava através das correntes de ar, que sopravam de maneira desordenada, fazendo as folhas ,ainda que úmidas, se agitarem em pequenos redemoinhos. Bocejo pela noite não dormida, enterrando as mãos nos bolsos do sobretudo negro. Parece um sonho. Não, pesadelo.
Vejo ela se afastar do então “grupo”. Caminhar até o portão do lugar que mais parece um simples parque sem balanço. A grama verde certamente sendo castigada por suas botas. Não ouço o som de seus passos, mas ela surpreende-me, sentando a meu lado sem em silêncio. Eu suspiro, não a encaro, apenas abaixo os olhos, e vejo suas mãos segurarem firme seus joelhos. Nas mãos as luvas que mamãe me deu em nosso aniversário, mas que perdi há alguns anos atrás pra Tony, numa aposta regada a muito uísque. Reconheço as luvas pelas inscrições, gravadas nas bordas que circundam o pulso, e pelo botão negro que as tornam únicas. Poderiam ser estanhas para uma moça, mas nela caem perfeitamente.
- Ele me disse. Eram suas não é?- ela me tira do transe, me mostrando as mãos
Eu balanço a cabeça em resposta, ela continua
- Mas ele ganhou a aposta. Você não cumpriu o desafio...-diz com o braço esticado à sua frente,girando o punho como se analisasse a luva.E ela falava num tom tão... gostoso de se ouvir, sua voz soava tão... doce...
- Non foi justo. Oque ele me pediu era muito... bem era .. um desafio como só ele sabia desafiar.- dou um sorriso(amarelo)
- é... imagino... e eu as ganhei a troco de nada...- ela volta a olhar pras luvas. De repente tira uma- então, melhor devolver ao dono por direito!- ela se prepara pra puxar a outra mas eu seguro sua mão,
- Non, que isso! A dona por direito aqui é você! Afinal de contas, era dele, e se ele te deu, son suas!
- Tudo bem...- ela balança a cabeça, eu chacoalho as pernas num gesto nervoso- Você deve estar se perguntando oque eu vim fazer aqui né... mas eu...
- Non! Claro que non! Eu sei que..- rosa dispara antes que eu termine a frase:
- Olha eu podia ser a viúva do Tony ein?- ela me pega desprevenido
-Hã? Rosa... Oque você quis dizer com isso?- pergunto um tanto confuso
- É que agente quase se casou... Mas ai agente desistiu.- ela diz, olhando as folhas em seus redemoinhos, os cabelos voando e mostrando sua face
-Rosa... Vocês estavam noivos? Mas porque Tony non me...
- Ele ia contar! Mas acontece que não deu certo e ... Agente decidiu que o melhor era sermos só amigos.
- Ok. Ok eu...
- Não precisa dizer nada. É que eu sou uma boba e... desculpa ter vindo aqui!- Rosa se levanta agitada, e passa na minha frente quase correndo, sendo recebida por seus parentes no portão, ela da uma ultima olhada pra trás, e eu me sinto cada vez mais atordoado
Rosa
Atordoada...eu estou e muito. Pode ser que enlouqueça assim, de repente. Mas a verdade é que pode ser que isso tudo vá se resolver... eu só preciso encontrar forças pra continuar a viver... Pra continuar a lutar. E essa força, acredito estar toda dentro de mim
- Você tem certeza?- Janete pergunta, enquanto me serve de café
- Não.... eu nunca tenho certeza, Jane! – agarro a enorme xícara
- Acho melhor desistir dessa loucura. Afinal, o seu querido quase-sogro já deve saber.- Jane senta a minha frente
- Mas como?
- Ué, do mesmo jeito que você! Correio!
- Hum..- suspiro, temerosa
- Olha, não se preocupa tanto assim, Rosa! Eu tenho certeza que ele não vai te obrigar a nada!
- Eu sei, Janete. mas eu não temo apenas por mim, entende?
- Não- se- preocupe! – ela fala pausadamente, segurando minha mão- eu sei que você é forte amiga! Sempre foi e agora mais que nunca vai ser!
Respondo com um meio sorriso. Faz duas semanas que ele se foi... e nem soube. Mas ele disse algo durante nosso ultimo jantar juntos, que me deixou curiosa. Ele disse que em seu apartamento havia uma surpresa pra mim, mas que eu teria de encontrá-la sozinha...
Então, mais do que de pressa, me levanto e ponho o casaco, indo em direção ao prédio do Tony.
Caminho a passos largos, vendo as janelas trancadas por causa do vento. Salvo uma única aberta, onde uma mulher se debruçava na sacada, tinha os cabelos meio vermelhos, e não parece se importar com mais nada além de seu cigarro. Pude ver que está grávida, a barriga é saliente sob a roupa... Deus!
Abraço-me como se o vento pudesse atravessar meu corpo, continuo meu percurso. Entro no apartamento, acendo as luzes, mas abro as cortinas em seguida. Ainda podia sentir o cheiro dele aqui... avisto seu casaco em cima do sofá, um bocal do sax jogado na mesinha de centro... começo a vasculhar a casa, em busca do meu “presente”... até que encontro a caixa, aquela mesma que ele usava pra carregar seus remédios...
Claude
Mesmo sendo um tanto difícil pra mim, voltei pra casa, mimei meu bebê, que infelizmente ainda é carregado por uma mulher louca e desequilibrada, prometi que voltaria o mais rápido possível, e voltei ao aeroporto. E de lá, pro campo outra vez. essa missão pode ser gratificante, mas oque antes era sonho pra mim se tornou um peso e tanto: gostaria de estar presente pra receber ele ou quem sabe ela ao mundo!
Bem, assim tudo se passou... Quatro anos e meio se passaram.
Tony se foi... e nem mesmo se despediu de mim... desgraçado. Por causa dele não resisti, ao contrário do que faria, e atendi aos pedidos de meus colegas, toquei piano em público! Oque aliás, foi o próprio que me ensinou...
Depois da celebração pelo dever cumprido, preparo-me pra aterrissar em Paris... E desta vez não sou eu quem está pilotando! É tão estranho ser um mero passageiro...
Cade o povo que rouba me first?
ResponderExcluirassim nem tem graça!
tem que comentar a fic da Karol
poxa
=(
Continuo sem entender
ResponderExcluirPor que a Silvia estava sorrindo?
Não entendi
Tony morreu
e agora?
o que vai acontecer?
Pois é, coisas de Karol,
ResponderExcluirmistérios!!!
Ow ju estava sem net e mais mais mistérios, o tony faleceu
ResponderExcluircaracs qem matou o tony??? ele morreu por causa de um soco né?
ResponderExcluirai karol num é pra matar ele de leucemia...:(
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirdesculpa ae
ResponderExcluiramo sua fic
bjs