sábado, 2 de abril de 2011

Capitulo 19- Amor de verdade?...



 


Le Eternel Amour
Tulipe Rouge



-Levanta daí, Sérgio!- Bato no ombro de meu irmão preguiçoso, esparramado no sofá- Vamos que já está na hora do almoço!

-Ué mais já?! Acabei de acordar!

- Eu só deixei por causa do fuso horário, se não você já estaria de pé ás seis e meia!- Janete aparece carregando Alice- Segura pra mim, Rosa?

-Claro!- abro um sorriso toda boba.

Silvia e Janete se encarregaram de praticamente tudo pro almoço, Nara ficava observando, como se cozinhar fosse coisa do outro mundo. Eu acabei conseguindo o que parecia ser impossível: fazer Alice dormir. Segundo Jane, ela estava “acesa” desde as cinco da manhã!     
Claude, Sérgio e Tony, fizeram o “clube do bolinha”, conversavam animadamente entre eles, mas nós não entendíamos quase nada. Principalmente na hora em que os três desembestaram a falar em russo... eu nem sabia que o Tony e o Claude falavam russo... Mas pareciam bem seguros!

- Nossa... É mais agressivo do que o alemão...- diz Silvia, cabeça pendendo prum lado

- Agressivo?- Janete ri, enquanto põe mais um cobertor sobre a filha que dorme no carrinho inteiramente cor-de-rosa

- É, agressivo, parece até que estão discutindo!

- Isso é porque estão mesmo, Silvia!- Janete revira os olhos, balançando a cabeça- Quer dizer... Mais ou menos.- ri


- Do que eles estão falando?- pergunto curiosa

- Rosita... - Jane toca meu nariz com o indicador- Vejo que certas coisas não mudam, né amiga?

- Ai Jane não seja má! Conta!- franzo o cenho numa agonia exagerada

- Não!... Pergunta pra eles que é mais interessante.- ela dá os ombros rindo.

- Interessante pra quem? Nossa Jane você é sádica, sabia?

- Por quê? Eu só dei uma sugestão, oras! É só ir lá e perguntar.

- Ai, você sabe que eu não vou fazer isso né... Quer me matar de curiosidade!- cruzo os braços

- Ah, Rosa que isso, são só alguns metrinhos de distância!- Janete ri

Nos olhamos por um segundo e caímos na gargalhada. Jane sabe mesmo como me fazer voltar no tempo... Na trupe falta apenas Frasão e Alabá, que estão há um oceano de distância... Telefonemas pra cá... Telefonemas pra lá...
Tony praticamente implorou ao Claude que falasse com o pai pelo telefone e ele não deu a mínima importância, como se nem se importasse. Começo a me perguntar o porquê disso tudo... Assim que Claude percebeu que todos ao redor o olhava de cenho franzido (assim como eu), ele soltou o ar com força, agarrou o telefone e disse duas frases no máximo, devolvendo o aparelho a Tony em menos de um minuto que conversa.


- Onde vocês vão para encontrar um pouco de diversão por aqui?- Janete diz sorrindo, segurando a taça com as duas mãos

- Bem... na verdade...- Silvia me olha rindo- a Bel NUNCA se diverte! Com ela é sempre trabalho, trabalho e trabalho! Parece até propaganda política, né?!

- Olha isso não é verdade!- a olho de lado

- Ah, não? Então vai conta irmãzinha! Conta oque a senhorita faz pra se divertir?- provoca Sérgio

- Hey mais oque é isso? A Bel sempre foi ton alegre... tenho certeza de que ela se diverte sim!- Tony me olha, e percebo os olhos de Claude me fulminando. Odeio ter toda a atenção voltada pra mim.

- Viu só...- dou os ombros, me sentindo desconfortável com tantos olhos me observando

- Ainda toca seu violino, Bel?- Sérgio sorri, dou rápida examinada na mesa: Jane mexendo calmamente no prato com as talheres, Nara com o nariz vermelho fitando o anel de noivado distante, Claude tomando uma bela golada de vinho fazendo careta e olhando pra taça como se não soubesse oque tinha dentro... Viro me e encaro Sérgio

- Sempre.- respondo calmamente. Depois dou um languido sorriso e volto ao meu prato.

- Coitados dos visinhos! – ele ri

- Ah não se preocupe, Sérgio. Os únicos visinhos vivem viajando... temos só uma senhora que mora aqui realmente, mas ela é bastante idosa e nem tem mais tanta audição..

- Oh, obrigada pelo elogio, Silvia!- levanto a taça arqueando as sombracelhas

- Quem diria... – Sérgio suspira- Seu Giovanni que achava que Londres era longe... veja você, no Canadá!

- Pois é...- mexo em meu cabelo, pensando sobre as voltas que minha vida deu...

- Imagina se você tivesse mesmo casado com o Julio... Onde será que você estaria hoje, Rosa?- Jane sorri, pondo a mão no queixo

- Provavelmente pilotando... – Sérgio ri, olhando pra Claude, que não entende a indireta e franze o cenho- Pilotando o fogão efetivamente!

- Sem graça!- lanço-lhe um tapa no ar

- Você ia se casar?- Nara me olha curiosa

- Pois é... – pressiono os lábios pedindo mentalmente que o assunto se encerre

- E oque aconteceu?- Nara dispara.engulo em seco- Quero dizer, por que não se casou? Oque deu errado?

- Bem... sabe oque é? Eu... acabei desistindo por que... porque eu queria minha independência minha... carreira e...

- Você não o amava?- ela me olha intensamente, pega na mão de Claude

- Sinceramente? Eu não sei dizer se eu algum dia de fato me apaixonei por ele, sabe? Acho que... Foi meio que uma imposição... Dávamos-nos bem e ele... Eu... Ah, é isso. - cubro o nariz com os dedos. Nara se ajeita na cadeira, parece ter se perturbado um pouco com oque eu disse...



Claude


Entre todas as maluquices de meu irmão, essa em especial, eu deverei lembrar pro resto da vida. Jean sabe que detesto natal e sabe o por quê. Sabe que detesto gente estranha e sabe muito bem como é meu relacionamento com nosso pai. Mas mesmo assim, ele me apronta.

-Então... Não vai me dar um abraço de despedida?- Jean sorri como um gatuno, que me rouba a paciência.

- Claire, irmón. – o abraço por alguns segundos-  Ne pas jouer plus avec moi, Jean! S'il vous plaît! (Não me apronta mais por favor!)

- Até logo, Claude. - sorri, e eu tenho a certeza de que ele nunca deixaria de aprontar.

Entramos no táxi que nos levaria ao aeroporto, rumo à Paris desta vez. Passaríamos o ano novo na minha cidade natal, onde por acaso, Nara escolheu pra se casar.
Passamos a maior parte do voo em silencio, até que ela dispara:

- Claude... Você me ama?

- Hum?!- assusto-me

- Você me ama?...Por que... Eu não sei se te amo! Estou me sentindo tão culpada!

- Nara... a verdade é que também non sei se... te amo... eu acho que isso devemos deixar o tempo nos dizer, hã?

- O tempo?- ela levanta as sombracelhas- o tempo Claude? Mas que tempo?! Agente mal passa quatro dias seguidos juntos! Você nunca aparece e quando aparece, logo some de novo!

- Cherri... você sabe que é por causa de meu trabalho...

- Ai, eu nem quero ouvir! Essa desculpa está em vigor desde que nos conhecemos! Mas acontece Claude, que agora agente vai CASAR, entendeu? CASAR. E isso significa, que eu tenho todo o direito de passar pelo menos um mês inteiro com você. De ter uma CASA, uma FAMÍLIA de verdade!

- Nara... – sorrio- você non sabe o quanto é importante para mim ter tudo isso. E ouvir isso de você é muito bom.

- Eu sei. – ela suspira, encostando a cabeça em meu ombro.

Comprei um apartamento perto da praça Itália em Paris, non muito maior do que o de Rosa em Montreal, mas com certeza, o suficiente pra um “começo”. Enchemos o lugar de móveis e Nara encheu as paredes de quadros (horríveis) pintados por sei lá quem, mas ela disse que são caros, não pestanejei.
Senti-me feliz por ter uma residência, mas estranho por que afinal, tudo era novo pra mim. Mas eu sabia que era aquilo que eu escolhi, e parecia formidável.
Nara insistia pra que eu arrumasse um emprego como piloto civil, e deixasse de lado minha fixação por caças... mas não me parecia nada simples...

O casamento demoraria mais umas duas semanas, e entravamos no segundo mês do ano novo quando chego em casa e encontro Nara sentada no sofá, olhos borrados e vermelhos. Me olha por baixo

- Claude, eu preciso falar com você um minuto.

- Tudo bem, mas o que foi? Aconteceu alguma coisa?- sento a seu lado

- Sim, aconteceu. Ou melhor dizendo, está acontecendo nesse mesmo instante.

- E o que é?...- sorrio sem entender

-  Acontece... que acho melhor agente desistir dessa palhaçada toda.- ela se levanta

- Oque?

- é. Chega dessa farsa Claude. Agente sabe que nunca daria certo... Você não me ama! Está comigo por mera solidariedade.

- Nara, quem te disse isso?!

- Claude...- ela senta novamente, calma demais pro meu gosto- eu gosto de você. Mais nunca te amei como você merece... E... Agora é tarde demais pra que agente tente mudar isso.

- Mudar? Mudar oque?

- O meu ESTADO, oras...- franzo o cenho e ela completa num suspiro:- Estou grávida Claude!

- Comment?! Gra...Grávida?! – me levanto num pulo- Mas Nara... isso é maravilhoso cherri!

- Mas acontece que você... NÃO É O PAI!




11 comentários:

  1. To chocada!
    Nara traiu Claude?
    Tomara que Cloude corra para Rosa.
    continuaaaaaaaaaa

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  2. Hum! Amei essa surpresa totalmente agradável,
    agora a estória desenrola kkkkkkkkk
    Gracias Karolzinha!!!!!!!!!

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  3. Gostei de saber q essa Nara tem caráter.
    Karol como vc não se importa de explicar...não entendi 2 passagens neste cap.
    O cap 18 terminou assim "Claude, será que a gente pode conversar um pouco?" aí o Sérgio é acordado e já mostra a casa da Rosa. Não entendi isso.
    E nessa parte da Rosa "...e percebo os olhos de Claude me fulminando. Odeio ter..." Porquê isso? ela tratando bem todo mundo, recebendo em sua casa tantos visitantes e ele quer fulminá-la? Ferir, calar ou sei lá o q mais... Tadinha!

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  4. Karol ja que Claude e Rosa sao filosoficos...Nara e direta e reta...

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  5. Ele não é o pai...kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    Betbys cheu tentar responder...kkkkkkkkk
    a Karol escreve a historia meio com uma linha de tempo q vai volta... em algum momento ela retornará a cena de que ia falar com o Claude...

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  6. :D

    Gih, Brigada miguxa!haha
    é isso memo, jogadela de Market, hihi
    mantendo um suspensesinho no ar...


    ps: Adoro isso! Todo mundo comentando...que demais! acho até que já vou começar o 20...kkkkkkk

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  7. ah, Bet esqueci the question 2...

    então, no contexto, o Claude fulmina(ele só olha estranho pra ela) Rosa na hora em que estão discutindo se Rosa se "diverte"... então, a minha intenção em por ela vendo o Claude fulminando no caso seria as possiveis questões que se formam sobre quem de fato é Rosa. mas é ela quem está narrando, portanto, não revelei os pensamentos dele(gente, tudo indica que mais na frente ele vá contar tudo...)
    agora até eu me perdi um pouco...é que minha cabeça tá no por vir na estoria e... eu preciso reler, censinha! haha
    bisous

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  8. Alguém belisca eu?!
    Nussa então o Claude muuuuu...quer dizer, ele não é o pai!?!?
    To bege

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  9. Gih, obrigada.
    Holly, obrigada. Meus tico e teco não devem estar bons.
    Karol, você tb é divertida...sua explicação sincera (agora até eu me perdi) foi plus!

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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