quinta-feira, 5 de maio de 2011

Capitulo 33- Caleb

 
Le Eternel Amour
Tulipe Rouge


- Trouxe pra você!- sorrio, entregando o coelho de pelúcia- Mais um pra sua coleçón, hã?- a devolvo ao chão, e ela corre pra ir mostrar a Dadi.

Entro no quarto e tranco a porta atrás de mim. Suspiro. E por um instante tento não pensar em nada. Simplesmente em nada. Mas isso parece ainda pior do que me concentrar em uma possível resolução pra tamanhos desencontros.

Vejo minha cama, arrumada como sempre. E as malas postas alinhadas ao lado.
É triste deixar Paris novamente.
O lugar onde nasci mas não cresci. Onde tantas vezes andei mas nunca fiquei...
O engraçado é que esta cidade parece ser o meu ponto de refencia com relação ao mundo. Como se fosse o ponto final, e o de partida de minha vida. Sinto que jamais me esquecerei daqui...

-Rosa-

Estou mesmo aqui... abro os olhos, vejo um teto. No meu regaço este que descansa tão seguro que sua simples respiração me traz paz. O telefone. Este que me acordou. Atendo ao segundo toque.

- Hm... Alô- tento o sotaque mas não consigo.Não agora, tão cansada pela noite em claro. Acabei de fechar os olhos e tenho que os abrir?

- Qual é o nome dele??- a voz não parece se importar com meu estado pouco apresentável ou formal. Não parece se importar com o fato de que esta é uma incomoda ligação às cinco e meia da manhã!

Suspiro...

-Claude-

- É Kêi-léb.  – ouço a pronúncia germânica do nome que ficaria pela eternidade em minha mente. Sinto-me como louco. Esquizofrênico talvez. Com essa soadeira, esse tremor, esse riso nervoso.

- Jean sabia do que estava fazendo?- pergunto, como se eu soubesse oque EU estou fazendo.

- Sim... – pausa- ele soube. Mas não chegou a ter a resposta afirmativa. Não sabia que estava feito.apenas de minha pretensão. Queria fezer... uma surpresa... mas ai... ai você sabe.

- e ele... concordava?

- Claro que não. Mas estava disposto a me ajudar, assim como eu tentava ajudá-lo. Propôs casar comigo, e assumir a criança, caso eu quisesse.

- E você... non quis?

- Claude... agente já estava muito perturbado... não dava.

- Posso vê-lo... de novo?- pausa, ela suspira

- Pode.Mas e SÓ. – breve pausa-As nove. Estarei no café da praça, você sabe.

- ok.- ela desliga. E meu coração volta a disparar.

Poderia estar sonhando. Não estou.

Poderia estar perturbado. Sim sem duvidas.

Cuidado com o que deseja, pois seu sonho pode se tornar realidade.
Está mais do que comprovado.

Sozinho aqui, e tenho certeza que se não tivesse Rachel, eu ODIARIA JEAN. Porque, em mil léguas, ele me escondeu algo assim?


-Rosa-


Fecho os olhos por um segundo, e peço forças ao céu. Caleb se levanta e me encara intrigado

- Quem era mamãe?- eu apenas volto a fechar os olhos

- Era  um chato, amor. Um chato que nos tirou desse soninho tão bom!- abraço-o, até que ele grite por clemência, alegando estar sufocando.

Onde fui me meter! O Tony não estava exagerando quando disse... que isso tudo iria se tornar uma imensa bola de neve! Tudo parece tomar um rumo sem volta, e à toda velocidade! Como uma avalanche que desce a montanha... e quando você percebe, já é tarde demais.

- Vai demorar?- Silvia pergunta, com sua xícara fumegando, óculos postos, olhos fitos na maior concorrente da Le Cordier, a Sallut Paris.

- Volto antes do almoço, não se preocupe, agente chega a tempo!- aceno, pegando os casacos do gancho. Ponho a touca em Caleb, e saímos de mãos dadas. Eu precisava ser rápida, apesar de me parecer quase impossível. Mas tinha que estar às quatorze horas na revista, era IMPORTANTE de verdade!

E assim, chego um tanto atônita ao café. Faço Caleb sentar, olho pros lados e nada. Um atendente chega, e eu estou cada vez mais nervosa. Sinto vontade de sair correndo com meu filho dali. Mas ele parece tão traquilo... balançado as perninhas, segurando no assento e olhando o movimento da rua pela vidraça do estabelecimento...

- ..Jour! Desculpe a demora, mas estava muito cheio de...- Volto me surpresa, engraçado... quando ele fala rápido nem percebo o sotaque. – Te assustei?- ele me analisa por um segundo, antes de com um gesto, pedir licença pra sentar. Odeio isso, essa reverência que têm os franceses! Faz me sentir tão...

- Mãe, olha! É o seu Pimpinoni! – ele aponta o senhor passando na calçada, a passos lentos, e tão cuidadoso...

- Eu conheço ele!- Volto-me pra Claude, que olhava na mesma direção que Caleb, e bastou isso pra eu estremecer- ele era um professor e tanto!

- E oquê ele te ensinou?- penso em repreender, mas Claude parecia deliciado com a pergunta

- Me ensinou a tocar Tchaikovsky..- ele se abaixa um pouco, como quem conta um segredo- mas confesso que até hoje non sou lá essas coisas!

- Vou pedir pra ele me ensinar também... quero aprender a tocar o sax do papai!- Caleb sequer olha pra ele, oque parece ter doído ainda mais. Abaixo os olhos e digo num quase sussurro

- Ele não toca sax, Caleb. Apenas piano e violino, como eu. – não estava previsto que meus olhos encontrassem os de Claude, mas aconteceu. E nesse instante senti um calafrio

- Eu sei, Caleb. E um dia te ensino, hã?- ele diz, ainda mantendo o olhar em mim. É impossível desviar!


-Claude-

- Talvez, UM DIA, quem sabe?- diz, depois de brevíssima pausa. Tenho certeza de que ela quis dizer NUNCA. Mas ainda sustendo seus olhos nos meus, e com uma calma anormal respondo

- Oui... Um dia... breve, eu espero.   – ela parece estar incomodada com meu tom, mas ainda insisto em fitar lhe

- ow, mas claro. – ela diz, num tom severo.- aliás, porque não, não é mesmo?

Engulo em seco e reparo em Caleb. Leva uma touca modelo aviador, o que me faz sorrir. Rosa não para de olhar repetidas vezes pra nós dois, seus olhos grandes e aparentemente nervosos lançando milhões de perguntas, mesmo no silêncio que se estabelecesse brevemente

- Boun Jour!- o atendente chega, e trás um cardápio marrom, como seu avental.

- Oque vai querer, amor?- ela pergunta num tom exatamente como deve ser o de todas as mães, MATERNAL . o garçon me olha inquisitivo, como se esperasse que eu falasse primeiro. Caleb põe o dedo no queixo

- Hum... que tal...

-Pain au chocolat- espantosamente, dizemos ao mesmo tempo. ao que o garçom sorri e olha pra Rosa

- Et son éspouse?- Rosa me olha com cara de assustada, Caleb permanece distraído, balançando as pernas e observando o movimento do lugar, com olhinhos atentos

-Rosa-

Parece mentira, brincadeira. Eles estão ficando cada vez mais parecidos aos meus olhos! Nem com Tony, que era GÊMEO IDÊNTICO dele, eu me sentia vendo dobrado assim! Eles fazem tudo como uma “coreografia”. Até a maneira de segurar a chícara é igual!  E o mais frustrante é que eles não percebem! Caleb nem fez TANTAS perguntas assim pra se sentir tão intimo e confortável com a presença de UM ESTRANHO! 





7 comentários:

  1. AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH tava dodói e li tudo de uma vez e to choqita...do fundo do core...mas adorei e ela esta encantada com ele...upppppppppp

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  2. Como não se encantar com o Claude né!!!
    Mais uma vez, amei Karolzinha, parabéns!!!

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  3. Mas esse Claude tá sempre indo embora ...
    Ainda bem q apareceu Caleb p juntar esses dois.
    Claude não vai resistir a sua miniatura!

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  4. Outra coisa...adoro o Nome Caleb...ele tem o espirito diferente...bjssssssssssss
    e Karol adorei sua visitinha no meu blogg...tava meio dodói mas pronta pra outra...é nozes rindo de tudo

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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