quarta-feira, 10 de junho de 2015

Crônicas de U. R. C. A - "A noite" (parte 2)






http://www.mrwallpaper.com/wallpapers/diamond-ring-red-roses.jpg



-Non fica aí parado, leva logo essa carta pra ela, vai!

-Ei, mas oque que é isso, francês? Tá achando oque? Nunca falou comigo desse jeito. Hunf.
Os dois se encaram.

-Só levo se me pedir com jeitinho.

-Porfavorzinho? - Claude revira os olhos com ironia

-Tá, mas só porque foi engraçado você fazendo biquinho. - Frazão toma a carta dele- Vou estar mais atento na próxima, e tirar uma foto!

-Para de rir, seu palhaço. E anda logo! Vai fazer oque eu te pedi ou non?

-Mas é um cavalo mesmo, hein, Claude? Você não me merece... e nem merece a Rosa também.

Frazão sai da sala e deixa um francês irritado e ansioso.


- Droga de vida... que sais ces't merde?! - Claude bagunça os cabelos num gesto de desespero.





-Traz a tesoura!

-Oque?! - a ruga entre os olhos de Janete se agravam- Vai cortar a carta? Mas e...

-Vou cortar aquele francês em pedacinhos bem pequenos! - a moça se levanta e dá um passo torto, depois dois mas antes que ela firme o terceiro, Claude abre a porta, fazendo ela cambalear pra trás. Era como se ela tivesse desistido, naquele momento.

-Rosa!- Claude a observa como se nunca tivesse tirado os olhos dela. - Está pálida! Tá tudo bem?

A moça suspira, ainda estagnada no mesmo lugar, com um braço estendido, apoiando-se na parede. Os olhos arregalados denunciando sua fragilidade

-Não! E não se aproxime!

-Eu.. mon Dieu.. vem comigo até minha sala, por favor?

-Doutor Claude, eu lamento ter de cruzar com o senhor todos os dias, mas ainda tenho o meu aviso pra cumprir, e eu prometi que o cumpriria, e não pretendo faltar com minha palavra. Mas o senhor está agora me tentando a sair por aquela porta e não olhar pra trás... nunca mais!

-ei, mas que nuvem de chumbo é essa pelo ar? - Frazao aparece com uma maquete nas mãos, e a coloca sobre a mesa de Janete, como se pesasse mil quilos.

-Frazon, me ajuda aqui, hã?

-Rosa querida, viu como a poluição está no auge nessa cidade? Mal consigo respirar – O advogado afrouxa o colarinho e se abana com uma mão

-Eu jamais pensei que seria capaz de odiar tanto um emprego quanto odeio este! - Rosa diz entre os dentes, se mantendo de costas para os dois.

-Oque você fez agora?- O advogado sussurra para o amigo, sem tirar os olhos de Rosa

-Eu? Mon Die non fiz nada! Essa maluca que tá com uma tesoura nas mons

-A carta! O que você escreveu? Você nem me deixou abrir o envelope!

-Frazon, discutiremos isso mais tarde. Agora preciso fazer essa mulher entrar em minha sala imediatamente, hã?

-Ei, Rosa! não faça isso! Eu queria ler essa carta! Não... droga!- Frazão dá um muchocho. Rosa caminha displicentemente até a lixeira, onde joga os restos da carta que Claude lhe escrevera.

-Será que entendeu agora? - ela pergunta para Claude, que a fulmina- não quero papo com você, nunca mais!



-Mulherzinha irritante!- o francês se joga em sua cadeira

-Ah admite que tá gamado nela, anda! - Frazão fecha a porta atrás de si.

-Frazon, quando você vai entender que eu non tenho mais coraçon pra me apaixonar por ninguém?

-Não tem mesmo, porque já é da Rosa.

-É de... - Claude se vira fulminando o amigo- Oque??

-Ah francês, não vai perder essa moça por uma bobeira desmedida que é essa de você ficar julgando ela sem nem saber do que realmente aconteceu. Vocês se desencontraram, e nem um nem o outro conversou, já foi tirando conclusões...

-Olha por favor... chega disso.

-Mas e a carta?

-De novo isso?

-Conta de uma vez, anda!

-Frazon você é um enxerido. Mas nem era uma carta. Era um bilhete... Escrevi uma pequena mensagem... um quase pedido de desculpas... com o endereço de um restaurante e um convite pra jantar hoje a noite....

-Hummm … e você não ia me contar né? Mas é um salafrário mesmo... ainda tem coragem de mentir pra mim, de negar quando falo que você tá caído de quatro patas por ela...

-Frazon.... Vamos trabalhar, hã? - O francês entrega uma pasta empanturrada de papéis pra Frasão

-Ok... você quem perde, não eu.

A tarde seguiu silenciosa. E quem mais falou em trabalhar, menos o fez. Claude passara a tarde com uma tal Rosa enjaulada no jardim de seus sonhos. Mas não mais a cultivando e admirando, mas fulminando em seus pensamentos, tentando fazê-la morrer, murchar. Pena que agora ele sabia, que se isso acontecesse, ele deixaria de existir.
Não é possível. É muito sentimento pra pouca razão...

- Com licença. - Rosa entra na sala, meio cabisbaixa. Claude a encarou de boca seca. Ali estava ela, sempre delicada. E ele se sentia uma montanha sentado naquela cadeira. Tão pesado e incapaz de se mover.

- Pode falar, minha musa. - Frasão diz sorridente, olhando de lado para o amigo, que sentiu como se tivesse sido esbofeteado.

- Esse fax acabou de chegar, e aqui diz urgente. Eu trouxe pra o senhor analisar ….

- Qual assunto, além da urgência?

- Compex transportadora.

-Ah essa parte logística não é comigo... Claude? - chamou Frasão. Mas o francês permanecia olhando pra porta. Nervoso com a presença de Rosa. E ela lhe ordenara que não lhe dirigisse a palavra. Ah, mas quem era ela pra lhe dar ordens?

-Doutor! - Rosa o chama. E então imediatamente seus olhos se encontram.

-Oui?- Ele a encara. E nem percebe que ela se aproxima com os papéis e os coloca sobre a mesa a sua frente.

- A comex transportadora Claude. Você brigou tanto pra conseguir o frete com eles! - Frasão diz sério, com tom profissional. Mas por dentro ria e ria do amigo babando pela Rosa.

- Bom, com licença. - Rosa vira as costas e sai como um foguete. Se sentia tão intimidada!




Uma semana inteira. Rosa sentia-se tonta. Mal comia, mal dormia. O tempo não passava! Queria ver-se livre de toda essa situação... Livre de Claude!

- Bom dia! - a voz dele soa pela recepção. Mais uma polegada e a água que Rosa tomava vazaria através do copo plástico. Ela ainda prendia a respiração, após todos responderem ao patrão.

- Dona Rosa? - ele a chama. Ela matém-se estática, de costas para ele. - Queira me acompanhar até a diretoria, por favor?

- Hm... precisa ser agora? - Rosa consegue responder. - Estou terminando de redigir um documento extenso, se eu ir fazer outra coisa terei de revisá-lo umas três vezes...

- Precisa sim. - ele a olhou profundamente. Ele sabia. -pensa ela. Sabia que não era o documento. Era os dois sozinhos na sala o problema. Frasão não chegara ainda. Ela sabia que ele sabia.

- Ok. Já vou... - ela põe o copo no aparador, e pensa em se recompor antes de seguí-lo, mas ele entrelaça o braço dela ao dele.

Todos na recepção os observam. Rosa sentia tantas coisas com aquele simples contato... que mal percebeu quando ele a conduziu até a sala, e fechou a porta atrás deles.
Os dois se encaram

- Doutor , oquê é tão urgente assim? - um breve momento, e ele estava perigosamente perto demais.

-Isso! - Claude a beija com toda a saudade guardada.

Por uns momentos, eles se esqueceram do mundo exterior, só havia os dois ali naquela sala. Claude tentava falar algo, talvez formular um pedido de desculpas, mas Rosa não deixava ele falar. Ela temia que tudo aquilo fosse mais do que um devaneio, já que sua consciência a condenaria pra sempre se o deixasse prosseguir e a convencesse a perdoá-lo. Ela não seria a mesma boba e idiota que ficou noiva de um canalha. Não mais. Não deixaria isso acontecer de novo. Não queria se envolver novamente.

Eles estavam abraçados contra a parede, em meio a beijos e carinhos, quando Frasão entra na sala junto com Janete, que carregava uma caixa de arquivos. O casal percebeu que tinham expectadores, pouco tarde.

- Ah meu Deus! - Janete tapa a boca, tentando inútilmente abafar o grito de surpresa. Sorte a porta estar fechada, ou o espanto seria de toda a empresa.

- Não é nada disso... Janete... - Rosa diz se recompondo, mas Claude não se afastou dela, como ela previa.

-E o que é enton? - ele a encara. Frasão arrasta Janete pra fora da sala e eles nem percebem novamente. Só tinham olhos um para o outro.

- O que?... - Rosa tenta pensar numa resposta, mas Claude preferiu a prática, e a beijou prendendo gentilmente os pulsos dela contra a parede.

-Non seja ton cruel, Rosa... - ele aspira o pescoço dela

-Você é o mestre aqui Claude. Não tem ninguém aqui mais cruel do que você... - ela o desafia. Mas ele lhe morde o lábio como resposta

-Será que você ainda não percebeu? Quem perdeu aqui fui eu... Rosa me dá só uma chance de te mostrar que nós dois juntos podemos funcionar ton ton bem – ele a beija até deixá-la sem ar

-Hoje você está mais piegas do que de costume... - ela finalmente sorri, enquanto ele lhe beija a bochecha

-Por favor, almoça comigo hoje? Precisamos conversar, hã?

-Conversar é?... - Ela zomba sorrindo. O que Claude não resiste, se aproxima dela novamente, olhando em seus olhos

- Tudo o que você quiser, meu amor. - ele a deixa sem ar, antes mesmo de a tocar desta vez.


A porta se abre novamente, em um momento bastante inconveniente. Elizabeth e John Smith, donos de uma multinacional bilionária e investidores em potencial da construtora Geraldy, presencia o dono da empresa agarrando uma funcionária – deduzindo pelo crachá de Rosa, secretária presidencial.

-Bom dia, doutor Geraldy!- John arrisca, contra sua vontade, pois sua esposa o acotovelou.

Um fio gelado serpenteia a espinha dos dois pegos em flagrante, paralisando-os.

-Bo-om dia, mister e misses Smith! - Claude força um sorriso amarelo. Mas os dois permaneciam frígidos e sérios.

-No me apresenta, a moça?- Elizabeth olha Rosa com desconfiança.

-Ah, sim, claro. Essa é Serafina Rosa, minha namorada.

-Owww... parabéns Claude! Ela é mui linda! - John se anima, mas Elizabeth se mantém séria, encarando Rosa.

- Namorada? Mas su namorada no se chamava Nara? - só então Rosa percebe que estavam falando algo sobre ela, porque os três a encaravam. Ela olha pra Claude com cara de reprovação.

- é... mas non estamos mais juntos non... nunca foi sério...

- Ouvi mesmo dizer que senhor no é sério ….

-Ah, isso non é verdade, eu sou sério, um homem sério. Non é cherrie? - Claude afaga a mão de Rosa, que há muito segurava.

-Sim, muito. Sério até demais... - Rosa abaixa a cabeça.

-Tudo bem, dear? - a americana encara o casal, sempre com semblante desconfiado.

-Está, está sim... se me dão licença, não quero atrapalhá-los mais, com licença... - Rosa ia se afastando de Claude, mas ele a acompanha até a porta, e antes de deixá-la sair a beija rapidamente nos lábios, sob olhar atendo do casal Smith.

Depois de todos acomodados na sala, a americana corta o assunto de negócios drasticamente

- Espero que Rosa non seja mais uma de suas conquistas, doctor Geraldy...

-Hã?... ah non... - Claude engole em seco- Ela é muito especial... non é como as outras non...

-Os homens dizem o mesmo de todas, non é mesmo John?

-Se você diz, my dear...

- Ela parece especial mesmo doctor Claude... gostaria de conhecê-la melhor...

-Tive uma idea... porque não vamos todos almoçar juntos hoje, hã? O senhor, sua namorada e nós?

-Excelent idea darling! - a americana esboça pela primeira vez um sorriso

-Claro... ótima ideia... - Claude murcha.. Não só seus planos foram de água a baixo, mas também seus negócios pareciam em xeque.




-O quê?

-Eles se convidaram, hã?

-Mas eu nem tinha dito que ia!

-Rosa.. por favor... - ele tenta se aproximar , mas ela dá um passo atrás, o fazendo parar. Impotente diante daquela moça baixinha que o fulminava.

- Nãao...

- Esse investimento é tudo o que nós precisamos pra deslanchar essa empresa, tirar ela dessa estagnaçon, quitar as dívidas!


-Claude...

-Eu tô te implorando, hã?...

-E essa história de namoro? Como você me apronta uma dessas assim?

-Mas eu já ia te pedir em namoro no almoço... - ele se aproxima novamente, e diante da revelação ela nem se move. Ele sorri pensando em beijá-la mas são interrompidos

- E os pombinhos não vem almoçar com a gente? Vamos naquele restaurante mexicano maravilhoso da esquina. - diz Frazão, já se aprontando para sair, Janete espera timidamente ao lado da porta.

- Non Frazon, vamos ao capucci com os americanos. - Claude revira os olhos

- Capucci? Sério? Sempre quis conhecer esse restaurante!- Rosa sorri

-Isso quer dizer afinal que você aceita, hã?- o francês abre um sorriso maroto. Frazão e Janete se entreolham sorrindo
-Tenho só uma condição.

-Hm.. e qual é?

-Só vou se você fingir estar de dieta!

-O que? Num restaurante italiano de dieta? Tá louca é?

-Esse é o ponto. Quero levar alguma vantagem afinal.

-Ela quer ver você sofrer Claude!- sussurra Frazão, mas todos ouvem e riem, menos o próprio, que faz uma carranca.

-Serafina...

-Oui mon amor? - Rosa o provoca, piscando-lhe as pestanas

-Vamos logo, hã?


O almoço transcorre como Rosa planejara. Claude ficou com fome a tarde inteira, e ela foi até a sala dele no final do expediente, com um sanduíche enorme.

- Você adora me provocar, né?- ele sorriu quando ela deu uma mordida no lanche, e se sentou na beirada se sua mesa, a seu lado.

- Eu queria te fazer umas perguntas... - diz Rosa o entregando o sanduíche, ele a olha desconfiado, enquanto ela o olha de forma enigmática.

-sobre?...

-Sobre você. Eu não sei quase nada sobre você. Até onde eu sei você é só um cara que eu conheci numa balada, e temos nos encontrado casualmente, até que descobri seu nome e sua profissão. Mas nem mesmo quantos anos você tem eu sei. Nem se você é gringo da França, da Suiça, ou da Croácia, que seja...

-Espera um pouco, primeiro me deixou de castigo sem almoço, e agora já vem me encher de perguntas sem nem me dar um beijin? Que espécie de namorada eu fui arranjar hã? - ele sorri, tentando puxar Rosa que estava encostada na mesa.

-Não é bem assim. Sobre o almoço você merecia coisa muito pior. E sobre as perguntas... eu tenho todo direito de querer saber mais sobre meu “namoradinho querido” - ela faz bico apertando o nariz de Claude, que lhe segura o punho e o beija

-Você é malvada, Cherie. Como não percebi antes, hã?

-Não sou não. Eu te trouxe comida, não trouxe? - ela sorri. Claude, que já havia terminado o sanduíche a olhava com um quê de malícia... ele coça o queixo e diz

-Ça bien, o que você quer saber?

-Tudo o que você estiver disposto a contar. E um pouco mais, porque sou curiosa.

-hum... E o que eu ganho com isso? - ele arqueia as sobrancelhas. Rosa sorri beija a ponta dois dedos e os leva a boca dele. Que sorri piscando pra ela.

-Enton.... é tipo uma entrevista de emprego é?

-É... - ela se senta na mesa novamente, o olhando – Venda seu peixe, doutor Geraldy.

Ele pigarreia e sorri, puxando a cadeira pra mais perto da mesa.

-Oui... Meu nome completo é Claude Antoine Geraldy...

-Antoine é tipo um sobrenome?

-Non, é segundo nome... - eles ficaram se olhando e ela fez um gesto pra ele prosseguir.

-Nasci em Paris, no dia 21 de novembro de 1978...

-Tá velhinho ein... - ela o olha de lado zombeteira

-Shiii deixa eu terminar hã? hm.. deixa ver...

-Tem irmãos?

-Non.. non tive esse privilégio.. Cresci sozinho, sem quase nenhum primo.. salvo os distantes e poucos amigos verdadeiros.

-Você tem um outro Frazão guardado no armário de casa?

-Non.. que isso? Ficou estranha essa sua pergunta, hã? É que eu tenho um ou outro amigo de infância por aí.. Non vou dizer que son como Frazón que é como um irmón pra mim, mas são importantes também.

-Hum... Estudos?

-Num internato no interior do meu país, faculdade em Milão e depois MBA em Mônaco.

-Que luxo ein. Ganhou milhões nos cassinos? - zomba Rosa. Claude revira os olhos

-Pode non parecer mas non foi lá uma época boa...

-Relacionamentos?

-Me dava bem com meus pais... Nos finais de semana em que os via, durante uma hora ou duas até conversávamos sabia?

-Claude! Não fale assim!

-Non é ironia non, Serafina. A minha infância foi assim. Mas eram as duas horas mais felizes de minha vida.

-Eu sinto muito.. - Rosa se aproxima dele, tentando acariciar o cabelo dele. Claude a puxa pra perto dele, quase a fazendo cair em seu colo. Os dois riem, ela se ajeita na mesa dessa vez bem de frente pra ele, com as pernas entre as dele.

-Está tudo bem, amorzinho...- ele lhe pisca.

-Não me tente a acertar-lhe um chute, estou em vantagem! - os dois riem de novo. - e seus namoros? Duravam muito, ou eram rápidos?


-Hm... você está me enrolando... non? Você deu toda essa volta pra falarmos de Camila, estou certo?

-Não. Eu quero saber sobre você. Conhecer você direito pra só então dar um veredicto.

-Uh-la-la. Me surpreendeu. Língua afiada, ma chérie.

-Você não viu nada. Agora vamos, não me enrole. Conte.

-Bien... tive muitos namoricos quando mais novo. Mas era sempre coisa de 2, 3 meses... porque eu sempre enjoava delas.. mimadas, chatinhas, sisudas.. ah era triste criaturas tão lindas por fora serem tão feias e insossas por dentro.

-Hm... tá bonitinho seu discurso. Continua.

-Eu fui pra Milón, e conheci a Camila num jantar da empresa em que eu estagiava na época. Ela era acompanhante de um velho nobre lá. Modelo, famosa na itália, estava no auge da carreira. Até que decidimos morar juntos. Só que mesmo entre muitas brigas, eu a amava. Eu sentia por ela algo como uma dependência sabe.. Ela era como o mais próximo que cheguei de ter uma família. Moramos juntos por uns 3 anos. Enton fui pra Mônaco, depois de uma briga séria com ela. Dois anos se passaram, e ela bateu na minha porta pedindo pra voltar, e pra virmos pro Brasil começar uma vida nova. Ela mesma me ajudou a encontrar trabalho, mas non chegamos a viver dois meses juntos aqui no Brasil, ela me abandonou com uma planta de nossa futura casa dos sonhos nas mons, além de todas as expectativas que se frustraram...

-Frazão disse que você ficou bastante abatido com a separação...

-ela me magoou muito. Me disse coisas terríveis. Sei que os homens normalmente non sentem as coisas, ou non prestam atençon no que sentem.. mas eu vivi tanto tempo sozinho, eu por eu mesmo, que tive de aprender a prestar atençon. E acabei descobrindo coisas terríveis.

-Como assim coisas terríveis?

-Me dei conta de que Camila sempre me usou pra chegar onde queria, e quando queria. E que ela nunca me amou. E que na verdade, eu também non a amava. Eu só projetava nela oque eu queria que ela fosse. Que ela fizesse. Non a amava de fato.

- e então?

-Non digo que sofri a toa, ou que me magoei a toa. Tive meu orgulho ferido, e meu luto foi por ele. A dor que eu senti foi a punhalada que ela deu em meu ego...

-Isso te fez mais humilde?

-Non sei... mas sei que me fez muito mais desconfiado, e mais reservado.

-Frazao disse isso de você, que era muito reservado, e que não se abria com ninguém. Mas eu estranhei..

-Estranhou o que?

-Como você pode ser reservado e fechado se desde que te conheci, você me conta tudo sobre você, fala o que quer sem pensar, fala um monte de baboseiras melosas... - Rosa ri. Claude a puxa e dessa vez ela acaba no colo dele

-Mas é só com você, Rosa. Nunca senti a empatia que sinto por você. É ton mágico... consigo falar de qualquer coisa com você sem reservas...

-Hm... é mesmo? - os dois se encaram- então fala sobre sua senha do banco? - ela gargalha

-Se eu te desse a senha, o que a senhorita iria fazer, hã?

-Primeiro compraria um caminhão de sorvete só pra mim, e depois eu secaria a conta pra doar pra entidades que ajudam pessoas carentes.

-Hm... que bonitim...- Claude zomba , apertando o nariz dela, assim como antes ela fizera com ele

-Para, Claude!- ela ri


- Casa comigo?

-o que? - Rosa segurou a gargalhada- tá maluco é francês?

-Non. To falando sério! - ele sorri

-Claude! Você é muito impulsivo não percebe?

-E como é que tem de ser um pedido de casamento? Você quer champagne, flores, um jantar a luz de velas e um solitário de diamante?

-Pra começar seria uma boa. Mostraria o seu cuidado e interesse real, mostraria que a coisa é séria. Mas não tô falando disso. Nos conhecemos a pouco mais de um mês ou seja, é como que um namorico seu do passado. E brigamos feio faz menos de uma semana atrás.

-Mas entón. Isso indica que nós temos um catalisador nessa reaçon, algo que faz tudo ser muito mais rápido.

-Não diga que é amor... - Rosa revira os olhos.

-Non, porque amor nesse caso non acontece do nada. Sei que amor é de certa forma construído. Mas diria que parece mais com uma empatia, uma química inexplicável, um encantamento... algo como paixon.

-Paixão? - ela sorri olhando pra ele incrédula- baboseira Claude.

-Non non é. É o que eu sinto. Eu estou apaixonado por você Serafina Rosa.

- Você... - Rosa põe a mão na boca. A surpresa transbordou e subiu à garganta, a proporcionando uma náusea terrível. Ela sai correndo porta a fora, e Claude vai atrás.

Ela entra no banheiro feminino, e ele também. Rosa se fecha num dos reservados.

-Rosa, tá tudo bem? - ele bate

-Tá sim! Sai Claude isso aqui é um banheiro femini... aaarg

-nossa.. você quer que chame um médico? Que a leve ao hospital?

-Não, eu quero que você sai..a arrrg

-O que você comeu nesse almoço hã? Te fez mal...

-Imagina eu comi pouco, as porções eram mínimas, restaurante chique... - ouve-se a descarga. Rosa passa por ele em direção a pia e lava o rosto. Claude lhe oferece a garrafinha de conhaque que estava em seu paletó. Ela põe um pouco na boca e cospe.

-Eu só preciso ir pra casa descansar.

-Nunca digo que estou apaixonado pra uma mulher, e quando digo, ela tem enjoo.

-Cala a boca francês!- Rosa estava branca como papel, mas ainda sorriu.

- vem calar. - ele a provoca.

-Tem certeza? Acabei de...

-Rosa! - ele a ampara antes que ela caia no chão.



-Como é que é? Que história é essa? Grávida? Mas ….como?

-Bom, isso ai é com seu namorado... - o médico sorri pra Claude, e volta a anotar em sua prancheta.

-Mas...

-Parabéns papais. Façam o pré natal certinho e não pirem, ok?



Um tempo depois Rosa estava sentada em sua cama, ao telefone com “seu namorado”.

-É claro que não. Não se preocupe. Jamais faria algo assim. É meu filho.. .tá nosso. Mas Claude, meus pais! Eles vão pirar na batatinha quando souberem disso...

-É muito simples... -ele responde do outro lado da linha- Case comigo de uma vez. A gente noiva, fala com eles, e casamos. O que acha?

-Claude... - ela tapa a testa- eu não sou bem uma mulher pra casar sabe... eu.. não sei se consigo...

-Eu também fui abandonado Serafina. Sofri tanto quanto você. Mas nós podemos tentar juntos, e agora com um filho... pensa bem.

-Não foi certo o que fizemos... você sabe...

-Você estava se guardando pro casamento e eu apareci e estraguei tudo. D'acord. Mas tenho algo em minha defesa. E isso se resume a : casa comigo, Serafina....

-Eu vou pensar, tá bem?

-Mas vai pensar em mim? - ele sorri

-Claro. Vou pensar em como fugir de você, - ela gargalha

-Non.. assim non vale. - ela sente ele abafar a voz num sussurro - Nos vemos amanhã?

-sim... afinal, eu trabalho na sua firma até o fim do mês, esqueceu?

-Serafina... - Claude se levanta .. - depois nos falamos, ok? - desligam.

-Desculpa amigo, não tive intenção de interromper nada, mas a porta tava aberta....

-Hm... - Claude se senta novamente emburrado.

-Já pedi desculpa Claude o que mais quer ein?

-Non é nada Frazon. É que... Rosa non me perdoou... ela continua magoada comigo.. non quer mais ficar comigo...

-Mas... Hoje cedo, vocês pareciam bem. Pareciam que tinham se entendido...

- Ela non me rejeitou, mas também non me aceitou, hã?
- Espera... então tem mais coisa que eu não tô sabendo é?

- É complicado Frazon... eu acabei avacalhando tudo eu acho.... estou com medo de perdê-la...

-Explica isso direito, francês. O que você avacalhou? Quero dizer, além do ocorrido da briga lá.

- É que... Rosa non confia em mim, sabe? Ela non sabe quase nada sobre mim, nem de meu caráter, e com todo esse meu medo e desconfiança eu pareci um fraco de mente, indeciso, non sei...

- E... porquê você esperava que ela confiasse em você? E tão de cara assim?

- Eu... acabei fazendo várias brincadeiras desde que nos conhecemos, do tipo “venha morar comigo e me faça companhia” ou o clássico “casa comigo”....

- E ela acreditou foi?

-Lógico que non... pareceu que jamais cogitaria isso... e esse é o problema Frazon. Eu sim.

- Tá querendo dizer que você jogou verde pra colher maduro mas acabou apodrecendo com tudo?...

- Oui... - ele bagunça os cabelos. - Acabei enfiando os pés pelas mons, porque se non parecesse ton infantil , ela me levaria a sério, e non teria dito que vai embora no final do mês.

-Mas, espera aí, - Frazao sacode a cabeça, com expressão confusa- é do contrato de trabalho que tu tá falando?

-Frazon... - ele esconde o rosto nas mãos

-Você.. tá querendo dizer que quer mesmo se casar com ela, não é? - encara o amigo, que o olha assustado. Claude abaixa a cabeça.



-Non.. já disse. Non podemos esperar mais, temos que vender agora, hã? Entendi. Mas faça o possível, por favor... ok. Tchau. - Claude desliga o celular, e olha pra Frazao, que observava Rosa digitar no notebook.

-Ele não conseguiu o lance né?

-As ações estão valorizadas demais, ninguém quer pagar o que valem agora.

-Se misses Smith decidisse pelo investimento de uma vez...

-Os cheques começam a ser descontados em uma semana, seron dois agora e mais três na semana seguinte. Oque já será suficiente pra zerar nossa conta.

-Peraí, zerar? - Rosa olha para os dois, abismada.

-A conta da empresa non anda lá muito boa das pernas Rosa querida. Levamos um calote de uma financeira no nosso último projeto grande, e muito do capital da empresa está em investimentos da bolsa. Só que como ouvimos na conversa do Claude, não se pode vender ações vitalícias tão rápido assim.

-Mas... como chegou a esse ponto?

-Estamos tentando receber novos acionistas, misses Smith é a mais importante, mas recebemos algumas propostas, porém bem menos consistentes. Ela seria nossa salvaçón.

- E agora?

-Non tem problema zerar a conta por uma ou duas semanas, temos outros recursos. Porém non é bom, deixa a empresa na corda bamba. Non quero chegar a ponto de por meu dinheiro pessoal nisso, porque corromperia muito do meu trabalho nessa construtora. Eu consegui fazê-la se erguer do nada, e quero mantê-la.

-Entendo...

-Hoje vamos tomar um chá das cinco com o casal Smith. E espero que pelo menos metade dos contratos sejam assinados... isso nos daria estabilidade até o final do projeto corrente.

Rosa passa a tarde pensativa. Nunca tinha visto Claude tão decidido. Ele não era só um menino mimado e controlador, afinal. Ele tinha seu lado durão, mas também havia uma flexibilidade nele. Algo que o fazia se parecer com o touro Ferdinando. Com toda aquela aparência imponente, mas no fundo, era um sonhador que lutaria por seus ideais até o fim.
Ela sabia que a fortuna dele seria o suficiente pra ele gastar exorbitantemente até seus últimos dias de vida. Mas ele queria ver a empresa crescer, e ajudar outros a realizar sonhos. Seja construindo centros comerciais , onde micro e médios empresários começariam como um dia ele próprio começou, ou casas populares e de classe média. Onde pessoas teriam a primeira casa própria, ou a casa dos sonhos.
Com tantos financiamentos, altos investimentos e poucos recebimentos, a empresa estava agora em maus lençóis. Mas Claude não falara em nenhum momento em desistência. Nem em corte nos recursos humanos ele sugeriu! Ao contrário, ele sempre que possível, incentivava os funcionários, fazendo-se de zangado, mas logo em seguida sorrindo, como se nada estivesse acontecendo!

ah.. se fosse sério o pedido de casamento.. ela aceitaria? “Quem sabe...” pensa ela, mordendo o lábio, enquanto observava o francês compenetrado revisando o contrato que ela acabara de redigir.

-Muito bom!

-Hã? - a voz dele a arrastara de seus devaneios.

-O contrato ficou muito bom. Só preciso agora acrescentar a data.

-Eu o fiz ontem... mas eles não o assinaram né.. - Rosa ficara vermelha, lembrando-se do porquê os americanos não assinaram o contrato no dia anterior. Eles foram pegos em flagrante...

-Bien, agora é só esperarmos dar a hora, pra descobrir se teremos de mudar a data mais uma vez. - ele da um meio sorriso. Rosa aperta a saia do vestido. - o que foi?

-Na..nada. - ela olha para a porta . Só agora reparara que estavam sozinhos na sala com a porta fechada.

-Acha que se eu convidá-los pra jantar no sábado em minha casa eles podem me achar mais confiável ou algo assim?

-Hã?- Rosa se distraíra outra vez. Estava num ataque de ansiedade.

-Jantar sábado em minha casa. - ele diz. A moça o encara como se ele estivesse falando num idioma incompreensível.- acha que os americanos vão gostar? Me achar, mais respeitável?

-Ah... sim... - ela abaixa a cabeça pra que ele não veja seu constrangimento- eles podem conhecer seu lado mais... família..

-Mas eu non tenho família... - Claude a encara. Rosa suspira

-Bom... tem a Dádi. O Frazão... é só expor o quanto eles significam, o quanto essa empresa significa pra você...

-E você? - ele não muda de expressão, o sorriso escondido no canto da boca, olhos escuros brilhantes

-Eu o que? - a moça quase não consegue falar

-Você é minha namorada, esqueceu? Eles precisam saber o quanto você significa pra mim também...

-Claude... - ela aperta os olhos. Em seguida, ele a ampara nos braços.



-Maninha? Fina... acorda?

-Hm... Rosa abre os olhos e vê Terezinha a olhando preocupada. Se assusta ao perceber Claude em seu quarto, ao lado da cama.

-Ela vai ficar bem mesmo?

-Sim, o médico garantiu que o que ela tem non é nada grave... vai passar. - ele encara a namorada que o fuzilava com o olhar.


-Terê, você poderia...

-Te deixar a sós com seu namorado? Mas claro... - a moça sorri, e antes que Rosa replicasse, a porta se fecha atrás da irmã.

-Como você encontrou meu endereço?

-Segredo.. - ele pisca- esqueceu que você foi registrada na minha empresa, hã? Decidi trazê-la pra sua casa, onde você se sentiria mais a vontade.

-E disse pra minha irmã que é meu namorado?

-Rosa... vamos ter um bebê. Eu diria o que enton, hã? Que sou teu pratron?

-Não estaria mentindo.

-Estou tentando te proteger. Sei que sua família é tradicional e conservadora... além do mais, quero e vou assumir esse filho, assim como participar de tudo sobre ele...

-Mas não precisa forçar ter um relacionamento comigo por causa dele!

-Ei, esqueceu que eu te pedi em namoro antes de sabermos da gravidez?

-Mas...

-Para de fugir de mim, Rosa... eu quero, você também quer, vamos fazer dar certo, hã?- ele segura as mãos dela, sentando-se na cama.

-Tem certeza que me quer? Sabe que somos de mundos diferentes, temos criações diferentes...

Os dois se olharam profundamente e em silêncio. Até que Claude solta num suspiro:

-Mas podemos caminhar juntos, non? Podemos ser uma pessoa só, porque é isso que é casamento, certo?


E ele a pediu, com rosas vermelhas, champagne, e tudo mais. E ela chorou de felicidade, como nos filmes piegas. O que a fez odiar se sentir tão feliz, tão tola, tão leve.

Os pais dela acharam tudo bem estranho, mas o anel de noivado e o jantar com parentes os acalmaram. Rosa escondia a barriguinha saliente no vestido de pregas desde a cova do estômago.
Usara saltos médios que a fizeram parecer ridiculamente baixa perto do noivo tão alto.

Ela era o frágil mais forte, e ele o forte mais frágil. Eram o yang branco de grinalda com o yin preto de sapatos lustrados. Eram um só, no altar.


-Desejo muita prosperidade nessa nova fase da empresa Geraldy, e que seu filho nasça forte e saudável! - todos brindam com sorvete de pistache o último dos 10 contratos assinados com os Smith. O sorvete por conta da grávida mais mimada de toda São Paulo.


E então, Rosa descobriu o que era ser uma esposa. Era ser de alguém, e alguém ser seu. Era descobrir os mais variados e pequenos detalhes da personalidade desse alguém. Era suportar, era ser suportada...

Dois meses morando com o marido, e então coisas foram descobertas.
Ele não gostava de leite no café. Ele adorava banhos quentes antes de dormir. As roupas eram arrumadas metodicamente por cores. Claude falava durante o sono quando muito cansado. E sempre em francês.
Ele acordava cedo aos fins de semana, mas não fazia nada, só a observava até ela despertar.
Ele tinha um cheiro estranho na pele, que a obrigava a cheirá-lo mais de dez vezes. Era viciante cheirá-lo.
Não gostava de doce tanto quanto ela, mas sabia fazer o melhor petit gateau que ela já experimentara. Ele não abria a porta sem antes verificar se estava trancada. Claude nunca a deixava carregar bolsas se estivessem juntos, nem mesmo a bolsa de colo do dia a dia.

Ele sorria de um jeito tão delicado quando ela lhe beijava o pescoço ou o rosto, que ela tinha que acordá-lo assim nas tardes de domingo que cochilavam no divã da varanda só para ver esse sorriso. As mãos dele pareciam ter sido feitas pra ela examiná-las, medir seus dedos com os dele, ou simplesmente para protegê-la do perigo invisível que está sempre no ar.
Um homem comum, simples, de bom coração. Seu. Era tudo o que ela sabia e tudo o que ela queria saber sobre ele.

Mas Rosa se pôs louca pra descobrir como será os próximos meses quando o filho nascer, e ver nos olhos do marido a realização de seu sonho mais secreto: ter uma família completa.

-Sabe o que eu tava pensando?

-O que?- ele fecha o livro e a encara sorrindo de leve

-Nunca imaginaria um futuro como esse...

-como assim?

-Já não sonhava mais em ter um bebê, um marido, um lar...

-Non sonhava comigo, non, é?- ele a abraça.

-Hm... bobo. Secretamente... sonhava sim. mas só de noite, quando ninguém estava olhando... eu sorria pensando em você... meu maior devaneio...

-meu maior sonho... - ele a beija.




Eles se entreolhavam. Rosa sorria, Claude suspirava. Hadassa gargalhava. Olhinhos atentos a qualquer mudança na expressão dos pais. Ela tinha os olhos da mãe, mas o sorriso do pai. Sardas como as da avó paterna, e a sagacidade da materna.

- Non me canso de dizer, sou ton feliz, que chega a doer meu coraçon, só de pensar que se eu non tivesse naquele bar no fundo do poço aquele dia, talvez non estaríamos aqui hoje, juntos.

- Está enganado, amor. - ela o olha com ternura, com a bebê nos braços- Se não tivéssemos nos encontrado naquele dia, nos veríamos em outro lugar, mas no fim, eu já era sua secretária, sem nem você saber, ou eu. Fui indicada ao cargo antes de nos conhecermos....

-Enton... era mesmo pra ser... - ele sorri

-Sempre será. Eu você, e o que somos, construindo nosso futuro, dia a dia... um dia por vez, sim?

-Aprendi tanto com você amor...

-E eu com você... - ela sorri. Hadassa dormia, e eles a põem no berço. E ficam velando o sono dela por uns instantes.

-Deus non escreve certo por linhas tortas... nós é que nos entortamos do caminho... - Rosa o enlaça o pescoço com os braços.

-Ainda bem que fomos juntos e voltamos juntos... - ele pisca pra ela

-Não... nós fomos por nós mesmos, mas demos as mãos pra voltarmos.

-Tudo isso numa noite?

-Tudo naquela noite. - eles sorriem.



"Pensava que nós seguíamos caminhos já feitos, mas parece que não os há. O nosso andar faz o caminho."    ( C.S.Lewis)

2 comentários:

  1. Que lindo!!!!!!!!
    Amei demais
    Esse final foi lindo!!!!

    ResponderExcluir
  2. Maravilhosa estória! !! Amei, assim como todas as suas outras fics!!!' Sou sua fã! !!
    Escreve mais e posta aqui no blog, please?!!!!
    Parabéns! !! :3 <3 ;-) :-)

    Bjos,
    Larissa Dominique ;-)

    ResponderExcluir