Le Eternel Amour
Tulipe Rouge
Rosa respira
profundamente, e a sinto mais pesada a cada momento.
-Me põe no chão,
Claude!
-Non, non me chame de
Claude. Non assim. Está irritada comigo? - a deposito no chão de
vagar
-Ah, é claro que não,
meu amor! - ela me beija – Só … me tira desse prédio.
-Nós já vamos sair.
Só que temos de sair em segurança, hã?- toco em seu braço. Rosa
estremece de impaciência.
-Mas será que esse
farabuto não vai sair desse corredor nunca?
-Rosa, son 3 da
madrugada. Daqui a pouco ele dorme. Só precisamos ser pacientes.
-Ai, amor, tem aranhas
aqui! - diz ela apontando pra as teias que riscavam o pequeno cômodo.
- Não sei como pode chamar isso de sala da limpeza!
-É irônico, non? -
rio pensando na placa que havia na porta.
-Estou me sentindo uma
claustrofóbica. Acho que vou desmaiar!
-Non, amour. Se
concentra, hã?
-Em quê? Nas aranhas
subindo as paredes?
-Que tal se concentrar
em mim, hã? Estou com saudades...
Rosa
Claude
me abraça, com a mesma emoção que costumava me abraçar.
Fazendo-me sentir frágil e quebrável. E ao mesmo tempo protegida e inalcançável ao mundo, ao perigo.
Será
que ele não entende que se trata exatamente disso? Não é a sala
abafada, o medo iminente ou as aranhas que me deixaram assim
alvoroçada. E sim ele.
-Promete pra mim, que non vai me deixar nunca mais? Que non vai mais fugir ou
…
-Eu
prometo, eu prometo! - respondo com um beijo. - Eu prefiro morrer a
passar por isso outra vez. E agradeço tanto a Deus por você ter
vindo...
-Shii,
se acalme. Vamos sair daqui.
Claude
e eu atravessamos o corredor. O guarda estava cochilando na cadeira,
com a mão sobre o revólver no cinto. Saímos pelos fundos, pela
porta onde lia-se : saída de emergência.
Saltamos
o último degrau rumo à liberdade; o coração aos pulos. Minha mão
suava e eu tremia por inteiro. Quase livres... quase...
Me
lembro de Caleb ainda pequenino. Os olhos tão expressivos e
profundos... é o que eu mais me lembro nele. Olhos exatamente como
os do pai. Não como os de Jean. Jean tinha olhos lindos,
obviamente. Mas a forma de olhar era totalmente diferente da de
Claude. Tony era a compreensão em pessoa. Aquele olhar amigo,
compassivo. O olhar de Caleb, a cópia de Claude em miniatura, é o
mistério passional. Sempre intenso,
sempre alerta...
Claude
Ela
adormeceu durante a viagem. Atravessamos o norte de Portugal rumo à
região de Castela na Espanha. De lá pegaríamos um voo para Madri,
e depois Marrocos. Ficaremos na base militar da França de lá
durante uma semana ou duas, até eu conseguir total proteção para
mim e para Rosa.
Liguei
para a França e contei parte dos planos, sem revelar onde iríamos
por questão de segurança. Não poderia me dar ao luxo de expor toda
minha trajetória de fuga.
Sérgio aceitou o pedido de cautela, mas exigiu que eu ligasse de 2
em 2 dias no máximo.
Falei
com Caleb e disse que mamã estava bem, que estava descansando a meu
lado. Ele insistiu tanto, pena que Rosa não acordaria tão fácil
naquele momento. O desgaste emocional e físico que ela sofrera
cobrava as contas, afinal.
Chegando
na pequena cidade em Castela, aluguel uma suíte modesta numa casa de
hospedagem. Não era luxuosa mas tinha aquele ar aconchegante de
interior que sempre me agradou, já que nasci no interior e cresci
numa casa de campo. Finalmente pude sorrir. Olhar para Rosa me deu um
alívio tão imenso... Que senti meu coração se enternecer e
derreter...
-Non...
da rien , rien... Non, je ne regrette rien...- cantarolo no ouvido
dela, baixinho. Ela se estremesse e acorda assustada. Tenta se
levantar – Shiii … sou eu, amor, sou eu!
Rosa
procura meus olhos rapidamente, fitando-me com ar assustado, até que
eu a ajeito na cama, aconchegando-a. Ela põe as mãos em minhas
maçãs do rosto
-Non
se preocupe, amour. Nós vamos estar de volta ao começo de nossas
vidas em breve. Si Dieu le permet.
Rosa
suspira ainda me encarando, até que seus olhos se fecham e ela volta
a dormir. Sinto o cheiro dela e me acalmo até adormecer também...
Si Dieu le permet
Janete
Eu
não suporto mais essa agonia, essa espera! Quanto mais isso vai
durar?
-amor,
se acalme. Ela está bem. Ele também.. Caleb está aqui, está
seguro. E agora, tudo vai se ajeitar.
-Quem
me garante? - estremeço, ainda melancólica
-Eu.
Eu te garanto. Esta bem assim?
-Um
pouco....
-Giovanni
ligou novamente.
-A
que horas?
-Mais
cedo do que de costume.
-E
oque disse?
-Que
minha mãe sente saudades, que precisamos aparecer mais por lá... -
Sérgio revira os olhos
-E?...
-Quer
que Caleb fique com eles, por enquanto.
-Mas
ele ficaria muito sozinho, amor!
-Eu
sei... eu disse isso a ele. Mas como sempre, don Giovanni discorda.
-E
tem a escola, e tudo mais...
-Mamãe
tomou o telefone só pra argumentar que seria ótimo para o menino
ser paparicado pelos avós e que isso faria com que ele se sentisse
mais em casa.
-Nós
também somos a família dele! Também o paparicamos e ele se sente
em casa. Não é?
-não é a primeira vez que ele fica conosco... - sacode os ombros- Caleb
está acostumado. Mas poderíamos dividir a responsabilidade.
-Sérgio!
-Oque?
Ele adora o restaurante!
-Eu
quero ficar com o vovô.
A
voz decidida e inesperada do pequeno me faz dar um salto por duplo
susto.
-Caleb!
É feio ouvir a conversa dos outros! Principalmente dos adultos!
-Mas
a conversa não é só de vocês, porque o assunto sou eu.
-Ei!
Língua afiada, esse moleque! - Sérgio ri
-Vem
cá, senta aqui. - o ponho entre mim e Sérgio no sofá
-Seu
tio estava me contando sobre uma ligação de seu avô. Você estava
aqui que ele ligou na hora?
-sim.
Ele ligou pra falar comigo. E só depois pediu pra eu passar pro tio.
Não foi? - o menino olha para Sérgio, orgulhoso.
-Foi
sim. - o tio bobão bagunça os cabelos do menino.
-
e então?
-
Eu pedi pro tio falar com a senhora, porque eu quero mesmo ir ficar
com vovô enquanto a mamãe não volta da viajem com o Claude.
-O
seu pai disse que vai demorar um pouco mais. Talvez te leve pra
passar uns tempos...
-é
mesmo? Ele disse isso?
-Sim.
Mas só saberemos daqui uns dias. Por enquanto... você pode ficar
com quem escolher.
-Não
fique triste, titia! - ele me abraça, com carinha inocente- eu amo
vocês! Mas estou com saudades do vovô Giovanni, da dona Joana, e do
tio Dimitri!
-o
Dimitri está aqui?
-Sim!
Ele voltou de Nice faz quase um mês. - Sérgio sorri
-E
ninguém me avisa? Vamos lá agora, que precisoo comer do nhoque do
tio Dimitri!
Os
dois gargalham. Mas sabem que não estou satisfeita. Sou assim, meio
possessiva...
Uhuuuuuu
ResponderExcluirQue bommmm q postouu!!
Tomara que essa eles consigam 😢
Amei o cap!!
Muito bom concordo com a Jake,parabéns continue a postar vou estar sempre aqui esperando.
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