Le Eternel Amour
Tulipe Rouge
Havia um
jardim, com muitas cores. O cheiro das flores era algo fresco e doce. O cheiro
da terra molhada ainda podia ser sentido.
-Este
lugar... É simplesmente...
-Eu queria
trazer você aqui a tanto tempo! – ele suspira e finalmente percebo que tenho sido observada desde que
chegamos.
-Pare de me
olhar assim! – sorrio nervosa, totalmente encabulada.
- Assim
como? – ele pisca com falsa confusão mental, mas seu sorriso no canto dos
lábios o denuncia.
- Claude!-
escondo o rosto e ele me abraça
-Je T’aime! Je T’aime avec tout mon coeur !
-Eu também
te amo de todo o coração. – sorrio segurando as lágrimas. Se ele fosse menos
perfeito, ou se eu o amasse menos, talvez não doesse tanto!
-Oh non chore, cherri! Non ainda, hã ? – ele dá um sorriso maroto e meu
coração parece querer saltar pela boca
-Vem! –
Claude me puxa pelo jardim, até que chegamos num pequeno chafariz . No
centro dele, havia um anjinho que soltava água pela ponta da flecha de seu arco
empunhado.
Ele me faz
sentar na mureta e tento me consolar internamente, me convencendo de que é só
um sonho adolescente e infantil. Realmente, por que seria tudo real?
-Serafina
Rosa, - os lábios dele tremem, e me dou conta de que para ele, é tudo real
-ah...-
tento falar alguma coisa, sem sucesso. Ele está com um joelho no chão, minha
mão entre as suas, e os olhos brilham.
- Allez.. allez vous... – ele tosse, como que para tirar
o choro da garganta. Eu prendo a respiração
-Voulez
vous me marier?
E a pergunta
ficou no ar. E meus olhos se fecharam. Isso não está acontecendo! Do fundo do
meu coração.. Eu..
-Sim! Eu
aceito!- sorrio e choro. Ele põe um anel
de ouro velho cravado de diamantes, com uma esmeralda no meio. Engulo em seco,
pensando no valor inestimável da joia.
-Dieu, merci!- Grita olhando para o céu e em
seguida me abraça e me faz novas juras de amor, as quais repito de todo coração,
sentindo uma dor imensurável por saber que não poderei cumpri-las. Não da forma
como ele imagina.
Merseille
tem um céu lindo, e a tempestade de ontem faz com que a imensidão azul sobre
nossas cabeças pareça mais vibrante.
Eu sinto muito... eu sinto muito, me perdoe.. eu sinto muito...
Claude
Rosa? Rosa?
-Hum.. quê? – ela abre os olhos e me olha espantada. Acho
que o sonho parecia bem real, porque ela parece abalada.
-Nós... Nós já chegamos amour. – sorrio sentindo meu coração
encher-se de ternura pela forma como ela passa os dedos entre os cabelos.
-Ah... Que bom...
Entramos e anunciamos a todos. Por telefone.
Quando? Onde? Como? E todo o bláblá que me deixa um pouco
nervoso. E já está decidido: será o quanto antes.
Alors , como era de se esperar, Don Giovanni exige que
voltemos imediatamente para Paris, para casarmos perto de toda a família.
-Seis meses longe mas pareceram anos!- exclamou Janete
pelo telefone
-Eu sei, eu sei Janete. Voltaremos assim que possível, d’acord?
-D’acord. Mas Claude.. Me responde uma coisa?
Suspiro. Olho para Rosa que mimava Caleb no sofá a minha
frente.
-O quê quer saber?- abafo um pouco a voz com a mão
- Depois que se casarem... Onde vocês vão morar?
-Ah... – fico encabulado. Não havia pensado no assunto.
Não sobre como contar a todos. Me afasto de Rosa e Caleb discretamente
-Eu sei que não é tão da minha conta. Mas eu me preocupo!
De verdade!
-Janete tudo bem, hã? Tudo bem, eu sei que você é uma
irmã para Rosa, non só uma excelente amiga e cunhada... Entendo que se preocupe
com os interesses dela e da família. E quanto ao assunto... – olho pela porta,
verificando se Rosa esta perto
- Je... Eu non discuti isso ainda com Serafina. –
Não tive coragem, completei mentalmente.
-Não teve coragem, confessa. – ela ri contidamente.
-Oui. Mas non é tão difícil assim, eu sei. Mas.. Rosa ama Pari
e eu também. Mas eu prefiro Marseille, você sabe. O mar e... bom, non toda a agitaçón que é morar ai.
Aqui é um excelente lugar pra se morar. É uma cidade grande, non tanto quanto
Pari, mas tem tudo aqui et...
-Et não-tem-a-família!
-Janete! Silvousplêt!- digo baixo, mas queria gritar
-Claude, estamos todos aqui, moramos todos aqui desde
que.. Bem, você sabe.. E..
-Exatamente! Exatamente! Nós precisamos virar essa
página! Jean non vai voltar! Rachel!
–solto um grunhido de dor, e lágrimas fujonas- Rachel também non!
-Claude, calma! Eu sei. Eu entendo oque você quer dizer.
Mas acontece que “fugir” pra Marseille, ou pra qualquer outro lugar, não vai
adiantar. Essas coisas a gente nunca esquece. A Rachel e o Tony não estão em
Paris. Estão em nossos corações, em
nossas memórias.
-D’acord. Mas ainda prefiro Marseille. Acho que seríamos
muito felizes aqui. Seria um novo começo, hã?- Me apoio no aparador, esgotado
mentalmente.
-Sei que é muita pressão. Mas converse com ela com calma.
Vocês terão um novo começo onde quer que estejam. Só o fato de estarem juntos
já muda tudo, Claude.
-Você tem razón, Janete. Só o fato de ficarmos juntos já
muda tudo. Será um novo começo, de qualquer maneira. –sorrio. E olho para Rosa
que aparece enquanto termino a frase e
me despeço de minha cunhada.
Ela me olha de um modo tão sôfrego e terno, que
quase me esqueço que Caleb está logo ali
na sala.
-Ela mandou lembranças, cherri. – a abraço e beijo, sem
que ela me peça ou impeça. Mas percebo que ela treme e chora
-Desculpa..
-Está tudo bem, Rosa. Non chore. Sei que está nervosa.
Mas vai dar tudo certo! Eu te amo! E vou estar sempre contigo, hã?
-Eu sei... eu também te amo!
Mas eu vi dor nos olhos dela. Tanta dor que imagino que
voltar a Pari seja mesmo bom, por hora. Lá ela tem o pai, o irmão, a cunhada,
os amigos. E meu pai, que agora liga dia
sim dia não. Para ela, é claro. Ele está
radiante de felicidade pelo casamento.
-Eu quero que saiba, que eu te amo mais que a minha
própria vida, e que jamais seria capaz de fazer nada para te fazer sofrer... –
Rosa sussurra enquanto mexe em meu cabelo.
Estou em seu colo e ela acha que
estou dormindo. Então me seguro o
máximo, curioso para saber oque mais ela me diria. Ela suspira e continua me acariciando.
Eu sorrio com os lábios, satisfeito.
Janete
-Eles vêm amanhã! – anuncio. Alice e Sérgio comemoram.
-Yes!
-Ih, quanta animação, ein? – Sergio pisca pra mim, se
fazendo de desconfiado.
-Oque foi, gente? Não posso ficar feliz pelo Clau...
Caleb –ela se entrega- estar vindo
-Ora mas vejam só!- sento no sofá ao lado dela e lhe faço
cócegas –Tudo isso pela ilustre presença de Claude Geraldy...
-Oquê? Mãe! Claro que não!
-Amor? – olho para Sérgio e ele entende o recado, saindo
rapidamente, meneando a cabeça
-Mulheres... Vê se pode!
-Filha, porquê está tão feliz pelo Claude vir?
-Ah mamãe... ele é tão... bonito!
-Eu sei filha. Mas você entende...
-Ele é muito mais velho do que eu e é o noivo da minha
tia.- ela rola os olhos- Claro né mamãe. Mas olhar pra ele ainda não é crime, ou é?
-Ah filha! – gargalho- Meu Deus! Quatorze anos e você é
mesmo uma mocinha!
-Ué, oque esperava? Mas não se preocupe. Eu só quero
medir ele bem. Pra escolher o meu noivo, quando chegar a hora. -Ela dá os
ombros- Não vou aceitar um que seja
menos bonito!-
-Alice!
-
Tou sofrendo junto com Rosa :'(
ResponderExcluirÉ uma pena, realmente é Le Eternel Amour, nunca têm paz!!!
ResponderExcluirTô com aquela sensação ambígua: doida pra eles ficarem juntos, mas não gostaria q terminasse, kkkk.