quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Capítulo 51- Le pour hour


















Le Eternel Amour

Tulipe Rouge






-Oh!! Très belle! Je vous remerci!- a florzinha parecia murcha, mas acho que para ela, era como uma joia raríssima

-Vamos Laurien, não gosto deste lugar!- Rachel olha ao redor, segurando o braço de Laurien

-Ah mas Rach estamos só dando uma volta! E a conversa está tão interessante!- A menina loura protesta, sorrindo dum jeito esquisito para o rapaz a sua frente. Hélio, um aluno da escola mais cara de Paris, com sua roupa engomadinha e que a toda hora coçava o bigodinho ralo que seus três anos a mais que eu o proporcionam.

-Acho que está mesmo na hora de irmos, Rachel. Minha tia já deve estar nos esperando no café, como marcamos.


- Vejam, o sujinho fala! - Hélio me olha com desdém - Vá andando, mudinho. O ambiente precisa mesmo ser limpo, não há lugar pra maricas por aqui!


-Vamos, Rachel.- toco o braço dela, esperando que ela se mova. O que não acontece.


- E.e.eu já vou. Attendez-moi na esquina Caleb, "siulplét"!- Ela sussurra, olhos fixos no horizonte.

-Ei, o que há com você? Está... misturando os idiomas! E isso você só faz quando esta muito...

Não termino a frase e o peso de minha meio-irmã postiça cai sobre mim, inerte. Apenas levanto os olhos e vejo o sorriso de Hélio transformar-se num grito

-Merde!!




Rosa





Mas um desses dias monótonos e eu morro!


- Que exagero, Silvia! - Reviro os olhos  enquanto equilibro a caixa enorme nos braços

-Ah Rosa, você diz isso porque ultimamente, vem tendo dias muito emocionantes!

-Hãã Sil, vai começar? - sorrio - Nada disso.

-Não vem me enrolar, eu sei que tá rolando algo entre você e o capitão bonitão. - ela arrebita o nariz - hum!

-Silvia!

-Oh, capitain está doentinho, tadinho... Precisando de cuidados e de carinho! - ela ri maliciosamente

-Dio mio! Oque fazer com você ein?- balanço a cabeça, em desaprovação.

-Ah amiga, tenho uma ideia melhor!  Porque  você não faz o que você quiser, mas.. com uma outra pessoa? - a forma como ela pronunciou a ultima parte da frase me deu arrepios.

-Acho que já posso ir, tenho tudo oque preciso aqui nessa caixa! -Tento mudar de assunto, mas falho terrivelmente

- Isso! Corre, ainda dá tempo de você o convidar pra um jantar mais reservado, já que a noite permite...

-Ei, mas do que está falando?- a olho incrédula , com um pouco de medo da resposta

-Soube que as crianças marcaram de fazer uma "festa do pijama" na casa da Janete né...- ela sorri zombeteira

-Sil! -tapo o rosto, que mais parecia um grande pimentão vermelho e brilhante




Chego mais cedo que o planejado, mas foi bom. Coloquei tudo em ordem.. Duas crianças podem ser quietas separadas. Mas juntas! Dio, que bagunça!

Claude apesar das dificuldades, não abandona o 'jeito militar to life', a cama milimétricamente arrumada, as meias dobradas..Tudo tão limpo e em ordem que chego a me perguntar como ele faz essa mágica usando muletas.
 E por falar nelas, as encontro abandonadas num canto, entre a cômoda e o espelho...




Claude


Me sinto muito bem, novo em folha! - exclamo, articulando os braços em volta do tronco- Até que enfim, me libertei dessa tala!

-Fico muito feliz por você, Claude! - Janete sorri. Seu jaleco tão branco refletindo a luz fluorescente que vem de todas as partes, ao que parece

-Vai pra casa agora, ou ainda ficará no hospital?

-Daqui a duas horas, mas não se preocupe. Sérgio me ligou e eu pedi que ele buscasse Caleb e Rachel. Irei em seguida. - ela pisca


-Merci! -a cumprimento já me virando para ir embora

- E Claude?

-Hum?

-Não perca a oportunidade de hoje! -ela sussurra sorrindo

-Jamais. - pisco de volta. sorrio.


A rua me parecia mais iluminada, mais alegre. Mas as pessoas pareciam andar lentamente demais, apesar de que para mim, não existia monotonia em seus rostos. Porque não havia em mim!
Oque me faz sorrir sem motivo aparente´, é  a mesma causa de um pequeno taquicardia que sentia todas as milhões de vezes que um mesmo pensamento me sobreveio ...



Rosa estava em casa, com certeza. Pude sentir a presença dela só em atravessar a soleira da porta de entrada. Meu coração estava aos saltos, mas eu precisava conter-me, ao menos para poder respirar. Mas sorria, com uma alegria de dentro para fora, apesar de tudo.

-Soir, Rosa! -apareço em pé a meio metro dela, quase como um vulto. Ela se espanta brevemente, quase imperceptivelmente

-Soir!- Ela me dá um de seus sorrisos doces e volta a ler a correspondência em suas mãos. Dois segundos

-Espere... co..- a menção dela se virar para fazer todas as perguntas sobre a ida ao médico, a dei uma única resposta: a puxei para o nosso primeiro beijo! E pela primeira vez em meses, a pude abraçar, e estando em pé a encostei na pilastra.

-Claude... -Foi tudo o que ela disse. O restante da noite foram apenas olhares, e atitudes do que se pode chamar de o meu "sim" que há tanto estive a esperar.


As mais indescritíveis sensações e tudo o mais que eu não imaginei que pudesse sentir eu encontrei junto com todo o meu desejo por ela. Finalmente eu estava sentindo o que Jean disse que eu sentiria quando encontrasse a garota certa! E tenho de admitir que eu sentia isso tudo só em olhar para ela!
 Mas poder tocá-la é muito mais do que eu posso suportar, é quase como se eu fosse explodir em mil pedaços, como se eu não existisse, apenas ela, ela. Com todo o aroma de sua pele, e todo o frescor de seu hálito. Quando a senti estremecer sob mim, e senti seus braços descerem por minha coluna lentamente, procurei seus olhos. E toda a ternura que encontrei me fez ter a certeza de que eu não era o único a estar em êxtase.
E ao beijá-la, não pude conter a avalanche de sentimentos mesclados, que vieram de súbito, como um redemoinho...



Rosa




E então, ele chorou. Chorou como um bebê. Desses choros que vem da alma mesmo. Lá de dentro. E que não tem um motivo. Tem todos os motivos. E ali, naquele abraço tão quente, e o aconchego de todos os travesseiros de pena, senti as lágrimas dele escorrerem por meu pescoço e ombro, onde a umidade de seus lábios selavam a mensagem que ele escrevia com seu toque em minha pele. Ele me olhou novamente, e em seus olhos vermelhos eu vi felicidade. E foi a primeira vez que eu vi isso nele.

-Beau, maintenant,  j'ai attendu ce moment toute ma vie! (Bela, agora sei que esperei por esse momento minha vida inteira!) - ele sorri. Outra lágrima foge de seus olhos, pingando em minha bochecha, pra onde seus tão penetrantes olhos se desviam por um momento, seu dedo seca a lágrima e seu beijo faz o mundo ao redor girar mais depressa...


Havia muita coisa em seus olhos, esta noite. Como se não fosse apenas uma noite importante para nós dois, mas também fosse importante para ele próprio. E em momento algum ele me pareceu insincero, ou arrogante. Ele foi... completamente perfeito! E, ao contrário do que (confesso) cheguei a pensar, ele foi tão intenso!  O senhor geladeira Geraldy me fez derreter como jamais imaginei que pudesse.
E agora, quem ostenta um enorme sorriso sou eu, enquanto ainda posso senti-lo respirar contra minhas costelas, enquanto seu braço ainda repousa em minha cintura...






Janete



Eu entendo.. Não, tudo bem, a culpa não foi sua, acalme-se Sérgio!


-Ela não se alimentou bem durante o dia, a ultima coisa que comeu foi uma fatia de mamão no café, e isso porque seu pai a obrigou!- Caleb diz ainda assustado, olhando de esguelha o corpo adormecido de Rachel


-Está tudo bem, não precisam se preocupar, eu estou aqui, certo? Sou uma boa pediatra e saberei cuidar dela caso necessário. Foi só um susto, a pressão baixou. Amanhã, com calma, a gente conversa e se precisar fazemos uns exames... - tento acalmar a tensão de Sérgio, que insistia em querer telefonar para a casa de Rosa.


-Amor, eu entendo que você queira que eles se entendam, mas a Rach...

-Sérgio, o pai dela acaba de sofrer por meses com  ossos quebrados, e no mesmo dia em que ele consegue alívio, você quer que ele volte a quebrar o resto é isso? - Sérgio revira os olhos, mas ignoro e continuo massageando seus ombros- Se você ligasse, ele teria um enfarte! Já passou por tanta coisa nesses últimos tempos, coitado! Ei, a Rach está bem! Foi só um susto!

-Tudo bem..

- E de qualquer forma, amanhã faremos alguns exames de rotina nela, só pra confirmar, tá bem?

-Hum-hum... - ele desfaz o bico- Mas ainda aceito um suborno..

-Olha! - finjo indignação- apenas um beijinho, porque você está muito mal criado comigo!

















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2 comentários:

  1. finalmente!!!!!
    amei o cap
    me emocionei com a emoção do Claude rsrs
    lindo lindo

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  2. MENINA ESSA FIC É POR DEVERAS INTRIGANTE CHEIA DE EXPECTATIVAS E EMOÇÕES
    NÃO DEMORE A POSTAR PLEASE

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