Le Eternel Amour
Tulipe Rouge
Quando os seus olhos estão abertos, e mesmo assim você não enxerga.
Ah...Calleb....
Quando os seus olhos estão vidrados e mesmo sem piscar, você ainda não vê nada, e não há nada a perder...
Rachel...
Quando você procura num lugar onde não há nada... Quando você não sabe onde procurar...
Rosa....
O dia em que tudo se perdeu... Não... O dia em que eu perdi tudo...
>>>>
-Tritec !!!!
Tento abrir os olhos...
- Tritec !!!
Dói... tudo em mim dói
- Traaaaa....- parece...som de... alguma espécie de “trilho”...metal...
-bunp!
Finalmente abri os olhos, eu sei que abri! Mas... a ausência de luz me emerge na escuridão... Frio... muito frio.
Tento me levantar, mas acabo engatinhando. Me sentindo cego... estou, ao que parece, num camburão. E o veículo não está deveras devagar. Mas sei que existe algum fator natural que o impeça de "voar" na pista... como...
- Neve? - tento adivinhar oque toco na fenda da porta... e acertei, sem dúvidas é neve. Onde estarei?
Rosa
Hm...
Vem uma vozinha... um tanto rouca e fina ao mesmo tempo... como uma brisa que corre pela rua... e aí, faz as vidraças zumbirem...
Fraqueza e fortaleza... rimam... mas não necessariamente parecidas... são... antônimas... são... antagônicas uma da outra...
-Psiiiiu... – um assovio fino... languido – Psiiiiuu... olha... olha aqui... pra mim... abre os olhos!
E ai tomo a consciência de novo. Sinto o meu corpo... estranhamente. É tão apavorante e ao mesmo tempo maravilhoso viver... sentir suas costas... sua própria pele... perceber que seu pulmão respira... que seu coração trabalhou mesmo quando você esteve de alguma forma ausente...
Como acordar de manhã depois de passar a noite chorando... aquela sensação: estou perdido no mundo... mais veja! Há esperança!
Uma luz que me desnorteia e sensibiliza os olhos... não... não é o fim do túnel... é a lâmpada de uma lanterninha... alguém me sustenta o queixo, me olha indiferente e atento ao mesmo tempo... Quando você não é alguém... você é só... Mais um. Ser que pensa e respira mesmo assim...
Me percebo no corredor de um hospital... sentada numa cadeira pouco cômoda... pessoas passando sem parar, e mesmo assim essa moça me olha intensamente... diz palavras em um idioma que não compreendo. E faz frio... verão e está muito frio aqui.... Fecho os olhos querendo me virar, como se estivesse procurando a posição perfeita em minha cama- como se eu estivesse me casa!
... mas a moça nem parece ter se incomodado, ela puxa minha pálpebra, diz mais alguma coisa e acena pra que uma outra moça se aproximasse.
... mas a moça nem parece ter se incomodado, ela puxa minha pálpebra, diz mais alguma coisa e acena pra que uma outra moça se aproximasse.
A mulher fala num inglês carregado de sotaque soviético – ao qual tive contato muitos anos atrás, quando visitei Jane na Rússia-
Ela me informa de que eu estava em Minsk, que eram dez horas da manhã e que a minha filha estava sem documentos. Se eu sabia explicar porque ela estava abordo sem identificação... qual era minha nacionalidade, oque eu estava pretendendo fazer em Belarus e quanto tempo eu pretendia ficar.
Ela me informa de que eu estava em Minsk, que eram dez horas da manhã e que a minha filha estava sem documentos. Se eu sabia explicar porque ela estava abordo sem identificação... qual era minha nacionalidade, oque eu estava pretendendo fazer em Belarus e quanto tempo eu pretendia ficar.
Muitas perguntas. Sem respostas.
Aliás, respostas tinham, mas não tinha estado de espírito pra isso. Principalmente quando você sabe que ela já sabe. Só está te testando. Quer saber se você está... em alguma falcatrua. Sei lá...
Respondi não com palavras, mas com números. E em francês, foi meio automático. Eles vieram na minha mente como se eu estivesse no balcão da locadora, ou...
como se estivesse de frente pra recepcionista da clínica pediátrica... qualquer coisa, liga nesse número... ow... meu Deus...
como se estivesse de frente pra recepcionista da clínica pediátrica... qualquer coisa, liga nesse número... ow... meu Deus...
Ela fica estática me olhando... depois pergunta: vous êtes français?
Eu balanço a cabeça, e não consigo ver mais nada....
Sérgio
Duas quadras, amigo, duas quadras! Vaaaamos!
- Ah tio, meus tornozelos, as solas dos meus pés!
- Que isso Caleb, você mesmo é quem estava me dizendo que eu não era de nada, e blá blá blá... Cadê? A sua força? Ein?
Rodeio o pequenino, a testa de ambos suada e as camisas grudadas no corpo.
- Tinha que ser por essa rua? E todas as ladeiras? As escadas?!
- Ah agente precisa mesmo melhorar a forma... que isso... Não podemos admitir que num dia como esse, tão raro aqui em Paris, com esse sol e o calor, agente perca a oportunidade de andar por ai por falta de coragem!
- Quê? Falta de coragem? Ih agora cê vai ver!
- Ei ei ei rapazinho! Caleb! Ei!
Droga!
Caleb caiu e esfolou toda a perna, o joelho ficou roxo e uma luxação no braço.
Tudo porque agente queria se libertar e correr. Tudo porque eu fui um imprestável que não soube lidar com uma criança e escolhi a pior ladeira pra fazê-lo subir correndo.
Eram só dois quarteirões!
- Alô, bonjour.... Mais Quoi???
Rosa estava perdida e sozinha em outro país... e um daqueles que eu nem sequer sonhei em conhecer... nos confins.. quase que em outro continente... e lá estava ela... e ... Rachel.
Quando a mulher do outro lado da linha disse que havia uma garotinha, meu coração pulou, mas quando ela disse o nome pelo qual esta respondia... eu respirei fundo, e tentei não chorar. Foi um segundo negro... aquele em que uma montanha é tirada de meu coração e depois posta de volta, e aí, parecendo ainda mais pesada...
Tipóia pro Caleb, ligações pra consulados e visitas a consulados e embaixada e blá blá blá.. Bem que o avô do Caleb podia estar na ativa agora... seria muito mais rápido...
Em dois dias, a Rosa estaria aqui... com a Rachel.
Rosa
Demorou alguns segundos pra eu me ligar... pra cair a ficha de que... minha filha? Pera ai.... a
- Rachel?- chamo, e ela imediatamente me olha com aqueles olhos de pires, e percebo que ela segura firme em meu braço. Está a meu lado no banco
- Sallut...
- Você está bem? Alguém te... te machucou?
- “um-um”... – ela balançou a cabeça- Cadê meu pai?
- O seu pai... – pensei em usar de metonímia com ela mas desisti por razões obvias, eu não poderia manter mentiras nessas circunstâncias- eu também não sei... – arfei- eu... eu estava com ele... estávamos atrás de vocês e ... Rachel, onde está a Janete e a Alice você sabe?
- Não... você diz... a Lili e a mãe dela né?
- é... – suspirei, sabendo que ela não poderia ajudar muito
- Agente se viu... estávamos de carro... a noite... e depois... depois elas foram pra outro lugar... e eu dormi.
- Como assim meu anjo?
- agente estava num carro... depois o carro parou e apareceu um moço, que fez gesto pra elas ficarem caladas... a tia Janete soltou um grunido alto... ela tava nervosa e chorando muito... ai o moço bateu no rosto dela... eu e a Lilli começamos a gritar socorro mais ai o moço ficou ainda mais nervoso e me trancou de volta no carro e levou elas pro outro carro, pra outro moço... ai eu não vi mais elas...
- ele tem um comparsa... sabia que tinha!
- Mas pra que isso tia? Por que levaram elas se ele só queria que meu pai pagasse pra ele?
- oque?
- é...o moço disse que meu papai querido estava devendo ele... e que ele ia ter que pagar...eu disse pra ele que eu falaria com o meu pai... que com certeza ele ia pagar tudo... que ele podia me soltar... mas ele disse que eu iria pra casa logo, se tudo desse certo...
- é mesmo?
- é... ele disse que só queria....
Sergio
- O Claude... era tudo um plano maluco Sérgio...
- Meu Deus Bel... Ele estava só... brincando com agente? Imbecil sádico! Quem ele pensa que é? Onde está minha filha e minha mulher?!
- eu não sei Sérgio... eu não sei... ele pode ter passado elas pra algum... outro maluco ou sei lá... a Rachel disse que ele as separou... separou ela da Jane e da Alice... que elas foram pra outro lado....
- De Marsele elas foram pra onde? Deus elas podem estar em qualquer lugar! Se elas saíram pelo porto... elas podem estar na Itália ou.. podem ter sido levadas pra Romênia... Amsterdam...
- Calma Sérgio... na verdade... eu acho que daqui a pouco elas aparecem...afinal... como eu disse... foi tudo uma tortura psicológica e ato passional... ele já tem que ele queria... o Claude....
NOSSA!!!
ResponderExcluir:O
Nossa...desculpa Karol,mas apoio a Juliloka nesse capitulo...foi muito...nossa...kkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirnum demora senão ñ entendo