quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Capítulo 65- Carmezim

Le Eternel Amour
Tulipe Rouge

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Hoje foi bem estranho. Algo como brisa de névoa e luz intensa me cercaram. São nesses dias que a gente acorda sem ter certeza de quem é ou de onde se está. Questionando o próprio nome.... Não tem a ver com alegria tristeza, felicidade ou desespero. É apenas um tipo de sobriedade... porque é só nesses breves segundos ao se abrir os olhos e assimilar que sonho é sonho, realidade é realidade que se entende a vida. Ou se imagina entender.


-Quer mesmo saber?

-Lógico que sim. Você desmentiu a minha hipótese. Se você não começou a se interessar por mim depois que passamos o natal juntos. Ainda que você estando noivo e eu próxima ao Jean...

-Non. Non passou nem perto. - ele me abraça. Mas ainda me olha nos olhos. - Você me chamou de Tony. Uma única vez, e ainda sem acreditar que eu era ele.

-hum... não me lembro...

-No desfile de formatura de minha turma de cadete. Suas bochechas estavam carmezim e os olhos arregalados. O capitão do batalhón a assustou, a surpreendeu em área restrita. Uma bobagem, mas pra um militar, regras son regras... - ele aperta meu nariz com os dedos sorrindo.

-Você se lembra desse dia?

-Foi a primeira vez que eu te vi de verdade.

-Oquê? Como assim de verdade?

-Jean já tinha me mostrado fotos suas. E quando eu o via ele só sabia falar em você e na turma de amigos do Perrault. Dizia que eu tinha de conhecer vocês.

-Mas... então você já sabia que tínhamos um... lance esquisito?

-Já. Tava claro que ele era louco por você mas nunca teve coragem de começar nada.. ele non queria que você sofresse... Entón eu olhei pra você naquele dia sabendo que você era o sonho de consumo do meu irmón. Eu non podia ter achado você a garota mais incrível que já tinha visto... Me sentiria culpado eternamente se non resistisse a tentaçon de te cortejar.

-Mas... e aquele dia na formatura.. Você deixou claro que era um martírio estar lá, que Jean te obrigou... - eu o questiono. Claude suspira

-Na verdade... Eu pedi para ir.

-Oquê?

-Num impulso... Ele disse que non queria estar na festa de formatura, non suportaria ver você como numa despedida... ele não pensava em viver pra ver os colegas novamente, estava bastante deprimido. Então eu me ofereci pra estar lá. Assim os colegas o veriam de novo sem que ele passasse por aquilo. Eu estava fantasiado, entón além de você e dos que me conheciam, ninguém mais soube.

-Você... Fez isso porque? Se não gostava de festa? Bem, o Tony me dizia que você não gostava.

-Non mesmo. Haha. Mas... eu gostava de você.

-Oquê?

- Eu estava apaixonado por aquela magrelinha baixinha, ton sorridente. Estava apaixonado por aqueles olhos, pelo seu sorriso...Mon Dieu. Era um martírio sim, um martírio non poder querer você pra mim, mas querendo!


-Amor... - o beijo calidamente - Se você tivesse me beijado naquela noite... Tanta coisa seria diferente...

- Non sei se me arrependo de non tê-la beijado, princesa. Você pode achar que estou errado mas... Me sinto ton forte agora, e com você comigo. Tony me disse pra aceitar esse amor que eu sentia por você no final mas... antes... eu sei que ele teve medo. Medo de se curar e eu roubá-la dele. Ele non suportaria viver sem você. Ele poderia tudo, até morrer, mas non poderia viver se non fosse a seu lado.
-Eu nunca vou entender porque ele fez aquilo... Me afastar, fazer com que mesmo o tocar fosse estranho. Ele criou toda uma... aurea de impossibilidade.

-E eu que era o irmón estranho né. - Claude ri

-Amor!

-Mon Dieu. Sabe que felicidade eu sinto agora? Em ter você perto de mim, um filho ton lindo e inteligente como Caleb.. e outro por vir... -ele acaricia meu ventre

-Como você sabia dele?

-Um anjo me contou. - ele me pisca- nos momentos em que eu fraquejei, Deus me revelou esse outro grande motivo pra continuar te procurando. Mesmo que você non me quisesse mais, amor. Eu precisava olhar pra você, saber que estava bem. Aquele e-mail fez meu coraçon parar, sabia?

-Eu te amo.... - o beijo- Sabe de uma coisa? Já que você me contou quando se apaixonou por mim... eu posso contar sinceramente o meu lado, ou não?

- Hm...espera um minuto pra eu me preparar..- ele suspira. - D'acord, pode contar.