Le Eternel Amour
Tulipe Rouge
Hoje foi bem estranho.
Algo como brisa de névoa e luz intensa me cercaram. São nesses dias
que a gente acorda sem ter certeza de quem é ou de onde se está.
Questionando o próprio nome.... Não tem a ver com alegria tristeza,
felicidade ou desespero. É apenas um tipo de sobriedade... porque é
só nesses breves segundos ao se abrir os olhos e assimilar que sonho
é sonho, realidade é realidade que se entende a vida. Ou se imagina
entender.
-Quer mesmo saber?
-Lógico que sim. Você
desmentiu a minha hipótese. Se você não começou a se interessar
por mim depois que passamos o natal juntos. Ainda que você estando
noivo e eu próxima ao Jean...
-Non. Non passou nem
perto. - ele me abraça. Mas ainda me olha nos olhos. - Você me
chamou de Tony. Uma única vez, e ainda sem acreditar que eu era ele.
-hum... não me
lembro...
-No desfile de
formatura de minha turma de cadete. Suas bochechas estavam carmezim e
os olhos arregalados. O capitão do batalhón a assustou, a
surpreendeu em área restrita. Uma bobagem, mas pra um militar,
regras son regras... - ele aperta meu nariz com os dedos sorrindo.
-Você se lembra desse
dia?
-Foi a primeira vez que
eu te vi de verdade.
-Oquê? Como assim de
verdade?
-Jean já tinha me
mostrado fotos suas. E quando eu o via ele só sabia falar em você e na
turma de amigos do Perrault. Dizia que eu tinha de conhecer vocês.
-Mas... então você já
sabia que tínhamos um... lance esquisito?
-Já. Tava claro que
ele era louco por você mas nunca teve coragem de começar nada.. ele
non queria que você sofresse... Entón eu olhei pra você
naquele dia sabendo que você era o sonho de consumo do meu irmón.
Eu non podia ter achado você a garota mais incrível que já tinha
visto... Me sentiria culpado eternamente se non resistisse a
tentaçon de te cortejar.
-Mas... e aquele dia na
formatura.. Você deixou claro que era um martírio estar lá, que
Jean te obrigou... - eu o questiono. Claude suspira
-Na verdade... Eu pedi
para ir.
-Oquê?
-Num impulso... Ele
disse que non queria estar na festa de formatura, non suportaria
ver você como numa despedida... ele não pensava em viver pra ver os
colegas novamente, estava bastante deprimido. Então eu me ofereci
pra estar lá. Assim os colegas o veriam de novo sem que ele passasse
por aquilo. Eu estava fantasiado, entón além de você e dos que me
conheciam, ninguém mais soube.
-Você... Fez isso
porque? Se não gostava de festa? Bem, o Tony me dizia que você não
gostava.
-Non mesmo. Haha.
Mas... eu gostava de você.
-Oquê?
- Eu estava apaixonado
por aquela magrelinha baixinha, ton sorridente. Estava apaixonado por
aqueles olhos, pelo seu sorriso...Mon Dieu. Era um martírio sim, um
martírio non poder querer você pra mim, mas querendo!
-Amor... - o beijo
calidamente - Se você tivesse me beijado naquela noite... Tanta coisa
seria diferente...
- Non sei se me
arrependo de non tê-la beijado, princesa. Você pode achar que estou
errado mas... Me sinto ton forte agora, e com você comigo. Tony me
disse pra aceitar esse amor que eu sentia por você no final mas...
antes... eu sei que ele teve medo. Medo de se curar e eu roubá-la
dele. Ele non suportaria viver sem você. Ele poderia tudo, até
morrer, mas non poderia viver se non fosse a seu lado.
-Eu nunca vou entender
porque ele fez aquilo... Me afastar, fazer com que mesmo o tocar
fosse estranho. Ele criou toda uma... aurea de impossibilidade.
-E eu que era o irmón
estranho né. - Claude ri
-Amor!
-Mon Dieu. Sabe que
felicidade eu sinto agora? Em ter você perto de mim, um filho ton
lindo e inteligente como Caleb.. e outro por vir... -ele acaricia meu
ventre
-Como você sabia dele?
-Um anjo me contou. -
ele me pisca- nos momentos em que eu fraquejei, Deus me revelou esse
outro grande motivo pra continuar te procurando. Mesmo que você
non me quisesse mais, amor. Eu precisava olhar pra você, saber que
estava bem. Aquele e-mail fez meu coraçon parar, sabia?
-Eu te amo.... - o
beijo- Sabe de uma coisa? Já que você me contou quando se apaixonou
por mim... eu posso contar sinceramente o meu lado, ou não?
- Hm...espera um minuto
pra eu me preparar..- ele suspira. - D'acord, pode contar.